A retomada dos shows, especialmente dos grandes shows em estádios, tem sido uma experiência emocionante. Talvez mais até do que imaginávamos que seria esse momento quando, lá em 2020, tudo foi adiado, cancelado etc.
A Worldwired Tour do Metallica foi um desses eventos que, agora, finalmente aconteceu no Brasil. Começando em Porto Alegre no dia 5 de maio, a turnê terminou dia 12 em Belo Horizonte. No dia 10, foi a vez do Estádio do Morumbi, em São Paulo, receber a banda pela 4ª vez na história.
E não foi só o Metallica que o estádio recebeu. As bandas Ego Kill Talent e Greta Van Fleet também se apresentaram, e o público lotou o espaço: 70 mil pessoas!
Metallica em São Paulo – o show
Às 16h da terça-feira, dia 12, os portões do estádio se abriram e, às 18h30, Ego Kill Talent abriu o evento. A banda não escondeu nas redes sociais a alegria por fazer parte deste momento e compartilhou um vídeo do encontro com o Metallica nos bastidores.
Depois, às 19h30, o estádio começava a encher e os americanos do Greta Van Fleet subiram ao palco. A banda, que tem fortes referências ao rock dos anos 70, conta com o vocal poderoso de Josh Kiszka, tanto que ouvi gente na plateia afirmando, sem dúvida, que ele era filho do Jimmy Page…
Apesar do som do Greta ser bem diferente do Metallica, o público presente curtiu o show e tinha até pessoas usando a camisa da banda.
Enfim, às 21h, o estádio já estava lotado de pessoas ansiosas pelo Metallica, que entrou no palco depois de uns 20 minutos com a sequência “Whiplash” – “Ride the Ligthning” – “Fuel”, mostrando, logo de cara, que a noite ia ser quente – literalmente, afinal em “Fuel” rolou muita pirotecnia não apenas no palco, mas nas estruturas que ficavam no meio do estádio.
Entre uma música e outra do início do show, James Hetfield aproveitou para avisar que quem precisasse ter um bebê naquela noite, era só se dirigir ao backstage, fazendo referência à notícia da mulher que deu à luz durante o show da banda em Curitiba.
Depois do clássico “Seek and Destroy”, veio a primeira das muitas surpresas do setlist da noite: “Hollier Than Thou”, do álbum Metallica, de 1991. Depois, veio o clássico que ninguém consegue tocar no Guitar Hero, mas Kirk Hammet faz parecer fácil, “One”, mostrando mais uma vez que a banda sabe fazer um espetáculo: depois dos fogos em “Fuel”, foi a vez dos lasers no solo de “One”, com as luzes indo de um ponto a outro do estádio e acompanhando a melodia.
Uma coisa que foi possível notar em todos os setlists dos shows no Brasil é que o Metallica decidiu inovar e tocar músicas diferentes entre um show e outro, além de incluir as tais surpresas que falei ali em cima durante o set. Em São Paulo, a aguardada “Moth into Flame” ficou de fora, mas, em compensação, depois de “Sad but true”, o público foi surpreendido por “Dirty Window”. E quando eu digo surpreendido, eu digo de verdade, pois ao meu redor só se ouviam gritos de “eu não acredito que eles estão tocando essa!” e “eu nunca ouvi essa ao vivo!”.
Outras surpresas do set foram “Creeping Death” e “Welcome Home (Sanitarium)”, que se misturaram aos clássicos “For Whom the Bells Tolls” e “Master of Puppets”, que, inclusive, encerrou o show antes do BIS.
No retorno ao palco, a banda tocou “Spit Out the Bone”, a romântica “Nothing Else Matters”, que fez o público acender os celulares e isqueiros, e, como não podia ser diferente, encerrou, de fato, com “Enter Sandman”. O público cantou todas as músicas, mas em Enter Sandman a reação foi ainda mais especial.
Ao terminar, o público cantava “olê olê olê olá Metallica” e a banda, visivelmente emocionada, demonstrava seu carinho pelo Brasil, que já tinha ficada muito claro nas 8 vezes anteriores que o Metallica tocou por aqui e pelo palco desta turnê que exibiu, em um momento, as cores da nossa bandeira. Mas nunca é demais lembrar o quanto o Metallica ama o Brasil e o quanto o Brasil ama o Metallica, né?
O amor é tanto que, durante os agradecimentos, Robert Trujillo pegou o microfone e cantou que era brasileiro com muito orgulho e muito amor.
E se toda essa emoção não fosse suficiente, os caras ainda mostraram um filminho de toda a montagem do palco em São Paulo junto de um agradecimento final no telão. Mas quem tem que agradecer, Metallica, sem dúvida, é a gente, que teve a oportunidade de ver um show tão memorável assim.
E pra quem já veio 9 vezes ao Brasil, o que é mais uma, né? Voltem logo, já estamos com saudade!
Metallica em São Paulo – Setlist Completo
- Whiplash
- Ride the Lightning
- Fuel
- Seek & Destroy
- Holier Than Thou
- One
- Sad but True
- Dirty Window
- No Leaf Clover
- For Whom the Bells Tolls
- Creeping Death
- Welcome Home (Sanitarium)
- Master of Puppets
- Spit Out the Bone
- Nothing Else Matters
- Enter Sandman