A décima edição do festival Best of Blues and Rock aconteceu nos dias 2, 3 e 4 de junho e foi muito bem-recebida pelo público presente, que pôde curtir shows de grandes nomes da música nacional e internacional. Nesta resenha, vamos falar um pouco sobre cada dia do festival.
As mulheres do blues e do rock foram as responsáveis por abrir o festival
O primeiro dia do festival Best of Blues and Rock cumpriu o papel de abrir o festival da melhor forma possível, com um lineup responsa. A galera que chegou cedo pôde conferir o show da Nanda Moura, que abriu o festival em grande estilo. Apesar do horário e da pouca quantidade de público, a cantora e guitarrista não poupou técnica e estilo no show. Mesmo com o sol atrapalhando em alguns momentos, Nanda Moura e sua virtuosa banda apresentaram um setlist de covers de músicas renomadas e agradaram o público.
A segunda atração, a banda Malvada, se apresentou para mais pessoas, mas ainda não para o público completo do festival, afinal o período entre 17h e 18h costuma ser ingrato em plena sexta-feira. De qualquer forma, para quem estava lá, foi uma grata surpresa a apresentação desta que é uma banda ainda nova, mas com muito potencial. Em coletiva de imprensa, logo antes de subirem ao palco, a guitarrista Bruna Tsuruda e a baixista Ma Langer confessaram estar muito felizes, mas bem nervosas também. No final, deu tudo certo!
O Extreme não decepciona nunca
Já para o início da noite, um dos shows mais aguardados se aproximava: a banda Extreme, que veio ao Brasil pela última vez em 2015, com a turnê de 25 anos do icônico álbum Pornograffitti, voltou para um novo show em solo brasileiro, desta vez prestes a lançar o novo álbum SIX.
Apesar de ser amplamente conhecida por “More Than Words“, uma das maiores baladas românticas dos anos 1990, a banda Extreme tem um repertório de rock n’ roll sólido e impecável, e os singles lançados recentemente comprovam que o DNA da banda segue firme e forte.
O setlist do show misturou sucessos que consagraram a banda, como “Decadence Dance” e “Hole Hearted” e músicas recentes, como “Rise“, “Banshee” e “Rebel“, que agradaram bastante os fãs que enfrentaram o frio para ver o enérgico Gary Cherone nos vocais, Kevin Figueiredo na bateria, Pat Badger no baixo e o virtuoso Nuno Bettencourt na guitarra.
Um receio dos fãs era que a banda cancelasse a vinda ao Brasil, pois Nuno Bettencourt lesionou o joelho pouco tempo antes de vir, mas como o próprio guitarrista comentou durante a coletiva, mesmo que se movimentando mais lentamente, ele fez de tudo e se esforçou muito para se recuperar o suficiente para o show. Mesmo evitando se movimentar no palco, o guitarrista não poupou energia e técnica e mostrou porque é um dos maiores de todos os tempos.
O ponto alto do show foi, claro, o momento em que Gary e Nuno fizeram o famoso duo de “More Than Words“, com o telão em projeção completa (que até esta música não havia sido ligado). Outro momento muito legal de assistir foi quando a banda convidou o guitarrista brasileiro, considerado revelação dos últimos anos, Mateus Asato, para tocar a última música do setlist, “Get The Funk Out!“
Tom Morello encerra a noite com encontro de lendas da guitarra
Pouco tempo depois, foi hora do headliner da noite, um dos maiores nomes da guitarra atual, e dono de discursos expressivos contra o fascismo, Tom Morello subiu ao palco do Best of Blues tranquilão, ciente de que o público estava ali sabendo que aquela era sua turnê solo.
É fato que o show foi muito mais instrumental, mas contou com excelentes vocais de Carl Restivo, que segurou o rojão em “Like a Stone” (tocada em homenagem a Chris Cornell) e “Gossip” (parceria de Tom Morello com o Maneskin). Um momento emocionante foi quando o guitarrista também homenageou Marielle Franco, assassinada em 2018. O público se animou. Em momentos cujo repertório eram medleys do Rage Against the Machine, houve até alguns bate-cabeças – tímidos, mas ainda assim…
Durante a coletiva que rolou mais cedo naquele dia, Tom Morello e Nuno Bettencourt haviam dado spoiler de que dividiriam o palco pela primeira vez na vida – e isso se concretizou. O guitarrista do Extreme subiu ao palco ao lado do vocalista Gary Cherone e ambos cantaram junto com Tom Morello “Cochise” do Audioslave. Mas ainda sobrou tempo para mais uma surpresinha, Steve Vai, atração que estava confirmada apenas para o segundo dia do festival, apareceu para tocar “Power to the People” ao lado dos integrantes do Extreme e da banda de Tom Morello. Um momento incrível que vai ficar para a história do festival.
Confira um trecho da coletiva de imprensa com Tom Morello, Nuno Bettencourt e Gary Cherone
Confira as setlists dos shows do primeiro dia do Best of Blues and Rock
Extreme
- Decadence Dance
- Rise
- It (‘s a Monster)
- Rest in Peace
- Am I Ever Gonna Change
- Banshee
- We Will Rock You / Play With Me
- Midnight Express
- More Than Words
- Cupid’s Dead
- Rebel
- Hole Hearted
- Flight of the Wounded Bumblebee
- Get the Funk Out (com Mateus Asato)
Tom Morello
- One Man Revolution
- Let’s Get the Party Started
- Hold the Line
- Bombtrack / Know Your Enemy / Bulls on Parade / Guerilla Radio / Sleep Now in the Fire / Like A Stone (Rage Against the Machine/Audioslave)
- Voodoo Child (Jimi Hendrix cover)
- GOSSIP (Manëskin feat. Tom Morello)
- Lightning over Mexico
- Secretariat
- Cato Stedman & Neptune Frost
- Rat Race / Battle Sirens / Where It’s At Ain’t What It Is / Prophets of Rage / Harlem Hellfighter / Can’t Stop the Bleeding / Bullet in the Head (Tom Morello/Prophets of Rage)
- Keep Goin’
- Testify / Ghetto Blaster / Half Man Half Beast / Born of A Broken Man / Freedom / Snake-charmer (Rage Against the Machine)
- Vigilante Nocturno
- The Ghost of Tom Joad (Bruce Springsteen cover)
- Cochise (Audioslave com participação de Gary Cherone e Nuno Bettencourt do Extreme)
- Killing in the Name (Rage Against the Machine)
- Power to the People (John Lennon cover com participação do Extreme e Steve Vai)
Malvada
Disso que eu gosto
Prioridades
Pecado capital
Esse tal de Roque Enrow (Rita Lee)
Quem vai saber?
Summertime (Janis Joplin)
O que te faz bem
Perfeito Imperfeito
Mais um gole
Purple Haze (Jimi Hendrix)
A noite vai ferver