Talvez soe até repetitivo, mas a turnê Love On Tour já era esperada pelos fãs de Harry Styles desde 2019 e foi adiada por mais de dois anos por conta da pandemia. De lá para cá, muita coisa mudou, e o artista se destacou cada vez mais na música e até no cinema, se projetando para o mundo todo, como se já não fosse um fenômeno repleto de fãs desde sua jornada no One Direction.
Esses pontos são importantes para entender a dimensão dos shows do artista aqui no Brasil. São, ao todo, 5 shows em território brasileiro, sendo 3 deles apenas em São Paulo. Nem é preciso explicar o porquê de ter mais de uma data extra, né?
Fato é que, depois de muita espera, finalmente chegaram os refrescos e a Love On Tour já está a todo vapor, e é por isso que te convidamos a relembrar como foi o primeiro show aqui em São Paulo.
Se tá na chuva, é para se molhar!
Ah, o clima em São Paulo, né? Mesmo com todos os preparativos dos fãs, que costumeiramente usam roupas mais brilhantes e chamativas – uma espécie de dress code para os shows de Styles, não teve como escapar do item essencial na vestimenta: a famosa capa de chuva. Isso porque no dia 6 de dezembro choveu, mas não foi pouco, choveu MUITO e torrencialmente. Confesso que a caminho do show me peguei pensando várias vezes “poxa, mas será que essa chuva vai atrapalhar tudo?”. Sorte que essa impressão passou logo que pisei os pés – molhados – no estádio Allianz Parque, local onde aconteceu o show.
Mesmo nos corredores, antes de chegar ao lado de dentro onde estava o palco, era possível ouvir em alto e bom som os fãs cantando as músicas que estavam tocando antes do show, mesmo as que não tinham “nada a ver” com o cantor, como a música “Bohemian Rhapsody”, do Queen, que foi cantada em coro pelo público.
Uma cena que me chamou a atenção foi ver uma moça, na pista premium, dançando na chuva, envolta de plumas molhadas e murchas, mas que compunham um look que parecia dizer “nem a chuva vai me desanimar”. E foi nesse clima que, às 21:05, os primeiros acordes de “Music For a Sushi Restaurant” começaram a ecoar.
Harry Styles dividiu o show com os fãs
Se o show tivesse mesmo acontecido em 2020, ele teria sido completamente diferente, uma vez que Harry Styles ainda não tinha lançado o álbum Harry’s House (2022), responsável pela música mais ouvida de 2022, “As It Was“. Neste sentido, o adiamento foi positivo, pois as novas músicas foram o foco da setlist do cantor e funcionaram muito bem ao vivo. “Music For a Sushi Restaurant” veio seguida de “Golden” e “Adore You“, estas duas do divisor de águas Fine Line (2019).
Harry Styles andava de um lado do palco para o outro, dançando e distribuindo acenos e beijinhos para quem estava colado nas grades do palco. Teve muita gente que acampou nas filas para garantir um espacinho perto do ídolo, e o bom é que, como a estrutura do show conta com uma passarela, a área de grade aumenta, proporcionando espaço para mais fãs terem essa chance.
Sobre a passarela, cheguei a ouvir uma fã se dizendo preocupada por achar que o cantor não iria até lá, uma vez que estava chovendo forte, mas não demorou para Styles correr para a passarela e cantar como se a chuva fosse um mero detalhe. Ele realmente não se importou com isso, dançou, cantou, brincou e seguiu o show. Tive a oportunidade de ver o Harry Styles bem de pertinho porque ele veio para a grade lateral do palco, onde eu estava, e notei que ele estava com o cabelo encharcado, mas a roupa parecia sequer ter sido molhada, provavelmente era impermeável, pensada para aquela ocasião.
“Daylight“, “Cinema“, “Keep Driving” e “Satellite” vieram para reforçar que o foco eram as músicas novas, e o público respondeu à altura, literalmente, porque em diversos momentos do show, a voz de Styles parecia até “baixa” tamanha a intensidade dos coros dos fãs.
Bem aqui arrisco dizer que o especial mesmo dos shows do cantor não são os looks extravagantes ou as dancinhas e interações e sim o público. Eu, em todos esses anos em que trabalho com coberturas de shows, vi pouca ou nenhuma vez um público cantar tão alto. E esse amor dos fãs pelo artista parece ser recíproco porque Styles fez questão de lembrar que tem “Brasil” tatuado na coxa.
“She” e “Matilda” trouxeram lágrimas e sorrisos, enquanto “Lights Up” resultou em um ballet de lanternas de celulares. “Canyon Moon” e “Treat People With Kindness” prepararam o terreno para um momento muito esperado por quem acompanha o artista desde o início, “What Makes You Beautiful“, do One Direction, provou que mesmo quem já superou o fim da boyband não resiste a esse hit.
Em “Late Night Talking“, o cantor fez questão de apresentar sua banda, muito ovacionada pela galera. Em seguida, “Watermelon Sugar” fez todo mundo dançar antes de “Love of My Life“, que fechou a penúltima parte do show, antes do bis.
Depois de uma breve pausa, Harry Styles voltou ao palco para o bis, que já começou com “Sign Of The Times“, hino do álbum Harry Styles (2017). O cantor não perdeu a oportunidade de fazer uma cena quase que de filme, cantando a música enquanto tomava chuva e erguia a bandeira do Brasil. A gente gosta disso, Harry, continue.
Mas não tem como pensar em Harry Styles sem atribuir ao sucesso estrondoso “As It Was“, penúltima música do show, com direito ao público cantando mais alto que o próprio artista. Novamente, que bom que o show foi adiado por dois anos, tornando esse momento incrível! “Kiwi“, também do álbum de estreia de Styles, fechou o show da forma mais rock’n’roll possível.
Confira a setlist do show de Harry Styles em 6 de dezembro no Allianz Parque:
- Music for a Sushi Restaurant
- Golden
- Adore You
- Daylight
- Cinema
- Keep Driving
- Satellite
- She
- Matilda
- Lights Up
- Canyon Moon
- Treat People With Kindness
- What Makes You Beautiful (One Direction)
- Late Night Talking
- Watermelon Sugar
- Love of My Life
- Sign of the Times
- As It Was
- Kiwi