A Balaclava, marca de música que atua há uma década no país como selo musical, produtora cultural, editora fonográfica e revista, apresenta hoje a programação completa que irá compor a próxima edição de seu festival de música, o Balaclava Fest, que acontece no dia 11 de dezembro, em São Paulo. Os ingressos estão à venda no site da Ingresse.com.
Três atrações internacionais de peso da cena musical alternativa se apresentarão pela primeira vez no país e exclusivamente no festival: de Seattle, o folk cultuado de Fleet Foxes; o indie pop melancólico e grudento da canadense Alvvays e a psicodelia norte-americana do Crumb com influências do trip hop e da música brasileira sessentista.
O lineup nacional está composto por quatro dos mais interessantes representantes da nova música brasileira. O trio paulistano Ombu apresenta o show de seu recém-lançado álbum de estreia Certas Idades, influenciado por grupos como Clube da Esquina e Beach Boys. Além deles, estão os também paulistas da Pluma, queridinhos da cena independente com seu neo jazz com ares psicodélicos em ambiente pop eletrônico e muita criatividade em synths e beats, com sonoridade que flerta com Stereolab. O compositor, poeta e multi-instrumentista alagoano Bruno Berle apresenta seu R&B contemporâneo presente em No Reino dos Afetos, com referências que vão de João Donato a Steve Lacy, apresentando um dos discos mais elogiados em 2022 pela crítica nacional. Por fim, a sutileza e sofisticação da mineira Jennifer Souza, dona de um dos álbuns mais delicados do ano passado, Pacífica Pedra Branca, remetendo às obras de Milton Nascimento com arranjos do folk e indie norte-americano e que foi indicado como um dos melhores discos do ano pela APCA (Associação Paulista dos Críticos de Artes).
O evento será realizado no Tokio Marine Hall (casa de shows anteriormente conhecida como Tom Brasil), localizado na zona sul da capital paulista, com capacidade para 4 mil pessoas, marcando assim a maior edição da história do festival.
O Balaclava Fest já contou com onze edições desde 2015 e se tornou um dos principais eventos da música na América do Sul, ao reunir nomes de destaque da música pop e alternativa nacional e internacional, com duas edições ao ano. Já passaram pelo festival nomes de destaque como Mac demarco, Warpaint, Kelela, RIDE, Deerhunter, Mercury Rev, Shame, Yuck, Wild Nothing, Terno Rei e Elza Soares, entre tantos outros.
FLEET FOXES
Fleet Foxes é considerada uma das principais bandas norte-americanas na música indie e folk da última década, liderada pelo cantor e compositor Robin Pecknold. Logo em seus primeiros lançamentos no ano de 2008, o EP “Sun Giant” e o altamente aclamado álbum “Fleet Foxes”, se tornaram destaque na então nova cena folk e conquistaram a atenção da imprensa mundial. O sucesso de faixas como “White Winter Hymnal”, “Ragged Wood” e “Tiger Mountain Peasant Song” os levou a se apresentar nos maiores festivais do mundo, ganhando comparações a Simon & Garfunkel, The Zombies e Crosby, Stills & Nash.
Com uma carreira consistente ao longo de mais de uma década em atividade, o Fleet Foxes lançou em 2020 seu quarto álbum intitulado “Shore”, levando a uma indicação no Grammy na categoria Melhor Álbum de Música Alternativa. Neste mais recente trabalho, o brasileiro Tim Bernardes participa da faixa “Going-to-the-Sun Road” e esteve em turnê solo abrindo shows do Fleet Foxes pelos EUA e Europa. No show em São Paulo, Robin Pecknold se apresenta com a banda composta por Skyler Skjelset, Casey Wescott, Christian Wargo e Morgan Henderson.
ALVVAYS
Formada em 2011 em Toronto, Canadá, a banda Alvvays (pronuncia-se Always) tem sua sonoridade associada aos estilos indie pop, dream pop, twee pop e noise pop. Em 2014, lançaram seu disco de estreia “Alvvays”, emplacando uma série de canções em college radios da América do Norte, como “Adult Diversion”, “Next of Kin”, “Party Police” e “Archie, Marry Me”. O disco se tornou queridinho da imprensa indie e foi muito bem recebido no mundo todo com destaque no Reino Unido, conquistando fãs de Teenage Fanclub, The Smiths e Camera Obscura.
Em 2017, o álbum “Antisocialites” consolidou o quinteto no rock alternativo, trazendo sucessos como “In Undertow”, “Dreams Tonite” e “Not My Baby”. Após uma pausa não planejada de cinco anos, o grupo retoma às atividades em outubro de 2022 com o lançamento de seu terceiro trabalho “Blue Rev”, incluindo os já prestigiados singles “Pharmacist” e “Easy On Your Own”, remetendo a guitarras de referências como My Bloody Valentine, Yuck e The Pains Of Being Pure At Heart.
Alvvays é composto atualmente pela vocalista e compositora Molly Rankin, Alec O’Hanley (guitarra), Kerri MacLellan (teclados), Sheridan Riley (bateria) e Abbey Blackwell (baixo).
