No dia 11 de outubro de 2013 foi lançado New, o décimo-sexto álbum de estúdio de Paul McCartney e o primeiro composto de músicas inéditas do artista desde Memory Almost Full, de 2007. O álbum possui 12 músicas, com duas extras que foram lançadas na edição Deluxe, e contou com cinco singles em sua divulgação.
É possível inovar depois de tanto tempo?
Poucas carreiras são tão longevas e comentadas no mundo da música quanto a de Paul McCartney. Poucas têm um parâmetro tão alto a se respeitar também: afinal, o peso de ser um ex-beatle é revivido e colocado em perspectiva sempre que o músico tem um álbum ou single a ser lançado.
Entretanto, a conhecida disposição de Paul para explorar novas tendências seguiu forte em New. Por mais que possa parecer difícil que Paul McCartney continue lançando trabalhos relevantes após uma carreira que começou nos Beatles, continuou com inúmeros projetos solos de prestígio, alguns ao lado de sua esposa Linda McCartney e com o também icônico grupo Wings, sendo responsável até mesmo pela trilha sonora de um filme de James Bond.
E ainda há espaço para surpresas neste álbum, que foi lançado quando o artista já tinha 71 anos e mais de cinco décadas de carreira.
A produção
Sempre atento às novidades da indústria da música e diferentes olhares, Paul McCartney trouxe quatro produtores com obras diversificadas para trabalhar em New. Paul Epworth, que já trabalhou com artistas como Adele e Florence and the Machine, foi responsável por produzir a primeira faixa do álbum, Save Us, e também Queenie Eye, uma das canções de maior sucesso do disco.
Já o produtor Ethan Johns traz alguns dos momentos mais calmos do trabalho, com canções acústicas e contemplativas, como Hosanna. O premiado produtor Mark Ronson, conhecido principalmente por seus trabalhos ao lado de Bruno Mars, também participa de New, e é de sua produção a faixa-título do álbum, que se tornou o single principal e maior legado do disco para a carreira de Paul.
Por fim, Giles Martin, parceiro de longa data de Paul, foi o último dos quatro produtores convidados para trabalhar no disco. Ele produziu a maioria das faixas e também atuou como produtor executivo.
O legado de New
New foi bem avaliado pela maior parte da crítica especializada à época de seu lançamento, mas não chegou a causar o mesmo impacto de outras obras atemporais e mais populares de Paul McCartney. A passagem do tempo, entretanto, nos faz perceber que as qualidades do trabalho o fizeram sobreviver bem aos dez anos que vieram após seu lançamento.
Em uma carreira tão grande quanto a de Paul McCartney é fácil que um ou dois álbuns acabem esquecidos pelo grande público e até mesmo pelos fãs. Não é o caso de New: desde seu lançamento, em 2013, o álbum continua presente nas turnês mundiais de Paul com as músicas New e Queenie Eye, que podem até não ser as mais conhecidas do artista, mas sempre animam a plateia.
Até mesmo álbuns recebidos com mais pompa, como McCartney III, elaborado para ser o sucessor de dois dos principais trabalhos do artista, acabam perdendo espaço em uma setlist tão extensa como a de Paul, elaborada para fazer um estádio inteiro se emocionar e cantar junto. Ao lado de grandes sucessos dos Beatles, dos Wings e de clássicos da longa carreira solo de Paul, o álbum New está sempre representado nas apresentações ao vivo.
New pode parecer apenas mais um álbum na carreira de Paul McCartney, mas o cuidado na produção das faixas, a influência de artistas e tendências contemporâneas à época de sua produção e o sutil apelo à nostalgia, que faz o álbum passear por diferentes características que marcaram a carreira do artista, faz com que seu valor seja fácil de perceber, principalmente para fãs mais dedicados.
E você, gosta de alguma música do álbum?
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