Muito tem se falado sobre o revival dos anos 90 e 2000 que tomou conta da moda, dos filmes e da música atualmente e é em meio a este cenário que a boyband mais influente do pop dos anos 90 está comemorando 30 anos de carreira: os Backstreet Boys.
Falar deles é sempre difícil porque eu, como uma boa trintona (com orgulho), carrego uma memória afetiva muito forte em relação aos “boys” e, embora eles já tenham se apresentado aqui no Brasil outras vezes, no último dia 27 de janeiro foi a primeira vez em que pude conferir um show de pertinho. Para falar sobre, vamos voltar um pouquinho no tempo.
Em 2020, os Backstreet Boys vieram para o Brasil com a DNA World Tour. Três cidades brasileiras receberiam a turnê: São Paulo, Rio de Janeiro e Uberlândia. Porém, por conta da pandemia, somente os shows do Rio de Janeiro e de Uberlândia aconteceram; o de São Paulo havia sido adiado, até então sem data prevista.
Em 2021, o anúncio tão esperado chegou: o show de São Paulo aconteceria no início de 2023. A espera parecia insuportável para os fãs mais ansiosos, mas valeu a pena – o show na capital paulista aconteceu e com direito a data extra para mais gente ter a chance de assistir.
DNA WORLD TOUR no Allianz Parque 27/01/2023
Quando cheguei ao Allianz Parque, local do show, a energia noventista tomou conta de mim e uma nostalgia forte se fez presente. O público era majoritariamente feminino e a quantidade de camisetas com o rosto dos integrantes e faixinhas com o nome da banda era incontável. Confesso que essa, que seria mais uma noite de trabalho, estava se tornando a realização de um sonho.
Pouco antes do show começar – estava previsto para 21:30, mas atrasou um pouco – aproveitei para prestar atenção nas pessoas em volta. Muitas estavam com sorrisos no rosto, era um clima leve e descontraído. Me posicionei um pouco atrás de onde estava a passarela, enquanto Brian Littrell, Nick Carter, AJ McLean, Kevin Richardson e Howie D. subiam ao palco ao som de “Everyone“.
E num piscar de olhos, “I Wanna Be With You” e “The Call” passaram como um furacão, rápidas e intensas. Quando realmente entendi o que estava acontecendo, já havia começado “Don’t Want You Back“. Então caí na real de que esse seria um dos shows mais intensos que eu veria em minha vida.
Um sucesso atrás do outro, acompanhados de sorrisos, acenos, trocas de figurino e coreografias que beiram a breguice, mas de uma forma positiva porque sinceramente quem gosta de Backstreet Boys já vai ao show sabendo disso – e adora!
O tempo foi generoso com os integrantes que, mesmo na casa dos quarenta, ainda têm bastante energia e entregam uma performance digna de uma viagem no tempo. “Nobody Else” e “New Love“, ambas do DNA (2019), mostraram que a roupagem mais moderna do álbum funciona muito bem ao vivo, mas é incomparável com as outras eras da boyband.
Na passarela montada no estádio, os “garotos da rua de trás” cantaram e dançaram “Get Down“, clássico dançante do primeiro álbum Backstreet Boys (1996). “Chateau” foi a responsável por finalizar a primeira parte do show.
Em seguida, “Show Me the Meaning of Being Lonely” trouxe aquele clima de baladinha lenta, boa demais para cantar junto, e abriu espaço para uma das queridinhas do público, “Incomplete“, que mostrou que todo mundo ali estava com o inglês muito bem afiadinho, obrigada.
“Undone” e “More Than That” foram seguidas de “The Way It Was” com Nick mostrando que mesmo nas músicas mais recentes, aquele vocal que fez metade das mulheres dos anos 90 se apaixonarem por ele continua intacto – eu tô falando sério. Em seguida, mais uma do DNA, “Chances“, naquele esquema de apresentar as músicas novas enquanto os fãs recuperam energia para as mais nostálgicas.
E digo isso com tranquilidade porque são 30 anos, né? Haja música que fez sucesso, clipe memorável, dancinhas decoradas… A verdade é que o álbum DNA veio como uma linda forma de revitalizar a banda e trouxe gratas surpresas, mas nesse tipo de show o que faz diferença mesmo são as nostálgicas – e eles entregaram muita nostalgia.
Encontro de eras junta a nostalgia à novidade
“Shape of My Heart” e “Drowning” mexeram com o coração dessa que vos escreve. “Passionate” também, mas de uma forma diferente, isso porque a música foi introduzida de uma forma bem interessante, para dizer o mínimo: AJ e Kevin trocaram de roupas atrás de um biombo no palco e por fim jogaram suas cuecas para o público.
A brincadeira funcionou bem para atiçar a imaginação de quem estava presente e também fez sentido com a música, que tem uma pegada mais sensual, que funciona também para “Quit Playing Games (With My Heart)” – se você não lembra dos caras com a camisa aberta e fazendo poses enquanto se molham no clipe você viveu os anos 90 errado.
Neste momento, inclusive, pude ver ainda mais de pertinho o Kevin (cada um tem seu favorito, este é o meu, ok?), que veio até o lado da passarela onde eu estava e sentou para cantar olhando para os fãs.
Adoraria dizer que foi possível olhar de volta para ele, mas infelizmente isso não aconteceu por conta do poste de iluminação que foi colocado direcionado para o palco e fez com que a visão de quem estava ali na frente fosse basicamente essa:
“As Long as You Love Me“, sucesso estrondoso do álbum Backstreet’s Back (1997) fez todo mundo cantar junto. Outra vez as novatas serviram como respiro com “No Place” e “Breathe“. E o terceiro bloco do show foi finalizado com mais três baladinhas “Don’t Wanna Lose You Now“, “I’ll Never Break Your Heart” e “All I Have to Give“.
Se você está se perguntando “caramba, já deu mais de uma hora de show e nada daquela música lá”, calma, chegou a hora: “Everybody” levantou absolutamente todo mundo que estava presente no Allianz, e eu, que estava tentando manter a pose de profissional, decidi me permitir e cantei bem alto e arrisquei uns passinhos.
Esse foi o momento em que pensei “pronto, agora chegou a hora de uma coreografia atrás da outra”. Dito e feito, “We’ve Got It Goin’ On“, “It’s Gotta Be You“, “That’s the Way I Like It“, “Get Another Boyfriend” e “The One” fizeram deste o bloco mais dançante de toda a setlist.
“I Want It That Way“, hino de toda uma geração, anunciava que o show estava se encaminhando para o final e foi seguida do sucesso da nova era dos Backstreet Boys, “Don’t Go Breaking My Heart“, single do DNA que foi muito bem recebido pelos fãs. “Larger Than Life” encerrou o show de nostalgia e me fez ter certeza de que o aniversário é dos Backstreet Boys, mas o presente é dos fãs!
Confira a setlist do show dos Backstreet Boys em São Paulo em 27/01/2023
- Everyone
- I Wanna Be With You
- The Call
- Don’t Want You Back
- Nobody Else
- New Love
- Get Down (You’re the One for Me)
- Chateau
- Show Me the Meaning of Being Lonely
- Incomplete
- Undone
- More Than That
- The Way It Was
- Chances
- Shape of My Heart
- Drowning
- Passionate
- Quit Playing Games (With My Heart)
- As Long as You Love Me
- No Place
- Breathe
- Don’t Wanna Lose You Now
- I’ll Never Break Your Heart
- All I Have to Give
- Everybody (Backstreet’s Back)
- We’ve Got It Goin’ On
- It’s Gotta Be You
- That’s the Way I Like It
- Get Another Boyfriend
- The One
- I Want It That Way
- Don’t Go Breaking My Heart
- Larger Than Life
Os Backstreet Boys já foram embora do Brasil, mas eles se despediram de forma bem digna, confira:
Por aqui já estamos com saudades!