
Beat (Créditos: Thiago Alves/Musicult)
Em uma homenagem à fase oitentista do King Crimson, o supergrupo Beat subiu ao palco na noite de sexta-feira, dia 09, para uma apresentação única em São Paulo.
Por volta das 22h, o espaço Unimed já estava tomado por fãs de todas as idades, e isso era algo que não tinha como não reparar. Senhores, senhoras e jovens que aparentavam ter menos de 20 anos dividiam o mesmo espaço em uma bonita harmonia, tal qual seria o show de logo mais.
A apresentação do Beat em São Paulo prometia passar pelos três discos lançados nos anos 80, Discipline, Beat e Three of a Perfect Pair. E assim foi, de forma impecável.
Cada membro subiu ao palco individualmente, todos bem trajados, prontos para uma festa de gala (exceto o baterista Danny Carey, com um estilo mais despojado). Em meio a muitos aplausos da plateia, iniciaram sua apresentação tocando as músicas “Neurotica”, “Neal and Jack and me”, “Heartbeat” e “Sartori in Tangier”, todas do disco Beat, de 1982.
Um enorme backdrop com a imagem de um elefante só foi revelado após o início da primeira música, deixando o visual do palco incrível.

Por se tratar de um supergrupo, com músicos renomados e de altíssimo nível, a atenção estava redobrada, sempre na expectativa de capturar momentos únicos da performance individual deles. Começando pelo baixista Tony Levin, que para além do grande baixista e tecladista que é, também despertou curiosidade por tirar fotos da banda em meio ao show, com uma câmera profissional.
Já o vocalista e guitarrista Adrian Belew esbanjava uma energia e carisma fora do comum, era nítida a satisfação dele em estar ali, tocando suas músicas de forma primorosa. Um espetáculo musical, Belew não só tocava sua guitarra de um jeito único, mas ainda com uma voz impecável, um verdadeiro showman.
O show seguiu com “Model Man”, “Dig Me”, “Man With an Open Heart”, “Industry” e “Larks’ Tongues in Aspic (Part III)”, todas do disco Three of a Perfect Pair, de 1984, encerrando, assim, a primeira parte do show, dividido em dois atos.
A pausa teve mais ou menos 20 minutos, criando um clima de muita expectativa nos seus fãs, que aproveitaram o tempo para ir ao banheiro e comprar bebida.
Nesse meio tempo, os técnicos da banda faziam toda manutenção dos instrumentos e, um novo instrumento percussivo foi colocado no palco.
Após a pausa, retorna ao palco o baterista Danny carey, este que esteve há dois meses por aqui, tocando com o Tool no Lollapalooza. Dando início a uma apresentação percussiva brilhante e, sendo acompanhado minutos depois por Adrian Belew, que pegou suas baquetas e participou do solo.
Outro destaque individual excepcional do Beat é com certeza a participação de um dos maiores guitarristas de todos os tempos em sua formação, trata-se de Steve Vai, que tomou uma boa parte dos olhares daquela noite para si, era simplesmente um privilégio vê-lo tocar tão de perto. Também destaco sua simpatia com o público, acenando e trocando olhares e gestos a todo momento com aqueles que estavam mais próximos do palco.
Continuando o segundo ato, tivemos “Frame by Frame”, “Matte Kudasai”, “Elephant Talk”, “Indiscipline”… todas do disco Discipline, de 1981, clássicos que levaram a plateia a empolgação máxima.
Ao final de “Indiscipline”, o vocalista Adrian Belew lembrou que era aniversário do baterista Danny Carey, e um coro de “parabéns pra você” foi puxado.
A banda fez mais uma pausa e retornou com as duas ultimas canções, “Red” (em homenagem a Robert Fripp) e “Thela Hun Ginjeet”, fechando a incrível apresentação do Beat em São Paulo.
Quem assina: Thiago Alves