CRUMB
Crumb é uma banda fundada em Boston, EUA, formada por Lila Ramani (guitarra, vocais), acompanhada por Jesse Brotter (baixo), Brian Aronow (sintetizadores, teclado, saxofone) e Jonathan Gilad (bateria). Se reuniram em 2016 para desenvolver e gravar uma coleção de músicas que Ramani começou a escrever no ensino médio e na faculdade, criando arranjos cheios de personalidade. O resultado disso foram os dois primeiros EPs, “Crumb” de 2016 e “Locket” de 2017, nome este que dá título a uma das faixas de maior sucesso do grupo.
O som do quarteto norte-americano traz uma mistura de música psicodélica dos anos 60, jazz, indie rock e pop relaxante. Há ainda uma forte influência da música brasileira, com menções a Arthur Verocai como referência. Crumb foi comparado pela imprensa e público a nomes como BadBadNotGood, Tame Impala, Melody’s Echo Chamber, Stereolab e Broadcast.
O álbum de estreia “Jinx” veio em 2019 e firmou a banda como uma das principais apostas alternativas pelo mundo, incluindo os hits “Ghostride” e “Part III”. A calma e leveza nas canções tornou o Crumb a trilha sonora perfeita para um público imenso durante o período da pandemia, de forma quase meditativa. O trabalho mais recente é “Ice Melt”, segundo álbum da carreira lançado em 2021. As sessões ao vivo do grupo no YouTube se tornaram marcantes e chamam a atenção pela intensidade das performances e a criatividade, sempre presentes nas listas de “bandas para seguir” dos últimos anos.
OMBU
Formado em 2012, o Ombu é um trio composto por João Viegas, Santiago Obejero Paz e Thiago Barros. Enquanto seus EPs anteriores (“Mulher”, 2012, e “Pedro”, 2015) eram marcados pela crueza e simplicidade dos instrumentos, o álbum de estreia “Certas Idades”, lançado em agosto de 2022 pela Balaclava Records, apresenta inspiração em discos antigos de estúdio de big-bands como Wrecking Crew, em “Pet Sounds” dos Beach Boys e Clube da Esquina, em seu disco homônimo.
Gravado no Rio de Janeiro em 2020 e com produção de Alexandre Kassin (Los Hermanos, Caetano Veloso), o novo trabalho traz uma maturidade nítida da banda e aborda as mudanças da vida, atribuindo diferentes pesos a cada fase, mas sem estabelecer uma idade específica para experiências e desejos.
A sonoridade acompanha esse movimento, colocando em prática a vontade de explorar o desconhecido e levando a banda a novas inspirações e desafios, como no uso de arranjos de cordas e sopros, além de novos instrumentos, com destaque para piano, órgão e mellotron. O álbum é repleto de sensações nostálgicas, firmando a identidade da Ombu com visões modernas sob uma estética original e de vanguarda.
JENNIFER SOUZA
Jennifer Souza é artista mineira com 20 anos de carreira musical e reconhecimento no Brasil e exterior com seu trabalho solo e como integrante dos grupos Moons e Transmissor.
Cantora, compositora, instrumentista e produtora, lançou pelo selo Balaclava Records em 2021 seu segundo álbum, Pacífica Pedra Branca, indicado entre os melhores discos brasileiros do ano pela APCA.
Com morfologia sonora que se desloca da canção brasileira ao jazz do coração, do folk melancólico ao indie de instrumentação múltipla e insuspeitada, suas canções revelam uma geografia musical muito própria.
BRUNO BERLE
Maceió, a capital do estado brasileiro de Alagoas, em sua extensa costa leste, abriga casas coloniais em tons pastel, praias de areia branca e um jovem e brilhante compositor, poeta e multi-instrumentista chamado Bruno Berle.
Com uma sensibilidade surpreendente para composições pop sinceras, no disco No Reino Dos Afetos, Berle abraça firmemente a seriedade, por meio de canções de amor, vinhetas ambientais, batidas quentes e caseiras e toques suaves de MPB.
Instantaneamente reconhecível como um artista ímpar de sua geração, Bruno preenche todos os espaços da composição – o que não surpreende, considerando que ele tocou a maioria dos instrumentos.
PLUMA
O quarteto paulistano, Marina Reis (vocal), Diego Vargas (teclado e synth), Guilherme Cunha (baixo) e Lucas Teixeira (bateria), criado em 2019, é resultado de um projeto de TCC do curso de produção fonográfica do Centro Universitário Belas Artes. O 1º EP – Mais do Que Eu Sei Falar – saiu em 2020 e o segundo, Revisitar, é de 2021.
Uma das marcas da Pluma é a voz calma e doce de Marina somada ao instrumental repleto de camadas e texturas, com espaço até mesmo para o groove.
Como os integrantes são, além de músicos, produtores musicais, as faixas são produzidas e gravadas pelos próprios. Isso torna as músicas objeto de experimentações musicais e dá a eles uma atuação maior do que apenas instrumental nas faixas.
SERVIÇO:
Balaclava Fest 10 Anos
com Fleet Foxes, Alvvays, Crumb, Ombu, Jennifer Souza, Bruno Berle e Pluma
Datas: 11 de dezembro de 2022
Local: Tokio Marine Hall
R. Bragança Paulista, 1281 – Várzea de Baixo
Próximo à estação João Dias (Linha 9-Esmeralda CPTM)
Horários do festival:
Portas: 15h
Encerramento: 23h
Classificação etária: 16+
Ingressos: ingresse.com/balaclavafestdez22