
The Driver Era (Créditos: Letícia Pataquine/Musicult)
O The Driver Era é sempre citado como “a banda dos irmãos Lynch”, sem demérito, afinal é realmente a banda formada por Rocky Lynch e Ross Lynch, vocalista do grupo, que já era um querido entre jovens que foram crianças/adolescentes entre 2011 e 2016 e cresceram assistindo aos filmes e séries musicais que ele fez na Disney, como Austin & Ally e Teen Beach Movie. Mias recentemente, entre 2017 e 2020, Ross voltou aos holofotes por protagonizar o filme Meu Amigo Dahmer, interpretando o próprio Jeff Dahmer, e O Mundo Sombrio de Sabrina, série que foi sucesso na Netflix.
Como um astro teen da música e dos filmes, Ross, é claro, coleciona fãs apaixonadas e vocês sabem que toda banda que tem um público majoritariamente feminino e jovem sofre um preconceito exacerbado, especialmente se o vocalista dessa banda trabalhou na Disney. Por tudo isso, é fácil encontrar quem imagine que The Driver Era é apenas um grupo pop formatado pela indústria com integrantes bonitinhos, mas sem muito talento. Mas, assim como boa parte das boybands que sofrem esse tipo de preconceito, eles não são isso e, inclusive, nem boyband eles são, The Driver Era é um ótimo grupo de pop rock e com uma identidade própria.

The Driver Era e a passagem pelo Brasil em 2025
Depois de vir ao Lollapalooza em 2024, o The Driver Era retornou ao Brasil para dois shows solo, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Vindo em um fim de semana marcado por Gagacabana, o festival gigante de rock Bangers Open Air e às vésperas do retorno do System of a Down, o grupo sofreu com a baixa visibilidade do show para o grande público, mas, nem por isso, teve casas esvaziadas. Na verdade, a escolha dos locais foi super acertada, pois tanto no Rio quanto em São Paulo, o público pôde ficar mais perto do grupo, deixando ambas as apresentações mais intensas.
No Rio de Janeiro, o show aconteceu na quarta-feira (30/04), véspera de feriado, no Sacadura 154, o que favoreceu a apresentação ao criar uma atmosfera intimista, marcada pela aproximação, literal e metaforicamente, com um público conectado. Já em São Paulo, o show foi no Tokio Marine, casa bem maior, com capacidade para 2000 pessoas a mais, então não foi tão intimista, mas nem por isso mais fria.
Afinal, o público já estava ansioso pela banda, mas em ambas as cidades foi recebido com um show que esquentou ainda mais os ânimos, no bom sentido: o DJ e também “irmão Lynch”, Ryland Lynch, abriu o show com um set que ia de Charli XCX e The Weeknd ao funk carioca.
Recebidos de forma calorosa, a banda trouxe para o palco um pop-rock contagiante e sofisticado e um setlist extenso, misturando hits dos seus diferentes álbuns, mas focando em Obsession, disco mais recente.
O The Driver Era não precisou de saltos, efeitos pirotécnicos ou descidas do palco para entregar um show memorável. A banda, principalmente seu frontman Ross Lynch, envolveu o público durante o show todo com interações: seja explicando a escolha de uma música para o setlist ou colocando um chapéu dado pelos fãs próximos do palco.
Com um som impecável e uma ótima banda de apoio, eles provaram que são artistas talentosos e preocupados com o que vão mostrar no palco além da música. Em “Nothing Left to Lose”, por exemplo, Rocky inicia cantando e Ross vai para trás do palco cujos telões mostram uma casa, como se a banda estivesse tocando do lado de fora e Ross estivesse lá dentro.
O setlist de mais de 20 músicas foi semelhante ao de outros dos shows da banda na América Latina, e praticamente o mesmo nas duas cidades, porém o público do Rio ouviu “Scared of Heights”, música que estava fora do setlist e que, segundo palavras do Ross, “o Brasil ama essa”. Em São Paulo, não rolou essa faixa, não sabemos se por conta do horário ou porque assim que “Can’t Believe She Got Away” acabou, o público já começou a pedir incansavelmente por “On My Own”, solo de Ross que foi trilha de Teen Beach Movie. Pedido atendido.
Mas para São Paulo não ficar triste, no setlist da cidade teve um pequeno trecho de “Need you tonight”, música da antiga banda dos irmãos Lynch, R5, depois de “Malibu”.
Confira os setlists completos de cada cidade:
- São Paulo:
- Rio de Janeiro
Resenha por: Gabriela Pavão e Letícia Pataquine.