
O Glitterer está em sua primeira turnê pela América Latina e no próximo domingo, dia 16, a banda se apresenta no Brasil, em um show único na Casa Rockambole em São Paulo.
Antes da banda estrear em solo brasileiro, conversamos com Ned Russin, líder do Glitterer, mas que já era famoso na cena post-hardcore há anos, quando fundou o Title Fight, banda que segue em hiato desde 2018.
Antes mesmo do hiato, em 2017, Ned já dava seus primeiros passos com o Glitterer, que foi um projeto solo por anos, apenas Ned e seu notebook. Enquanto isso, sem Title Fight, Ned buscou outras ocupações e se graduou em Escrita Criativa. Perguntado se, em algum momento, ele pensou em fazer algo não relacionado à música, ele nos contou:
“Eu estava fazendo música por muito tempo, e estava num ponto em que senti a necessidade de ver se eu poderia fazer algo além disso. Eu sempre soube que ia continuar a tocar de qualquer forma, não importava o que, pois mesmo que eu tenha outras responsabilidades e outras coisas que tomam o meu tempo, tocar ainda é a minha coisa favorita. Eu vou fazer música, mesmo que não seja em período integral. Então, eu comecei o Glitterer em 2017, e terminei o colégio em 2018, depois eu estava procurando um emprego e pensei que eu entraria no trabalho e viveria um estilo de vida mais tradicional, mas percebi que isso não era o que eu queria fazer, então voltei a tocar música de maneira mais séria.”
E de forma mais séria, o Glitterer se tornou um quarteto, ou, como eles mesmos afirmam em sua bio nas plataformas de streaming, uma banda que faz tudo o que uma banda de verdade faz: escreve, compõe, grava, entra em uma van e viaja para tocar. Sobre essa transição, ou retorno às raízes, de sair de um projeto solo para uma banda, Ned disse:
“Eu meio que já sabia que não queria o Glitterer apenas para mim para sempre. Eu queria provar a mim mesmo que eu poderia escrever uma música sozinho, criar um disco sozinho e gostei do desafio. Mas, para mim, a melhor parte de tocar música é tocar com outras pessoas, e compartilhar essa experiência com eles, colaborar, trabalhar em direção a algo juntos. Quando a pandemia aconteceu e eu fui forçado a tocar música sozinho, foi aí que percebi que tinha que tocar com outras pessoas. E voltar a escrever com outras pessoas, honestamente, é uma transição muito fácil, porque eu fiz isso por muito mais tempo do que sozinho. Então é um pouco como voltar ao que eu já sabia.”

E nessa formação, o Glitterer lançou seu álbum mais recente em 2024, Rationale, cuja primeira faixa, “I Want to be invisible”, assim como várias escritas por Ned, parecem muito pessoais, então, como é para alguém que, às vezes, quer ser invisível, subir em um palco e tocar para dezenas de pessoas? Ele responde:
“Algo muito estranho em tocar música ao vivo é que eu sei que o show está bom quando eu me sinto invisível, quando minha percepção de mim mesmo desaparece e todo mundo no show parece estar se comunicando em uma só voz, como um ser singular. Honestamente, eu sinto que os shows não estão bons quando eu estou pensando muito em mim mesmo, e sinto que as pessoas estão separadas de mim, há essa desconexão, como se eu estivesse sendo assistido de uma maneira estranha. Então, para mim, o show está no seu melhor momento quando eu desapareço para a música”.
Mesmo essa sendo a primeira vez do Glitterer no Brasil, Ned já veio duas vezes ao Brasil com o Title Fight, porém, ele contou que, infelizmente, não teve oportunidade de conhecer mais da música brasileira e que prefere não ter expectativas para o primeiro show do Glitterer por aqui, mesmo sabendo da fama dos fãs brasileiros e já tendo sentido essa energia nos shows do Title Fight, o que ele realmente espera, dessa vez, é… tomar açaí!
“Nós não tivemos tanta experiência com a música brasileira tradicional, infelizmente, e, tenho que dizer, a coisa que estou mais ansioso em voltar é tomar açaí. Na última vez que fomos, não comi nenhuma comida típica e, dessa vez, esse é o meu objetivo número um, quero apreciar a comida brasileira tradicional, tomar muito açaí, aproveitar as cidades que não tive a oportunidade de conhecer muito bem antes e ver pessoas que não vejo há muito tempo”.
Esperamos, então, que ele possa conhecer as bandas de abertura que vão esquentar o pré-show do Glitterer no Brasil: Metade de Mim e Homeminvisível.
E se você também quer curtir esse show, os ingressos continuam à venda no site da Fastix. Confira os horários e chegue cedo pra não perder nada!
