Quando entrevistamos Shawn James (confira a entrevista aqui), falamos sobre as expectativas do músico em relação a uma grande turnê que ele fez em diversas cidades do Brasil.
Ao todo, foram 6 shows e o Musicult esteve presente em dois deles: São Paulo e Rio de Janeiro, inclusive a capital paulista foi a primeira cidade a receber o cantor norte-americano em um show memorável. Não teve temporal nem queda de energia que impediu os fãs do cantor de aparecerem no Carioca Club na sexta-feira, 11 de outubro. Todos de preto e faixa etária variada, o público estava certo de que assistiriam a um show divertido, e nisso estavam certos.
>>Relembre aqui a passagem de Shawn pelo Brasil em 2023
Shawn James é um cantor de rock (ou heavy metal folk para ser mais específica) com mais de 10 anos de carreira e sete álbuns. Na turnê Muerte Mi Amor, o cantor subiu no palco do Carioca Club com a música “Dust to Dust”. O público já estava pra lá de aquecido e pronto para cantar junto e Shawn não esperou para tocar uma de suas melhores canções, “Curse of the fool”. Com a energia lá no alto, não tinha como os paulistas não receberem elogios: “Não tem lugar no mundo que devolve essa energia de volta cantando”, disse Shawn.
Em seguida, o público ouviu “The Thief and the Moon” e “Burn the Witch” (que Shawn escreveu a partir do ponto de vista de uma bruxa sendo queimada) sem poupar interação com o simpático e empolgado violinista da banda de James, Sage Cornelius.
Logo depois da animada “Opheus”, inspirada no mito grego de Orfeu e Eurídice, Shawn anunciou “Depois de ficarem muito felizes, agora é hora de ficarem muito tristes”. Ele dispensou a banda de palco e hipnotizou todo mundo com sua voz e violão pelas próximas músicas acústicas. “Muerte mi amor”, “That’s Life” e “The Guardian (Ellie’s Song)”, trilha de The Last of Us.
O show seguiu com o costumeiro cover de “Like a Stone”, do Audioslave, e o cover surpresa de “Fear of The Dark” do Iron Maiden. O público já meio cansado não cedeu quando Shawn voltou para um bis. Após mais de 20 músicas a noite se encerrou em peso com as canções mais agitadas: “Haunted” e “Chapter II: Hunger”.
Depois de uma semana de trabalho e tempestade paulista, nada como Shawn James para afundar nossos corações com suas músicas melancólicas, e, como ele mesmo disse, depois nos puxar de volta com as canções animadas. Shawn faz exatamente isso com sua voz, que continua vindo das profundezas do inferno — no melhor sentido da expressão possível –, tão potente que se sente na sola dos pés. Que venha mais vezes!
E como foi a visita de Shawn James ao Rio de Janeiro?
O público carioca mostrou-se entusiasmado e apaixonado, cantando em coro audível a maior parte do setlist e interagindo com a banda, por meio de gritos de incentivo, brincadeiras, abanadas de leques e aplausos animados.
Se o público foi receptivo e caloroso, o mesmo pode ser dito em relação à banda, que exala carisma, por meio de interações, sorrisos e da escolha de acatar um pedido da plateia e performar “Son of the Wolf”, que não tocavam faz anos.
A banda entregou um show envolvente, alternando entre momentos na guitarra e momentos acústicos. A primeira parte foi marcada por um som enérgico, com presença da guitarra, bateria e violino, enquanto a segunda foi mais calma e soturno, ao som do violão.
Além do talentoso vocalista e de uma banda em sintonia, um dos grandes destaques do show foi o violinista Sage Cornelius, que entregou uma verdadeira performance, dedicando-se ao violino quase como se o instrumento fosse uma extensão dele. O som do violino traz um elemento único às músicas, sobretudo ao vivo.
Assim como o show de São Paulo, faixas do lançamento mais recente Honor & Vengeance (2023) se destacaram no setlist, assim como o cover de Like a Stone (Audioslave). Mas se São Paulo teve mais um cover, “Fear of the Dark”, no Rio foi a vez de “Ain’t no Sunshine When She’s Gone” (Bill Whiters).
O final também foi um pouco diferente, pois Shawn fez um show um pouco mais curto e encerrou o encore ao som de “Haunted”. A causa disso foi, como informado pela esposa do cantor, que interagiu com alguns fãs presentes no local após o show, foi Shawn ter sentido um mal-estar durante o show, mas, mesmo com esse detalhe ruim, a noite de Shawn James no Rio foi igualmente memorável ao show na capital paulista.
Fotos por Matheus Paiva e resenha escrita a quatro mãos por Carina Silva e Gabriela Pavão.