Um som de amplificador sendo ligado, uma guitarra rápida e uma voz muito conhecida entre qualquer adulto entre 25 e 30 anos grita: “Like a ticking time bomb, I’m about to explode” (Como uma bomba-relógio, eu estou prestes a explodir).
É assim que Avril Lavigne inaugura seu novo disco, Love Sux, lançado na última sexta-feira, dia 25.
E é logo em “Cannonball”, primeira faixa do álbum, que Avril mostra que fez o que os fãs queriam e esperavam: que ela voltasse ao pop punk. Mas, será que em algum momento ela saiu?
Love sux é o sucessor de Head Above Water, disco mais diferente da carreira de Avril. O álbum é recheado de baladas-pop-tristes e, apesar de ser bom, não rendeu nenhum grande hit, nem mesmo “Dumb Blonde”, parceria com Nicki Minaj e que destoa do restante do disco.
Entre Head Above Water, de 2019, e 2022, Avril viu o mundo da música mudar.
Com Machine Gun Kelly, Willow Smith, Yungblud, Olivia Rodrigo, e muitos outros nomes, o pop punk voltou a ser assunto e, mais ainda, voltou às paradas de sucesso, com muitos dos hits produzidos ou feitos em parceria com Travis Barker, baterista do Blink 182 e dono do selo DTA Records.
E foi justamente Travis que colaborou com Avril em Love Sux, anunciado em janeiro com o lançamento do videoclipe de “Bite Me”, hit chicletinho daqueles que Avril sempre soube fazer muito bem.
Atendendo às expectativas criadas com “Bite Me”, Love Sux reúne referências ao que Avril fez de melhor nos discos anteriores, especialmente os clássicos The Best Damn Thing e Under My Skin. E respondendo ao questionamento do início dessa resenha, Avril parece nunca ter saído do pop punk.
Head Above Water era uma experimentação ou, talvez, um desabafo, já que foi gravado no ano em que a cantora foi diagnosticada com Doença de Lyme. Quanto ao restante de sua discografia, nada soa muito diferente de Love Sux.
Mas isso está longe de ser ruim ou de indicar que Avril “parou no tempo”, muito pelo contrário. As parcerias de Love Sux mostram uma cantora ligada em tendências e esperta o suficiente pra saber que pode aproveitar a “nova onda do pop punk” para trazer novos públicos pra si.
E a prova disso é que “Bois Lie”, segunda faixa do disco, traz uma parceria com Machine Gun Kelly e o single lançado semanas antes do lançamento de Love Sux, “Love When You Hate Me”, traz os versos do rapper Blackbear.
Além de colaborações da “nova geração”, Avril conta com a participação de Mark Hoppus em “All I Wanted”, que remete aos hits do início do Blink 182 e parece ser um reforço aos ouvintes: o pop punk está em alta agora, mas nós sempre estivemos aqui.
Falando sobre relacionamentos que dão errado, dias ruins e aprendizados, temas que sempre estiveram presentes em suas letras, Avril Lavigne entrega 12 potenciais hits.
Alguns podem achar que ela repetiu a fórmula perfeita, produziu mais do mesmo ou se apropriou da tendência mais recente; outros podem ver o disco como uma retomada às raízes e ao posto de “rainha do pop punk”.
O caminho do meio é perceber que Avril sabe o que funciona pra si, sabe o que os fãs querem e, acima de tudo, sabe que é um nome grande demais para não estar em evidência e marcar seu território neste momento de retomada do pop punk às paradas de sucesso.
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