A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes, o novo filme da saga Jogos Vorazes, estreia oficialmente em todos os cinemas brasileiros em 15 de novembro (quarta-feira).
A produção de 2h e 30 minutos é dirigida por Francis Lawrence, diretor dos últimos três longas da saga e conta com roteiro escrito por: Suzanne Collins, autora dos livros; Michael Arndt, de Star Wars: O Despertar da Força e Michael Lesslie, de Assassin’s Creed. O elenco é repleto de nomes conhecidos do público como Viola Davis (How To Get Away With Murder), Peter Dinklage (Game of Thrones), Rachel Zegler (Amor Sublime Amor) e Hunter Schafer (Euphoria).
O filme é um prequel, ou seja, se passa 64 anos antes dos eventos da saga protagonizada por Katniss Everdeen. Desta vez, nosso protagonista (se confiável ou não, cabe ao espectador decidir) é um velho conhecido da audiência: o tirano Presidente Snow.
Entretanto, ele ainda não é o Snow do qual o público se lembra, mas Coriolanus Snow (Tom Blyth), um jovem estudante de 18 anos que vive com sua avó (Fionnula Flanagan) e sua prima Tigris (Hunter Schafer) após a morte dos pais, e de repente se depara com uma chance de mudar sua sorte ao receber a desafiadora tarefa de ser mentor na 10ª edição dos Jogos Vorazes. O tributo designado à ele? Lucy Gray Baird (Rachel Zeigler), uma jovem do Distrito 12. Este é o gancho inicial.
O filme exibe uma Panem e, mais especificamente, a Capital, ainda se reconstruindo 10 anos após o fim do conflito com os distritos. Vemos uma mistura de medo e ressentimento combinada à opulência ostensiva da Capital e dos seus habitantes. Vemos os jogos antes de se tornarem um “espetáculo” com torcida e entrevistas, quando ainda eram considerados uma punição incômoda e violenta “necessária”.
O longa chama atenção pela sua excelência quanto adaptação. Enquanto o livro se estende demasiadamente na história narrada, exagerando no uso de detalhes e descrições, o filme aborda a história de forma mais objetiva e dinâmica, atendo-se aos pontos mais centrais, às referências pontuais à saga original, à conexão pessoal de Snow com o Distrito 12 e o símbolo do tordo.
O filme acerta ao estender-se nos arcos centrais e no desenvolvimento de personagens envolventes. As sequências eletrizantes deixam o espectador ansioso sobre o que acontecerá em seguida, torcendo ou sofrendo.
Esse fato combinado a elementos como: reviravoltas inesperadas; ótimas atuações (sobretudo de Tom Blyth, Rachel Zeigler e Viola Davis) do elenco; metáforas políticas e o impacto da história contada tornam o filme um dos melhores da saga Jogos Vorazes e, mais importante, um ótimo filme por si só. A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes não recorre a artifícios mirabolantes nem a referências desesperadas da saga original para gerar enredo, adotando seu próprio ritmo.
A fotografia do filme cumpre a função de contrastar uma capital de cores frias (vermelho, branco cinza e dourado) com os distritos em tons pastéis (azul, verde e cinza). A caracterização e o figurino dos personagens são importantes também para ressaltar a diferença entre os cidadãos da Capital e os tributos.
O filme não tenta categorizar Snow de forma maniqueísta como bom ou mal, mostrando que Coriolanus tem sentimentos e sonhos, mas sugerindo sutilmente os indícios já presentes de um futuro tirano, que viriam a ser amplificados pelo seu ressentimento e pela sua visão distorcida de mundo. A frase repetida ao longo do filme “Neve –Snow- sempre termina por cima” indica a dinâmica de A Cantiga dos Pássaros e das Seprpentes e do desenrolar de eventos.
Confira o trailer abaixo e não deixe de ir ao cinema.