O Musicult conferiu Godzilla e Kong: O Novo Império, filme que estreou nos cinemas brasileiros na última quinta (28) e já superou suas projeções iniciais de arrecadamento nas bilheterias norte-americanas, ficando atrás apenas de Duna Parte 2.
A mais recente produção a integrar o Monstroverso, franquia cinematográfica da Legendary Pictures, é sequência do confronto explosivo de Godzilla vs. Kong e revela-se uma aventura cinematográfica que une os famosos titãs Kong e Godzilla parar enfrentarem uma grande ameaça desconhecida capaz de colocar em risco a própria existência deles – e a de toda a humanidade.
A primeira cena, em plano aéreo, homenageia Jurassic Park, permitindo que o espectador entenda o paradeiro de Kong e Godzilla, que foram enviados a partes distantes entre si da Terra Oca, uma região próxima ao centro da Terra, e estão sob controle. Enquanto isso, a Doutora Ilene Andrews (Rebecca Hall) e sua filha Jia (Kaylee Hottle) enfrentam problemas causados pelo fato de Jia ter visões frequentes sobre a Terra Oca e decidem recorrer à ajuda de Bernie (Bryan Tyree Henry).
O longa dirigido por Adam Wingard, mesmo diretor do sucesso Godzilla vs. Kong (2021), dá continuidade a outras produções do Monstroverso, como Godzilla x Kong e a série Monarca (que alude à organização que monitora e lida com os ditos Titãs da Terra). Godzilla e Kong faz algumas referências a este universo dos Monstros ao citar a organização Monarca e eventos ocorridos em filmes anteriores na Ilha da Caveira e mostrar flashbacks, mas não atrapalha nem compromete a experiência do espectador recém-chegado à saga. Além de Godzilla e Kong, o filme traz novamente personagens presentes em Godzilla x Kong, como Jia, a Doutora Ilene Andrews e Bernie.
Um dos principais pontos fortes do filme é sua capacidade e sensibilidade ao humanizar personagens fictícios, no caso Kong, com o qual o espectador cria facilmente simpatia pela sua angústia em ser o último de sua espécie e estar isolado de sua terra natal. Ademais, o filme possui excelentes efeitos especiais, bem trabalhados e adequados ao desenvolvimento da trama e de um universo fictício com seres fantásticos.
O elenco principal também é convincente, sobretudo Ilene, Jia e Kong, contando com as adições bem-vindas de Bernie (Bryan Tyree Henry) e Trapper (Dan Stevens). Godzilla, apesar de teoricamente ser um dos Titãs protagonistas é reduzido ao papel de coadjuvante, recebendo menor carga de profundidade e sentimentos, talvez devido à sua natureza mais combativa. De qualquer forma, sua caracterização não faz jus ao seu contexto histórico-cultural japonês como Monstro (sim, com M maiúsculo). O mesmo pode ser dito em relação a Scar King, antagonista cujas motivações não se estendem além de querer chegar a superfície e destruir todos no caminho porque ele é “mau”, e de Mosura, reduzida à função de Deus Ex Machina na trama.
Quanto aos aspectos negativos, há alguns elementos que não combinam com a trama e parecem ser inseridos para alcançar um público mais jovem, como dar um braço robotizado ao Kong (lembrando algo que veríamos em Transformers) e inserir personagens “fofinhos”. Ademais, há pouquíssimas cenas da dupla Kong e Godzilla lado a lado e a cena da conflito final, que se passa o Rio de Janeiro, não envolve a audiência, uma vez que se resolve de forma muito fácil, e ignora a geografia real da cidade.
Godzilla e Kong: O Novo Império não é de forma alguma um filme memorável, sobretudo devido às inconsistências de roteiro, mas é um longa divertido que entretém o espectador, apresentando sequências de grandes lutas entre monstros, aventura, efeitos especiais deslumbrantes e um elenco satisfatório e entrosado de protagonistas e atores coadjuvantes.
O longa tende a ser uma surpresa agradável para espectadores entusiastas de filmes de monstros e dos demais títulos do Monstroverso.
Assista aqui ao trailer oficial do filme e leia no Musicult outras críticas cinematográficas.
Confira o trailer abaixo: