Show do Iron Maiden no Brasil é sempre um acontecimento, mesmo com as muitas vindas da banda ao nosso país, porém, no último sábado, 7 de dezembro, os fãs tiveram um motivo a mais para se emocionar.
O Iron Maiden subiu ao palco do Allianz Parque pontualmente as 20h50 para apresentar o show de sua turnê “The Future Past” com um clima muito especial: Nicko McBrain estava fazendo seu último show pela banda após mais de 40 anos de dedicação à donzela de ferro. Então, a primeira imagem quando o telão do palco se acendeu foi o rosto de Nicko, que foi ovacionado pela plateia em praticamente todas as pausas que o Iron Maiden fez entre uma canção e outra, e também pelos companheiros de banda, que ao final do show trocaram abraços e também saudaram o companheiro de palco com um emocionado discurso de Bruce Dickinson, demonstrando que não estavam perdendo apenas um integrante, mas também um grande amigo da histórica trajetória da banda. Durante todo o show, foi possível sentir, da pista para o palco, um grande sentimento de agradecimento por tudo que Nicko fez pela banda e pelo privilégio de poder vê-lo pela última vez.
A escolha do setlist da tour muito provavelmente foi pensada em agradar aos reais fãs da banda, que acompanham e gostam de toda a carreira, desde os primeiros álbuns, mais heavy metal, até a nova fase, mais metal progressivo, pois diversos hits conhecidos foram deixados de lado, e a apresentação no Brasil se dividiu praticamente em apenas dois álbuns da extensa carreira do Iron Maiden. Com 5 músicas de cada um, “Senjutsu (2021)”, mais recente lançamento da banda, que teve críticas bastante positivas quanto a ser um dos melhores, senão o melhor álbum do Iron Maiden no século XXI, e o álbum de 1986, “Somewhere in Time”, um dos clássicos lançamentos do Maiden na década de 80.
O show do Iron Maiden no Allianz
Após as introduções com Doctor Doctor (UFO) e Blade Runner (Vangelis), a banda começa sua apresentação com “Caught somewhere in time”, e o que impressiona de primeiro momento para quem está vendo o Iron Maiden pela primeira vez ao vivo é a energia da banda no palco, e claro, o absurdo vocal de Bruce Dickinson, que no auge de seus 66 anos ainda alcança notas vocais impressionantes, inclusive, parecendo até em melhor forma vocal do que na última passagem do Iron Maiden no Brasil, em 2022.
Já a parte instrumental é um espetáculo à parte, pois os 3 guitarristas da banda, em muitas músicas, dividem os extensos solos de guitarra, dando espaço para timbres diferentes e para a apreciação do talento de todos da banda, que não se resume em solos de guitarra, pois, em alguns momentos do show também vimos solos com baixo acústico pelas mãos talentosas de Steve Harris, tornando isso um grande momento para os fãs.
Outro ponto que é perceptível ao longo do show é o quanto os fãs do Iron Maiden no Brasil são apaixonados pela banda, pois o clima era de muita emoção e alegria.
Desconhecidos se abraçavam e cantavam juntos cada música como se fosse a última. Talvez fosse a satisfação de estar vendo de perto a última vez de Nicko nos palcos, ou apenas a magia de estar acompanhando o Iron Maiden fazendo um grande espetáculo.
Bruce Dickinson também faz parte, e muito, dessa empolgação, pois é carismático e deixa claro que adora vir ao Brasil. Brinca com o público, pede para que pulem, levantem os braços e gritem para a banda durante diversos momentos do show, o que aproxima ainda mais os artistas do público.
As performances, que já são um fato conhecido na história do Iron Maiden foram bastante contidas. Eddie apareceu no palco durante algumas músicas com sua nova skin “Samurai”, remetendo ao álbum “Jenjutsu”, e em algumas interações, ou com a versão do álbum “Somewhere in Time”, travou batalhas contra Bruce Dickinson atirando com armas futuristas, e em outras mostrando sua habilidade com espadas.
Voltando ao setlist, apesar do foco nos álbuns Jenjutsu e Somewhere in time, quando a banda tocou “The prisioner”, “Can I play with madness”, “Fear of the dark”, “Iron Maiden” e “The Trooper” foram os momentos em que a emoção do público – um dos maiores públicos que pudemos presenciar no Allianz Parque – aumentou e todos os setores do estádio cantaram muito alto, principalmente no grande clássico “Fear of the dark”.
Além dessas, ficam os destaques para “Alexander the great”, “Wansted years”, “Death of the celts” com direito a um belíssimo solo de baixo acústico, e “Hell on earth”, que também foram canções bastante apreciadas pelo público.
A banda se despediu do palco com mais homenagens a Nicko, que foi a frente do palco, jogou baquetas e também uma pele de bumbo da bateria para os fãs brasileiros, que o abraçou de longe com muito carinho em sua despedida. Obrigado Nicko! E vida longa ao Iron Maiden!
- Confira o setlist do Iron Maiden no Brasil no dia 7 de dezembro de 2024: