Planeta dos Macacos: O Reinado estreou nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (09), e a mais recente produção da franquia é uma continuação que salta no tempo, gerações após os eventos do último filme da saga.
Desde que César levou seu povo a um oásis, muitos clãs de primatas evoluídos surgiram. Em meio a este novo cenário, Noa (Owen Teague), um jovem macaco, tem seu clã capturado por um líder impiedoso que planeja criar um império a partir de novas tecnologias humanas. Nesta jornada em busca da liberdade, encontra uma jovem humana que parece ser a chave para os problemas enfrentados, e um sábio primata.
Planeta dos Macacos: o Reinado inicia uma nova trilogia e traz o melhor da ficção científica distópica. O filme é o primeiro da saga dirigido por Wes Ball, cineasta também responsável pela trilogia Maze Runner.
César é introduzido como uma figura quase mítica, cujos ensinamentos orientam os pensamentos e condutas de parte dos primatas. Em uma alegoria ao Mito da Caverna de Platão, Noa amplia seus horizontes e compreensão de mundo ao ser ensinado sobre conhecimentos que os próprios anciões do seu clã desconheciam: a importância da união primata, a possibilidade de convivência lado a lado entre humanos e macacos e por que agir com compaixão e decência.
O filme introdutório da nova trilogia conta com protagonistas interessantes e bem-desenvolvidos, explorando bem seus conflitos, possibilitando uma verdadeira imersão para o espectador. Dos dois lados, humano e primata, há personagens complexos, cada qual agindo de acordo com seus princípios e motivações. O filme não tenta classificar qual lado está certo e qual está errado, apenas apresentando os pontos de cada um e nos fazendo novamente questionar nossa evolução.
Como personagens de destaque, aponto Noa, um protagonista carismático, que se desenvolve ao longo da trama; Nova/Mae (Freya Allan), que surpreende bastante e apresenta grande potencial para os próximos filmes; Raka (Peter Macon), que atua de forma espetacular como um professor e pregador da palavra de César e Próximus César (Kevin Durand), que não é um vilão distante da nossa realidade, com ilusões distorcidas que beiram o extremismo político-religioso sobre a construção de um Império dos macacos, causando morte e destruição em nome de uma suposta união pelo bem maior.
Apesar de ser um filme de ficção científica distópica, o espectador consegue inserir-se no contexto, visto que é algo que conseguimos imaginar que poderia acontecer em um futuro distante. Além de um filme de ficção distópica, também é um filme de ação, apresentando sequências bem-executadas e envolventes.
Um dos maiores pontos de destaque do filme é justamente sua capacidade de envolver a audiência. Há inclusive uma cena (sem spoilers) que é um momento tocante que chega a arrepiar o espectador.
Planeta dos Macacos: o Reinado não é ousado em suas escolhas narrativas, uma vez que apresenta um conflito e uma história que poderiam ser facilmente imaginados, mas honra seu legado e dá continuidade aos eventos anteriores sem depender unicamente deles para se consolidar como uma excelente obra cinematográfica. O que poderia ser um grande erro, visto que já havia uma conclusão perfeita da última trilogia, mostra-se uma ótima adição ao universo.
O filme tem duração de 2h e 25 minutos e não tem cena pós-créditos.
Confira o trailer abaixo: