
Aconteceu neste fim de semana o Popload Festival 2025. Com o lema “Aqui pela música”, o festival voltou após três anos e, mais uma vez, provou que podemos contar com sua excelente curadoria para reunir diversos estilos musicais no Parque Ibirapuera. Com destaque especial para as artistas femininas, que brilharam nos palcos.
Estávamos lá pela música, e por todas essas mulheres incríveis que fazem sons tão autênticos. Vimos artistas de estilos bem diferentes no palco, mas todas com apresentações poderosas.
Os shows que marcaram o Popload 2025
Terno Rei e Samuel Rosa

Quando o Terno Rei lançou o EP Conexão Balaclava com Samuel Rosa, já dava pra sentir que seria uma combinação maravilhosa. E no palco, foi ainda melhor. O show trouxe faixas do recente álbum Nenhuma Estrela, além de hits do dos discos Violeta e Gêmeos.
O ponto alto foi, sem dúvida, a entrada de Samuel Rosa no palco. Juntos, cantaram “Medo”, “Programação Normal” e “Dia Lindo”. Além, dos sucessos do Skank, “Resposta” e “Balada de um Amor Inabalável”.
Uma parceria que funcionou tão bem que deixou um gostinho de “quero mais”. Se o Terno Rei quiser repetir a dose e chamar Samuel para mais shows, ninguém vai reclamar.
Kim Gordon

Kim Gordon, ex-integrante do Sonic Youth, apresentou faixas de sua carreira solo, incluindo do álbum The Collective. Com um som mais experimental, ela mostrou que ainda hipnotiza o público por onde passa.
Sempre politizada, subiu ao palco com uma camiseta estampada com “Gulf of Mexico”, uma referência à luta em defesa dos trabalhadores migrantes nos EUA. Apesar de parte da plateia ter recebido o show de forma mais morna, ver uma lenda viva do rock alternativo, aos 72 anos, entregando tudo no palco, foi uma grande experiência.
Laufey

Um dos shows mais esperados do festival era o da islandesa Laufey, e dava pra perceber só de olhar o público: garotas com laços no cabelo, vestidos longos, vinis em mãos… Tudo combinado com o estilo da artista.
A espera valeu a pena. Laufey é a junção perfeita de uma voz angelical, delicadeza e uma presença marcante no palco.
Seu show trouxe um ar romântico ao festival, com casais dançando abraçados ao som de faixas do álbum Bewitched e também de seu próximo disco A Matter of Time, com os singles “Silver Lining” e “Tough Luck”, que já foram lançados.
Ela ainda declarou seu amor ao Brasil e à Bossa Nova, encerrando o show com “From the Start” vestindo uma camiseta do Brasil.
“Eu sou muito inspirada pela música e pelos músicos brasileiros. Cresci ouvindo esse tipo de som e me inspirando nisso. Obrigada por me permitirem me inspirar na cultura de vocês, eu queria vir agradecer pessoalmente. Todo mundo diz que vocês são os melhores, e vocês realmente são. Eu sei que vocês dizem ‘Come to Brazil’ pra todo mundo, mas pra mim é mais especial, porque eu amo muito o Brasil.”
Vamos acreditar na promessa: Laufey volta logo. E a gente torce por um show solo.
St. Vincent

Quem já ouviu St. Vincent sabe: ela é ousada, performática e uma guitarrista incrível, como já falamos aqui. Mas ver isso ao vivo é outra história. Em turnê com o disco All Born Screaming, Annie Clark mostrou por que esse álbum merece todos os grammys que recebeu.
Faixas como “Broken Man” e “Flea” ficam ainda mais intensas ao vivo, com performances teatrais, sensuais e inquietas. Impossível tirar os olhos dela.
Músicas como “Cheerleader”, “Los Angeles” e “New York” também marcaram o show, esta última foi cantada no meio da plateia, enquanto ela tentava se soltar do segurança para se agarrada pelo público.
O final, com “All Born Screaming”, foi quase um culto sonoro para seus fãs. Um encerramento digno de uma headliner. Só ficou aquele desejo de que o show durasse mais, uma hora foi pouco para uma estrela do rock como St. Vincent.
Norah Jones encerrou o Popload 2025 com muita classe e carisma

Norah Jones foi a responsável por encerrar o Popload e fez isso com seu jeito classudo e cheio de charme, aquecendo até os corações mais frios naquela noite gelada no Ibirapuera.
Misturando sucessos que fizeram a festa nas rádios brasileiras nas últimas décadas e músicas do novo álbum Visions, Norah mostrou total domínio de palco, seja no piano ou na guitarra.
O momento mais especial veio com o dueto entre ela e Laufey, cantando juntas “Come Away With Me”. Um encontro de gerações, unidos pela delicadeza das duas.
E, claro, ela guardou o hit “Don’t Know Why” para o final, levando o público ao êxtase. A música que fez sucesso aqui ao fazer parte da trilha sonora da novela Mulheres Apaixonadas, levou um coral apaixonado a tomar conta do Ibirapuera. Um encerramento perfeito para o festival.
Fotos Vitória Ataíde/Musicult