
Overfuzz (créditos: Ravy Marmor)
A Overfuzz é uma das mais antigas e influentes bandas de rock de Goiás, tanto que em 2025 chega aos 15 anos de carreira com bagagem de respeito: participações em importantes festivais nacionais, shows em diversos estados do Brasil e dois álbuns de estúdio lançados. Para um marco especial, o power trio que mistura indie, stoner e hard rock se reinventou e anunciou o primeiro disco cantado em português.
E pra dar início a essa nova fase, veio aí o single “Sonho Americano”, que, com sonoridade influenciada por bandas como Motörhead, Black Sabbath e Autoramas, critica, com ironia, a idolatria pela cultura dos EUA e a desvalorização da rica identidade brasileira.
É uma canção acelerada e divertida que mostra como a língua portuguesa cai bem para a Overfuzz.
Para Victor César (baterista e vocalista), a nova fase cantando em português é a realização de uma vontade antiga. “Queria cantar na nossa língua e passar uma mensagem clara pro nosso público. Também queria que as pessoas conseguissem cantar junto as músicas nos shows”.
A mudança de idioma não foi a única reinvenção da banda, o processo de criação também: este trabalho representa uma nova fase de maior pluralidade e colaboração interna, já que todos os três integrantes participaram ativamente das composições, cada um trazendo suas bagagens, formações e vivências para dentro de cada canção, além de também gravar vocais e instrumentos.
A virada de chave aconteceu em 2022, na pós-pandemia, quando a Overfuzz retornou aos palcos e estava prestes a compor para um novo disco. “Nós não éramos mais os mesmos, então não tinha como voltar a ser a mesma Overfuzz de antes”, destaca o baterista.
Para Brunno Veiga (guitarrista e vocalista), o contexto do mundo e a complexa engrenagem de manter uma banda por tanto tempo levou à mudança. “O grande desafio (e que também é a parte mais legal) está em achar sonoridades e melodias que soem bem com as novas propostas, mas sem perder a potência e a agressividade que sempre nos caracterizaram.”
Mario Nacife (baixista e vocalista), que entrou na Overfuzz em 2020, afirma que a transição é ponto-chave na vida da Overfuzz. “É como abrir novos horizontes: um recomeço que acelera o coração e traz renovação para a banda”.
O lançamento do próximo álbum da Overfuzz é um projeto contemplado pelo Edital de Fomento à Música 13/2023 do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás.