No último sábado, dia 19, aconteceu na Fabrique, em São Paulo, o primeiro esquenta para o Kool Metal Fest, que acontecerá dia 29 de maio no Carioca Clube. E nesse primeiro pré-fest, o Kool Metal já mostrou que vai quebrar tudo em qualquer casa que acontecer, no bom sentido, é claro.
O primeiro pré-Kool Metal Fest reuniu 5 bandas: Blastrash, Cemitério, Cerberus Attack, Eskröta e D.F.C.
O evento começou às 17h30, com a Blastrash, e sentimos muito por quem não chegou a tempo de ver a banda, que fez um excelente show de abertura, tocando músicas dos discos Violence Just For Fun (2008) e No Traces Left Behind (2005).
A Blastrash ressaltou a necessidade do uso de máscaras pelo público, convocou todo mundo pra mandar aquele “vai se f****” para negacionistas, conservadores e pessoas inconvenientes no geral, e estendeu uma bandeira com a foto de Alex Strambio, conhecido como Alex Bucho, em uma parte do palco para fazer uma homenagem ao músico, que foi uma das milhares de vítimas da demora na compra de vacinas contra a Covid-19 no Brasil. A banda dedicou o show para Bucho e a bandeira permaneceu ali durante todo o evento.
Depois, trazendo seu repertório recheado de referências a filmes de terror trash, a Cemitério se apresentou para seus “fiéis seguidores”, já que em uma simples conferida no público era possível ver a grande quantidade de pessoas com camisetas da banda. E foram os fãs que tornaram o show da Cemitério ainda melhor, se entregando mais e mais a cada música, especialmente em “Natal Sangrento” e “Massacre no Texas”.
E já que falamos de camisetas, outro show à parte foram os merchs disponíveis no evento. Se você não foi neste pré-fest e pretende ir nos próximos dois eventos do Kool Metal, separe uma graninha, pois vai ser impossível não querer comprar alguma camiseta, além de ser um grande apoio para as bandas.
Mas voltando às apresentações, a terceira banda da noite foi a Cerberus Attack. Diretamente da zona leste de São Paulo, a banda preparou o set de lançamento do disco Abyss of Lost Souls, lançado em 2021. Entre pedidos da plateia para tocar mais alto e mais rápido (como se fosse possível), a banda fez um show memorável. Quem estava vendo pela primeira vez, com certeza vai querer rever esse show, e isso será possível no próprio Kool Metal, pois a Cerberus se apresenta novamente no festival em maio.
Se aproximando do final do evento, a penúltima banda a se apresentar foi a Eskröta. Convocando as minas pro front, Tamy Leopoldo, baixista da banda, avisou que esperava um público com muita energia, afinal eram dois anos sem shows, e que depois era só tomar um relaxante muscular que estava tudo certo.
A banda se dividiu entre músicas de contestação social – como “Episotomia”, que fala sobre violência obstétrica, e “Burn The Poor”, sobre o descaso político, inclusive ressaltando que a tragédia de Petrópolis não foi apenas um desastre natural, e sim consequência desse descaso – e as músicas baseadas em filmes de terror, do novo EP da banda.
E foi durante e música “Não Entre em Pânico” que a Eskröta nos levou de volta aos anos 2000, com o próprio Ghostface (interpretado pelo marido da Tamy) aparecendo no palco e jogando bolas enormes de plástico na plateia. A banda contou com a participação de Daniel Pacheco, da banda Vomit Bag Squad, nessa música.
Depois desse show, o músico que mais trabalhou no pré-Kool Metal Fest, John França, pôde descansar, já que além de baterista da Eskröta, John toca guitarra na Blastrash e é vocalista e guitarrista da Cerberus Attack. Pode pedir música no Fantástico?
E enfim, perto das 21h, o D.F.C. colocou o palco da Fabrique abaixo. Voltando alguns anos na história, a banda comemorou o aniversário de 25 do clássico álbum Igreja Quadrangular do Triângulo Redondo, que, assim como muitas obras de 20, 30 anos atrás, ainda é muito atual e se encaixa perfeitamente em contestar muitas coisas que vivemos hoje na política brasileira.
A banda enfrentou alguns problemas no som durante o show e teve que parar algumas vezes, mas isso não desanimou nem a banda e nem o público. Com uma casa cheia, a D.F.C. mostrou que tem fôlego pra tocar mais 25 anos, e deu pra sentir que os fãs querem isso.
Durante toda a apresentação, o palco era constantemente invadido para stage dives e intervenções dos fãs que sabiam a letra e queriam cantar no microfone, especialmente na música “Conversa pra Boy Dormir” e no encerramento, com “Molecada 666”, quando a D.F.C. praticamente desapareceu com a quantidade de fãs no palco.
E assim terminou o primeiro pré-Kool Metal Fest de 2022: retomando os eventos que todo mundo estava com saudade e mostrando que o underground resistiu, resiste e vai continuar resistindo.
Lembrando que ainda acontecerá mais um pré-fest mês que vem e o festival em maio. Mais informações, fiquem ligados aqui no Musicult ou nas redes sociais do evento.
Fotografias por Fernando Yokota.