Texto por Carina S. (@caris.na90)
A cantora galesa de 36 anos, Marina Diamantis, tem uma base sólida de fãs e, apesar de cantar pop, está longe de ser uma figura típica pop star.
Seu último show no Brasil foi no LollaPalooza de 2016, ano seguinte ao que seria o primeiro show no mesmo festival, mas que foi cancelado. Para alegria dos fãs, ela retornou cheia de carisma aos palcos e, mesmo a turnê sendo para divulgar seu 5º álbum, Ancient Dreams in a Modern Land, não deixou de lado clássicos como “How to Be a Heartbreaker” e “Bubblegum Bitch” do 2º disco “Electra Heart”, de 2012.
Na turnê do politizado e cheio de sintetizadores Ancient Dreams in a Modern Land nada de instrumental e backing vocals gravados. A banda e os backs estão de volta aos palcos, o que melhora a experiência do público, já que o show de MARINA nunca foi uma grande produção, com pirotecnias e dançarinos, então, a presença dos músicos no palco complementa a apresentação junto da voz potente da cantora.
Setlists de festivais sempre são curtos e, para a cantora, não foi diferente. MARINA deixou de lado hits como “Froot”, de 2015, e — minha favorita — “Shampain”, de 2010. Mas mesmo assim, a performance deu o que falar.
Logo depois de “Man’s World” (versão sem a participação da Pabllo Vittar, para minha tristeza), Diamantis falou que “existe hora para músicas pop e também horas para músicas políticas”, e em seguida mandou um recado nada amigável para Putin e Bolsonaro, o que incentivou o público a soltar vaias contra o atual presidente do Brasil.
O fato chamou mais atenção ainda à apresentação da cantora, mas, afinal, como começou o sucesso de MARINA?
De “cópia de Katy Perry” a uma carreira sólida
MARINA começou a carreira com 19 anos, em 2005, como Marina and The Diamonds, nome artístico que abandonou depois de uma pausa musical entre 2017 e 2019. Segundo ela, o nome não estava mais alinhado à sua identidade artística.
Depois do lançamento do 1º álbum, a cantora foi bastante comparada à Katy Perry, em 2009. A comparação talvez tenha vindo do fato dos cabelos negros, uso de tons graves e arranjos simples nos discos de estreia das duas cantoras, mas isso não durou muito.
MARINA não é uma pop star, apesar da fama internacional e do gênero musical. Isso ela demonstra não só na sua postura, no visual simples e suas fotos do Instagram que geraram contas como “Fotos de Marina Diamandis que poderiam ser da sua mãe”, mas principalmente pelas letras das músicas, melodias dark, arranjos que remetem ao new wave, e seu timbre vocal.
Uma voz multifacetada
A voz de Marina Diamandis vai de extremos agudos aos mais graves e esses, particularmente, deixam tudo muito mais gostoso de ouvir. O tom grave da cantora mezzo-soprano, usado frequentemente nas músicas, é muito mais comum de ouvirmos de artistas homens.
Quando essa voz de peito em tons graves é feita por uma mulher, é realmente muito prazeroso e diferente de ouvir. De acordo com a cantora, musicistas como Fiona Apple e Patti Smith são suas grandes inspirações, além de referências que vão de Madonna até Nirvana.
Quem não conhece MARINA está prestes a entrar em um mundo de pop dançante a músicas melancólicas no maior estilo “pop obscuro”.
De champagne, ídolo teen a saúde mental e feminismo
Para quem já conhece alguns singles da cantora, ou não sabe de nada, tem música para todos os gostos. Quer saber por onde começar? Dá uma olhada no top 3 de MARINA separados por temática.
Para pensar na saúde mental
- Obsessions
- Happy
- Numb
Para dançar na balada
- Froot
- How to Be a Heartbreaker
- Radioactive
Pra chorar com o coração partido
- Lies
- Starring Role
- Emotional Machine
Para pensar na vida e até dançar enquanto isso
- Humans
- Savages
- Purge The Poison
Para militar e se empoderar
- Man’s World
- Venus fly trap
- Shampain
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E vocês, já conheciam MARINA? Foram no show do Lolla? Ficou a fim de conhecer o som? Comente!