A banda Pense lançou seu quarto álbum de estúdio, “Tudo que temos de lembrar” e o Musicult teve o prazer de ouvir antecipadamente essa obra que está disponível em todas as plataformas a partir de hoje, 23 de outubro.
Os fãs da banda aguardaram com muita ansiedade por esse novo álbum, pois, apesar das mudanças, principalmente na formação da banda, a sonoridade e a temática das letras se mantiveram numa linha bastante parecida, porém com autenticidade. A banda parece mais direta em seu discurso nesse álbum, e em muitas letras deixa claro uma mensagem que aparecia de forma mais sub-entendida nos trabalhos anteriores da banda, e pessoalmente acredito que assim como o hit “Eu não posso mais” do último álbum “Além daquilo que te cega”, as músicas do “Tudo que temos que lembrar” têm tudo para aproximar o discurso da banda com a realidade vivida pelos fãs que escutam a banda e se identificam com as letras.
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O álbum começa com uma mensagem bem direta com a rápida “O que as palavras dizem”. Uma música curta, que abre o álbum muito bem, dando um gosto do que está por vir.
“Não vou recuar pra ninguém” conta a história de uma pessoa que enfrentou um desafio de se mudar para uma cidade grande em busca de oportunidades, e vem como um recado de que o Pense não desistiu e não desistirá, mesmo em meio às adversidades que a banda passou nos últimos anos. Uma das músicas que mais se destaca no álbum é tem boa chance de ser hit. A música tem uma espécie de mensagem de áudio de uma pessoa representando uma mãe dizendo que está tudo bem e para a pessoa seguir em frente. Realmente uma das músicas mais tocantes é de letra forte do álbum.
“O que nos movimenta” é uma canção mais agressiva em todos os sentidos, e fala sobre não se sentir mais a vontade com algumas pessoas e sobre mudanças no geral. Me lembrou bastante a música “máquina do tempo” do primeiro disco do Pense, “espelho da alma”
“Ampliar a visão” fala sobre a falta de oportunidade de muitos no mundo, é uma música com uma letra muito forte e interessante, com uma perfeita reflexão sobre diferenças sociais e o quanto elas influenciam na vida das pessoas. Além disso, a música também toca em algo que é muito nítido no estado de São Paulo, onde grande parte da banda que começou em Belo Horizonte reside atualmente, que é a normalização de absurdos como pessoas dormindo nas ruas, diferenças sociais exorbitantes e como vivemos diariamente com essas questões como se nada de errado estivesse acontecendo.
“Dias especiais” é um Hardcore melódico mais cadenciado e fala sobre um mundo ideal, surreal, um contraste a canção anterior, mas também fala sobre como nem todos os dias poderão ser assim, pois sempre teremos que lidar com demônios internos.
“De onde viemos” volta a trazer mais peso no instrumental e no vocal também, e fala sobre relembrar o porquê estamos nesse mundo e o que nos motiva realmente a sair todos os dias para trabalhar e batalhar por uma vida melhor.
“Tudo que temos de lembrar”, a música que dá nome ao álbum, é uma das músicas com letra mais forte do álbum, e traz uma visão de enfrentamento de dificuldades, não desistir em meio a incertezas e inseguranças que algumas situações da vida nos trazem. Mais uma música com linguagem bastante direta e reflexões importantes sobre canalizar energias sempre em prol de conquistar os nossos objetivos reais nesse mundo.
“Sala de controle” me lembrou o filme Divertidamente, que foi um filme bastante falado nesse ano e traz o contexto da mente ser realmente uma sala de controle e os sentimentos tomarem conta de nós e, muitas vezes, ser difícil retomar esse controle e focar nos objetivos. Não sei se quando a banda escreveu realmente tinha alguma ligação com isso, mas foi a primeira conexão que fiz quando a escutei.
“Só depende de nós” é a nona faixa do disco e é uma das músicas que achei mais diferentes em questão de melodia, simples, mas com bastante destaque, muito agradável de ouvir. A música fala sobre preocupações, mundo desabando e uma sensação ansiosa tomando conta de alguém que está tentando ficar bem.
“Ver o mundo além das paredes” é mais uma visão de um mundo utópico, desligar o modus operandi atual e reconectar tudo novamente, longe das paredes que nos afastam uns dos outros.
E o álbum é fechado com uma música que já foi lançada pela banda como single, “As cores são bem diferentes”. A música que marcou a nova fase da banda e mostrou aos fãs o que poderiam esperar desse novo trabalho.
Realmente, apesar da distância de 2 anos entre o lançamento dessa música e a chegada do álbum, ela trazia um gostinho muito interessante do que vimos nesse álbum completo. O Pense está muito vivo, e o Hardcore mais vivo ainda!
Ouça o álbum na sua plataforma favorita e siga a banda nas redes sociais.