
Créditos: Musicult
Já imaginou o que rolava nos bastidores da vida da sua diva pop favorita no fim dos anos 90, começo dos 2000? Pois é isso que Isabel Banta, autora de Honey, fez em seu romance de estreia, livro lançado no Brasil pela Faro Editorial.
O livro acompanha Amber Young desde sua infância e adolescência, quando ela percebe que sabe cantar e que quer viver de música. Assim, já pulamos para a ascensão de Amber como uma estrela pop nos anos 90 e começo dos 2000, entrando na girlband Cloud9, passando pela separação do grupo e sua busca por sucesso na carreira solo, seu envolvimento com Wes Kingston, da boyband ETA, sua amizade conturbada com outra cantora pop, Gwen Morris, a fama, as críticas e os percalços para fazer arte na indústria musical.
Tudo é contado em primeira pessoa pela protagonista do livro, mas algumas páginas, entre um capítulo e outro, mostram trechos como se fossem entrevistas e matérias publicadas em revistas sobre Amber, nos levando a mergulhar mais em todo o contexto da música pop dos anos 2000. Há até uma página para fazer um teste para saber qual cantora teen seria sua melhor amiga. Quem viveu os anos 2000 consumindo revistas de cultura pop sabe que os testes eram um ponto alto das publicações.

>>Confira aqui outro lançamento musical da Faro Editorial
A semelhança com a realidade
Você não precisa ter sido um grande fã de música pop nos anos 2000 para saber que os grandes astros daquela época eram Britney Spears, Christina Aguilera e Justin Timberlake, que, assim como nomes que vieram antes, como Michael Jackson, e nomes que vieram depois, como Justin Bieber e Miley Cyrus, são artistas que começaram muito cedo na música e, por isso, passaram a fase mais complicada de suas vidas, a adolescência, em meio aos holofotes, tendo que lidar com mudanças do corpo e de comportamento em meio a críticas de jornais e exigências da indústria.
Tudo isso levou a uma exposição gigantesca e a consequências, muitas vezes, prejudiciais para a carreira e para a vida pessoal desses artistas, basta ver o que aconteceu com a Britney em 2007 e os muitos altos e baixos de Justin Bieber. Em Honey, somos levados a entender, pelo ponto de vista da artista, como essa megaexposição funciona; como a mídia adora criar rivalidades entre cantoras que, muitas vezes, são amigas na realidade, mas devido a tantas informações, acabam se desencontrando; e como essa mesma mídia, e também a indústria da música pop, transforma os corpos e as personalidades das cantoras como algo vendável e moldável aos desejos do público.

Em Honey, é impossível não traçar paralelos com triângulos amorosos do mundo pop que já vimos acontecer de fato ou ser apenas uma invenção para vender revistas e cliques em sites enquanto acompanhamos os dramas de Amber, Gwen e Wes no livro.
Mas, justamente por isso, Honey se perde um pouco em algumas partes: há muitas páginas no livro com descrições das relações sexuais de Amber com Wes, o que não interfere muito profundamente na história, pois logo no início já é perceptível uma aproximação romântica entre os personagens.
Focando muito no relacionamento, não sobra muito espaço para outros pontos que poderiam ser trabalhados ao longo da história da Amber, mas, ao mesmo tempo, o livro é um romance e não um documentário ou biografia, então faz sentido a autora voltar seus esforços ao casal principal, certo?
Resumindo, você precisa ler Honey para tirar suas próprias conclusões, mas também para adentrar ao mundinho pop da ficção, que tem tudo a ver com a realidade.
Compre seu livro na versão física ou digital a partir do site da Faro Editorial.
