Texto e fotos por Matheus Paiva Machado
Finalmente o aguardadíssimo show da referência do shoegaze internacional, a banda Nothing, fez sua estreia no Brasil, com um set marcante que deixou a plateia hipnotizada.
Depois de uma quase-estreia no Brasil em 2019, a banda finalmente aterrissou em São Paulo, onde entregou um show potente, com pesadas distorçõs e melodias cativantes, que animaram o público presente. E para completar a noite, Gorduratrans e Putz entregaram um line-up harmonioso entre estilos e em sintonia com o público.
Abertura de Putz e Gorduratrans
A noite começou com shows pontuais que deram o tom do que seria aquele evento memorável para os fãs de indie e shoegaze.
Com a primeira apresentação, da banda paulista Putz, vimos seu rock melódico alentar o coração do público que ainda começava a chegar e preencher o espaço da Fabrique Club, na zona oeste da capital paulista.
Destaque da cena indie paulistana dos últimos anos, Putz trouxe músicas do seu disco homônimo, sabendo alternar belos momentos de introspecção com explosões de guitarra e baixo, sempre muito bem marcadas pelo ritmo da bateria que nunca se perde, e o belo vocal da Giovanna, que sabe perfeitamente como se entrelaçar com as batidas de suas canções.
Com um show breve, Putz finalizou seu abraço na plateia para dar lugar ao grupo carioca Gorduratrans, banda antes conhecida como uma dupla, que agora mostra toda sua potência sonora em quarteto, presenteando o público paulista com músicas do recente álbum zera, que marca o começo dessa nova relação musical dos integrantes como uma banda, e canções de álbuns mais antigos, já conhecidos e cantados pelo animado público.
A escolha das bandas e as apresentações em si mostraram uma rara sintonia de todos os grupos de abertura com a banda principal, fazendo uma crescente de expectativa e animação da plateia a cada apresentação para o gran finale.
Nothing e sua estreia no Brasil
Depois de anos de expectativa, a Nothing enfim iniciava, às 20h20, seu show no Brasil, com músicas de seu álbum mais recente, cativando o público desde o ínicio.
A banda soube alternar bem seus momentos no palco, levantando a plateia com pulos, e dando momentos de introspecção com baladas em seguida.
A interação com o público era ocasional entre as músicas, sempre com Dominic e o grupo agradecendo a presença de seus fãs num domingo à noite e se limitando a agradecer a energia e recepção do Brasil pela sua breve passagem por nossas terras.
Ainda em turnê pela América Latina, a banda iniciou sua gira de shows no México, passando pela Costa Rica e seguindo para o Chile e Peru após o show único em São Paulo.
Com um palco simples, a atenção da plateia se dividia entre o som da banda e as produções audiovisuais do telão de fundo, no qual víamos belas intervenções para cada um de seus hits, sempre com uma estética vintage, casando bem com as músicas apresentadas.
Ícone do shoegaze, Nothing ganhou destaque internacional graças a sua longa e concorrida turnê com o Basement e também sendo o ato de abertura de My Chemical Romance.
Seus lançamentos “Dance on the Blacktop” e “The Great Dismal” a elevaram ao nível mais alto do indie mundial, sendo aclamada por público e crítica pelas suas canções com letras sensíveis de sentimentos e questões sociais, com uma gama diversa de guitarras, ruídos e texturas. E a soma de tudo isso ao vivo resulta no show memorável visto no último domingo, 30, em São Paulo.
Confira o setlist completo do show do Nothing no Brasil
- Say Less
- April Ha Ha
- Hymn to the Pillory
- Fever Queen
- Zero Day
- The Dead Are Dumb
- Chloroform
- The Carpenter’s Son
- Famine Asylum
- B&E
Bis:
- Vertigo Flowers
- (HOPE) Is Just Another Word With a Hole in It