No último sábado (18) o Musicult teve o prazer de prestigiar o último show da SUPERTURNÊ, tour de Jão que homenageia seus quatro álbuns de estúdio: Lobos (2018), Anti-Herói (2019), Pirata (2021) e Super (2023).
A turnê do astro pop teve início e fim no mesmo lugar, o icônico estádio paulistano Allianz Parque, e se tornaram dois momentos extremamente significativos na carreira do cantor, que esgotou o espaço – que cabem cerca de 50 mil pessoas – em pouquíssimo tempo, e repetiu o feito três vezes, sendo duas em janeiro de 2024 (início da tour) e uma agora.
>>Relembre aqui o show de início da Superturnê no Allianz
Essa conquista é apenas a primeira das muitas razões pelas quais Jão é um dos maiores artistas nacionais da atualidade, já que não apenas esgotou um dos maiores estádios do país com um show solo – o que já é incrível para um artista brasileiro, tendo em vista que o internacional é hiper valorizado –, como entregou uma experiência única para os fãs que o prestigiaram.
Conceito e produção
Se tem uma coisa que Jão sempre entrega são apresentações extremamente bem pensadas e produzidas, seja em shows solo ou em festivais – local onde geralmente os artistas optam por estruturas mais simples –, o cantor sempre conta com muitos efeitos visuais, palcos que mostram a ideia por trás daquela apresentação e momentos que ficam na memória de quem os assiste ao vivo.
E o último show da turnê não poderia ser diferente, nele pudemos acompanhar momentos já conhecidos dos outros shows como a levitação do cantor, o dragão suspenso sobre o palco, a pirotecnia e a enorme passarela. Mas o artista e sua equipe ultrapassaram seus próprios níveis e entregaram momentos ainda mais incríveis, para encerrar a turnê e esse momento da carreira de Jão com chave de ouro.
Ainda antes do início do show, Jão mostra sua interação com seus fãs ao fazer a já conhecida batalha de músicas, em que uma de suas canções que originalmente não faria parte do setlist é escolhida pelo público por meio de uma “batalha de gritos”, e a que alcançou o barulho mais alto foi cantada por ele. A batalha ficou entre Fim do Mundo (vencedora) e Aqui, ambas de seu primeiro álbum: Lobos.
Uma contagem regressiva deu início ao show, que em meio a pulseiras de led no pulso de cada um dos fãs presentes, que piscavam conforme a música, milhares de cartas de Maria voando no Allianz, e uma plataforma em chamas, Jão se consagra não apenas como um dos maiores cantores do momento no Brasil, mas como um dos shows mais bem produzidos e grandiosos feitos nacionalmente.
Desde a banda impecável, os dançarinos, as animações que traspassaram a energia de cada música no enorme telão, Jão tem grande conexão com seu público, e deixa isso claro a cada vez que para o show e apenas conversa com seus fãs, fala o quanto se sente feliz naquele momento e o quanto ama cada um que estava ali para o prestigiar e apoiar.
A melhor das despedidas
Jão diz em sua música A Última Noite: “A mais bonita das despedidas, A melhor noite das nossas vidas”, e é cantando esse trecho a metros de altura, após subir por cabos e simular que está no alto de um prédio, que o artista contemplou os fãs que se identificaram com a frase, cantando com veracidade cada palavra.
Jão se dedica e valoriza toda sua trajetória, e em um show de mais de 2 horas deixa claro que nasceu para ser quem é, alguém que conquista diferentes gerações e faixas etárias com suas músicas sobre a vida, sobre sua vida, mas feitas de forma que talvez você sinta que ele está falando sobre uma experiência vivida por você.
E é graças a essa sensibilidade do artista, dentro e fora dos palcos, que ele conquistou e seguirá conquistando cada vez mais fãs, e ele sabe e valoriza o apoio que recebe tanto de quem ouve suas músicas e compra ingressos para seus shows, quanto de quem o ajudou a realizar toda a enorme estrutura que o fez entregar a noite vivida no Allianz.
Talvez por esse motivo tenha acontecido um momento pouco ou quase nunca visto em um show como esse, Jão exibiu no telão após finalizar uma das músicas, uma montagem que apresentava a foto de diversos funcionários que foram também os responsáveis por tudo aquilo, desde a segurança, aos operários que montaram a estrutura e outros membros da equipe, os agradecendo.
Com momentos emocionantes, dançantes, marcantes e inesquecíveis, o garoto do interior entregou em 18 de janeiro algo incrível, aos 30 anos, sendo 10 de carreira, um show onde ele focou pela última vez nos quatro elementos – Terra, Fogo, Água e Ar – para representar cada um de seus álbuns, mas que não foram os únicos presentes no estádio: aquela apresentação tinha também muito carisma, talento, amor e dedicação, que juntos fizeram o Allianz receber o show de um artista brasileiro.
E não havia escolha mais simbólica do que começar e encerrar esse ciclo em São Paulo, cidade que Jão cita em várias músicas, lugar onde vive e que agora marca a lembrança de alguns dos momentos mais especiais de sua carreira até aqui.