
Fresno (Créditos: Mara Alonso/Musicult)
O Polifonia é um festival já muito conhecido dos cariocas, mas, em 2025, o evento decidiu não ficar só no Rio de Janeiro e celebrar um dos estilos que mais movimentou e movimenta a cena do rock no mundo: o emocore. E foi assim que a edição EMO VIVE do Polifonia aconteceu em 4 datas nas cidades do Rio, São Paulo e Porto Alegre.
E pra mostrar que o EMO VIVE, o line up celebrou o legado do gênero com bandas icônicas tocando álbuns clássicos: Fresno, Anberlin, Emery e Mae foram as bandas fixas em todas as cidades, que contaram com bandas de abertura diferentes: em Porto Alegre, a Projeto Hare; no Rio, a Def; e em São Paulo as bandas Boasorte e Morro Fuji abriram os trabalhos nos dias 7 e 8, respectivamente.
A escolha das bandas de abertura foi uma parceria do Polifonia com o projeto banda de casinha, festival que apoia novas bandas na cena emo.
Confira fotos do show da Morro Fuji, em São Paulo:





Em São Paulo, os emos nostálgicos também contaram com o Hateen, que dividiu seu setlist em músicas em inglês no dia 7 e músicas em português, as mais amadas, diga-se de passagem, no dia 8. Pra coroar o show, ainda tivemos Tavares, ex-baixista da Fresno, cantando “Quem já perdeu um sonho aqui” junto da banda, aumentando a nostalgia de quem conheceu o movimento em meados de 2006.





Mae, Emery e Anberlin
A Mae (Multi-sensory Aesthetic Experience) fez sua estreia em solo brasileiro após 23 anos de banda. “Não poderíamos estar mais gratos de estar tocando para vocês nessa noite”, disse o vocalista sorrindo. O grupo de emo progressivo embalou a plateia com seu som melódico, homenageando os 20 anos do emblemático álbum The Everglow.
O show foi um pouco menos enérgico do que os das bandas seguintes, por conta das músicas serem mais longas e mais melódicas, mas, justamente por isso, não deixou de ser um show de muita emoção, ainda mais por parte dos fãs, que esperaram anos pela banda por aqui.
Já a Emery entregou um show eletrizante, fazendo quem já era fã e quem não conhecia as músicas tirar o pé do chão, sendo responsável também pelas primeiras rodas e stage dives do festival. Além do álbum The Question, que comemora 20 anos, a banda tocou hits de outros álbuns. Agradecendo à Fresno, a banda de rock post-hardcorde da Caroline do Norte revelou nunca ter imaginado que tocaria no Brasil. Em São Paulo, o vocalista fez um discurso emocionado e pediu que os fãs nunca se deixassem levar por pessoas que dissessem que eles jamais seriam bons o suficiente ou que não são bons por serem quem são. Isso reforça o fato de que a banda, mesmo sendo cristã, não prega dogmas religiosos e busca questionar certos preconceitos da Igreja
>>Confira aqui uma entrevista com Devin Shelton, do Emery
Depois, a Anberlin iniciou um show nostálgico e animado ao som do clássico álbum Never Take Friendship Personal, um disco essencial para o emocore e que também faz 20 anos. Outros hits também entraram no setlist como “The Resistance”, “High Stakes” e “Godspeed”.
Fresno: encerrando o Polifonia e provando que o EMO VIVE ainda mais no Brasil
Em 2024, o festival I Wanna Be Tour foi bem criticado pelos fãs na internet por ter colocad a Fresno como primeira banda do dia, tocando em um horário complicado, às 11h da manhã em São Paulo.
Atentos, o Polifonia fez totalmente o inverso. Fresno encerrou as 4 noites de show e quem esteve presente em alguma das noites pôde entender perfeitamente o porquê dos caras serem headliners: casa cheia e a voz dos fãs mais alto do que a própria banda em todas as músicas.
Com um setlist nostálgico, voltado especialmente para os fãs que estão com a Fresno desde o comecinho, as músicas passearam pelos três primeiros álbuns: Quarto dos Livros; O Rio, a Cidade e a Árvore; e Ciano.
Em todas as cidades, Lucas Silveira, vocalista da Fresno, fez um discurso emocionado sobre o festival ser uma viagem no tempo, podendo honrar os anos de fundação da banda e tocar com bandas que foram grandes inspirações – em São Paulo, na segunda noite, foi possível ver que o Emery assistiu ao show da Fresno no palco e fez até vídeos dos meninos, tentando arriscar cantar junto algum dos refrãos.
Depois de uma edição histórica, o Polifonia mostrou o quanto o EMO VIVE e deixou o público sonhando pelo próximo line up em 2026.
Confira mais fotos dos shows (por @mara.alonsoph)



















Texto por Gabriela Pavão e Letícia Pataquine