Stoner rock, metal alternativo e post-hardcore se encontram em um Ourselves, EP de estreia da banda paulista Driven By, lançado no início do mês de novembro.
Em Ourselves, o quinteto escancara traumas, feridas e abusos a partir de questões cotidianas – muitas delas vivenciadas pelos próprios integrantes. São legítimos narradores de histórias densas nas quais muitos se identificam, traduzindo batalhas internas em poderosas composições numa audição de fácil assimilação.
A faixa de abertura, “Driven” apresenta uma latente pegada de Alice in Chains para falar da busca pelo sentido da vida nas pequenas coisas. É, também, sobre adquirir autoconhecimento encarando o vazio.
“Clona”, em seguida, cresce em peso e densidade para falar de medo, revolta e ansiedade, escrita a partir de relatos vivenciados pelo vocalista Marcus Vulgare. A música, com riffs repetitivos e pesados somados a uma linha vocal melancólica, é um grito contra sentimentos de desprezo e violência que ele sofreu.
A quebra do ego e a busca frustrada por um deus inexistente é a catarse da próxima faixa, “Lights, Shapes & Death”. A música, aliás, reforça a gênese da Driven By enquanto uma banda que escreve sobre vida, morte e experiências pessoais.
O EP traz também “Masks”, que, segundo a Driven By, é a música que norteou a a identidade deles como banda. Uma atmosfera dramática com versos e refrões bem definidos e cadenciados e uma letra que expõe a revolta diante de uma fé decrépita.
O registro fecha com “I’ve Gone”, uma experimental jornada rumo ao desconhecido, que explora os cantos mais sombrios da mente humana. Com uma intensidade penetrante, a canção nos conduz através das complexidades do suicídio psicológico, um ato de autotransformação, em que a pessoa escolhe enterrar sua antiga identidade para dar espaço a um novo ser.
“Foi um trabalho bem solto com liberdade para todos os 5 músicos criarem de acordo com suas próprias influências e características, o que fez com que a sonoridade soasse de uma forma bem original do nosso ponto de vista”, comenta a banda sobre o resultado atingido em Ourselves.
A Driven By também fala sobre a parte lírica do EP. “Representa o que nós somos, daí vem o nome do disco. As nossas revoltas, anseios, conquistas, é um momento de falar da gente, de coisas que passamos como indivíduo, como grupo, como sociedade e mostrar para que isso é produto da nossa existência, das ações, das interações. Não adianta correr ou se esconder, a vida vai te encontrar onde você estiver e ela vai exigir que você viva, que experimente o mundo sendo bom ou não”.
Quem é a Driven By?
A Driven By é uma banda de metal alternativo formada em Rio Claro interior de São Paulo que iniciou as atividades em novembro de 2021, composta pelos ex-integrantes das bandas Burning Machines, Mind’s Eye e Horned Owl Valley, todas com forte relevância na cena independente do interior paulista.
Hoje a banda é Alison Carvalho na bateria, Dane Anzilieiro e Hueller Figueredo nas guitarras, Wanderson Brieri no baixo e Marcus Vulgare nos vocais.
Com influências de Stoner Rock, Nu Metal, Rock Progressivo e Post Hardcore, a banda buscava uma sonoridade mais intensa, passeando por várias atmosferas e encontrando sua identidade sonora em riffs intensos e doses homeopáticas de melancolia.
Na metade de 2022, deram início a gravação de suas primeiras músicas. Recentemente a banda participou de alguns festivais pelo interior paulista como os tradicionais “Tarde do Rock” em Santa Gertrudes e “Fest Rock RC”, em Rio Claro. E é uma das indicações do Musicult de música boa!
Aproveite pra seguir a banda nas redes sociais e conferir outras indicações do Musicult