Texto por Ricardo Oliveira
Fotos por Gustavo Diakov
A cidade de São Paulo foi, mais uma vez, presenteada com grandes shows, e entre eles os dos britânicos Judas Priest, banda lendária do heavy metal, formada por Rob Halford, Ian Hill, Glenn Tipton, Scott Travis e Richie Faulkner, que se apresentou no Vibra São Paulo no último dia 15.
A noite, que fazia parte da série de pré-shows do Knotfest, ainda contou com a abertura dos norte-americanos Pantera, que prestaram tributo a Dimebag Darrell, tragicamente assassinado em 8 de dezembro de 2004 e seu irmão Vinnie Paul, falecido em 23 de junho de 2018.
Pantera enlouqueceu público como banda de abertura
Exatamente as 20h40, as luzes se apagaram e os holofotes voltavam-se para a bandeira no palco enquanto a vinheta de abertura finalizava para a entrada de um slide de guitarra monstruoso. Bandeira caindo, começa o riff matador de “A New level” e, nem precisamos dizer que o Vibra São Paulo quase veio abaixo – ouso dizer que dava para sentir os espíritos de Dimebag e Vinnie Paul muito bem representados por Zakk Wylde e Charlie Benante.
O setlist seguiu com “Mouth For War”, “Strength Beyond Strength”, “Becoming”, “ I’m Broken” e “5 Minutes Alone”, como um rolo compressor fazendo o público sentir músculos nem sabia que existiam.
“This Love” foi uma pausa pra recuperar o ar e preparar pra sequência de “Yesterday Don’t Mean Shit” e “Fucking Hostile”.
Um dos momentos mais marcantes do show foi “Planet Caravan”, cover de Black Sabbath, que deixou o público completamente emocionado com a interpretação da banda e as imagens da carreira dos irmãos Dimebag e Vinnie passando pelos telões.
Assim, com todos consumidos pela emoção, a banda ainda soltou a trinca “Walk”, “Domination-Hollow” e “Cowboys From Hell”, e ainda uma palhinha do clássico “Stairway to Heaven”, encerrando um dos shows mais pesados e emocionantes que passaram por São Paulo.
Judas Priest e a prova de que tudo que é bom, sempre pode melhorar
Mas a noite metal não parou por aí, afinal a banda principal ainda era muito aguardada: Judas Priest!
Houve um atraso, mesmo com o grande empenho da equipe técnica para desmontar e montar o novo cenário, então, somente às 22h46 o Judas Priest subiu ao palco para nos presentear com seus 50 anos de Heavy Metal.
A espera, valeu muito a pena. O Judas Priest e sua cruz imponente entregaram um excelente espetáculo. A introdução de “The Hellion”, com seu “ooOo ooOo” cantado pelo público foi de arrepiar, poderosa e extremamente impactante, fazendo muita gente quase chorar naquele momento.
Como canta Sergio Reis, “panela velha é que faz comida boa” e os muitos anos de estrada não fizeram o Judas perder o brilho, pois a banda está cada vez melhor. E o “vovô” Halford, com suas 71 primaveras, surpreendeu desde o início da música “Electric Eye”, demonstrando com sua experiência uma apresentação digna dos lords do metal.
A entrega do Judas Priest em São Paulo foi de 1h40, com um clássico atrás do outro, orquestrando o show em alto nível, com destaque especial à sinfonia de guitarras, característica marcante nas músicas da banda.
Richie Faulkner, expondo sua enorme cicatriz no peito, totalmente recuperado de sua cirurgia cardíaca, deu um show à parte, sendo extremamente carismático, distribuindo palhetas para o público e fazendo seu trabalho com maestria.
A música “Metal Gods” foi comandada por Scott Travis, demonstrando sua excelente forma com as baquetas. Depois, foi a vez de “Screaming for Vengeance”, outra paulada mandada por Halford.
Com o público insano depois dessa sequência, a banda retornou para o “bis”, e Halford adentra ao palco com uma Harley Davidson e o som ensurdecedor do ronco do motor para mandar “Hell Bent for Leather”, “Breaking the Law” e “Living After Midnight” – aqui, mais uma vez, dava pra ver lágrimas nos olhos até dos fãs mais durões.
O Judas Priest, pouco mais da meia noite, encerrou mais uma aula de heavy metal, e quem acompanhou as vindas da banda por aqui sabe que os shows dificilmente são feitos sem energia e categoria.
Dessa vez, para muitos, os britânicos surpreenderam com uma apresentação ainda melhor, que ficará guardada por um bom tempo na mente dos fãs que puderam ver Judas Priest em São Paulo.
Show espetacular. Após 50 anos de heavy metal o JUDAS Priest mantém a forma.
Pantera, matador..
Judas é tipo vinho, quando mais velho melhor… Show inesquecível