
Irma (Créditos: Letícia Pataquine/Musicult)
Irma é uma cantora independente de Camarões que está em turnê no Brasil. E ontem (13), a cantora fez o último de seus 3 shows, todos esgotados, no Arsty Club Studios em São Paulo. Mas como uma cantora independente de Camarões veio fazer uma turnê de 11 shows em 6 cidades brasileiras, incluindo shows esgotados em Goiânia e Brasília também? Pelo famoso “Come to Brazil”.
Ao postar suas músicas e vídeos na internet, incluindo faixas autorais, covers e parcerias, Irma conquistou uma fã base apaixonada em todo o mundo, mas, claro, os brasileiros sempre são mais barulhentos e conseguiram chamar a atenção da artista que, após o primeiro show, no dia 11, em São Paulo, conversou com alguns jornalistas e contou que vir ao Brasil sempre foi um sonho e que a paixão dos brasileiros a faz lembrar de sua terra natal.
“Eu me apaixonei pelo Brasil quando eu era uma criança, especialmente por causa do futebol e desde então eu sonhava em vir pra cá algum dia. Eu acho que por conta da diversidade, das cores, da música… tudo, mas eu não conhecia muito e fiquei feliz de descobrir mais sobre o Brasil agora. Percebi que as pessoas daqui são as mais gentis que já conheci em toda a minha vida e isso será o mais memorável dessa turnê. Eu toquei em lugares no Brasil com 50 pessoas mais apaixonadas do que em lugares com 200 pessoas lá fora, isso me fez lembrar de Camarões, pois nós, camaroneses, também somos assim: quando gostamos de algo, gostamos muito”.

Inclusive, Irma contou que tem escutado muito Marisa Monte e Maria Bethânia, e provou isso no show, cantando “Ainda lembro”, de Marisa, totalmente em português. Ela também pontuou que seu próximo álbum está em produção, com as demos já gravadas, mas que, agora, ela queria refazer tudo só porque veio ao Brasil e entrou em contato com muitas informações e inspirações novas.
Além do amor pelo Brasil, Irma contou mais sobre seu início como cantora, destacando que sempre foi apaixonada por música e que desde que ganhou seu violão quando criança, sabia que queria aprender mais e mais músicas novas para tocar, e também falou sobre as vivências de uma cantora independente em tempos de internet e de excesso de informação, e como isso tudo a afeta não só na divulgação de seu trabalho, mas também em suas criações.
Sobre as inspirações em tempos de excesso de informação, ela disse estar mais tranquila:
“Eu percebi que você fica mais inspirado quando você é mais livre internamente. A inspiração não está lá o tempo todo e com o tempo aprendi a aceitar isso. Quando eu era mais jovem, eu era muito ansiosa quanto a isso, mas hoje aprendi a aceitar. Há tempo para tudo”.
Já sobre ser uma artista independente e a dificuldade para sair em turnê, além de ganhar dinheiro com música de alguma forma, Irma se mostrou tranquila também:
“É muito desafiador, mas sinto que cada época teve seu próprio desafio e nós, artistas, precisamos nos adaptar. No passado, comprávamos CDs, hoje em dia ninguém mais compra CD. Pra mim, é muito desafiador, mas também empolgante, pois eu amo aprender coisas novas, pensar diferente e colocar meu coração em novas experiências para evoluir com elas. Atualmente, as coisas podem mudar de um dia para o outro e muitos artistas têm medo disso, mas acho que esses desafios são o que tornam tudo mais especial, pois me fazem valorizar ainda mais experiências como esta [o show no Brasil]”.
E Irma pode falar disso com propriedade, já que foi puramente pelos apelos dos fãs da internet que ela investiu para levar sua turnê para diferentes lugares do mundo e, enfim, trazê-la para o Brasil.
Ao longo do show, que durou 1h, pontualmente, Irma hipnotizou a plateia com um setlist que incluiu suas faixas autorais queridinhas dos fãs, como “Letters to Lord” e “Nobody’s fault but mine”, além de covers, como o já citado “Ainda lembro”, de Marisa Monte, “I Try”, da Macy Gray, cantora com quem Irma já foi comparada algumas vezes, e “Human Nature”, do Michael Jackson, o maior ídolo de Irma – segundo ela, ele é o responsável por ela ter vontade de tocar e fazer música.
A cantora precisou tocar mais 4 faixas além das já preparadas para o setlist a pedido dos fãs, que não queriam ir embora. Em um momento, Irma disse, rindo, “ok, mais uma e depois vamos dormir!”.
O espaço também colaborou muito para tornar o show mais hipnótico, pois o Artsy Club, justamente por ser um estúdio, conta com uma acústica impecável.
Nós já conhecíamos o estúdio quando fomos conferir uma session do Riviera Gaz e pudemos retornar para ver a Irma. Em propostas bem diferentes, os shows no Artsy são sempre intimistas e envolventes. E como já falamos por aqui também, os shows da Irma inauguraram a temporada 2025 dos shows no estúdio, intitulados de Artsy Club Live, e no próximo dia 21 o trio Tuyo se apresenta por lá, também com ingressos esgotados.
Mas, se você ficou a fim de ver um show no Artsy, siga o estúdio no Instagram e fique por dentro das novidades! Aproveite e siga a Irma no Instagram da cantora também.