Ver uma banda o vivo pela primeira vez em um país depois de tantos anos de espera dos fãs é sempre uma experiência única. E isso não foi diferente com a estreia do Joyce Manor por aqui, que, enfim, veio ao Brasil e terminou a série de três em shows, acompanhados da Gouge Away, em São Paulo, cidade que recebeu o maior show das três capitais brasileiras por onde a banda passou.
Sendo São Paulo o maior show dos três, era de se esperar uma emoção maior do público, mas as próprias bandas se mostraram bem emocionadas também.
Mas vamos do começo. Quem abriu a tarde do domingo, dia 17, foi a Gagged, banda de São Carlos, que subiu ao palco pontualmente às 16h30 e, apesar das poucas pessoas presentes, empolgou quem chegou cedo. Apesar de não serem tão emocore quanto os headliners do dia, a Gagged, mais punk e hardcore, também tem músicas mais melódicas e soube muito bem tomar conta do espaço naquele início de evento.
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Depois foi a vez da E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante, que substituiu a Metade de Mim, que por problemas de saúde de um dos integrantes, não pôde mais se apresentar.
A banda, que vamos chamar aqui de EATNMPTD, faz um som instrumental, mais voltado ao indie, mostrando que aquele domingo era um dia de diferentes sonoridades no palco. Mesmo sem coros na plateia, a banda prende a atenção do público pelo show imersivo e funcionou como um momento de descanso e foco entre o punk da Gagged e o hardcore da Gouge Away, banda americana que fez os três shows ao lado do Joyce Manor no Brasil.
Antes do Gouge Away subir ao palco, Bruno Genaro, dono da NDP, produtora que trouxe o Joyce Manor ao Brasil, subiu ao palco para os tradicionais agradecimentos, como ele fez também no show do Angel Du$t com o No Warning, em março deste ano.
Bruno aproveitou pra dizer que os shows da NDP tinham algumas regrinhas, como curtir o show de hardcore dando muito stage dive (mas tomando cuidado com os cabos e a altura do palco).
Apesar disso, os stage dives durante o show da Gouge Away foram tímidos, pelo menos no início do show. Algumas pessoas estavam conhecendo a banda naquele dia e demoraram a se soltar e a curtir o show. Mas isso não prejudicou a apresentação do grupo que, com guitarras pesadas e a impressionante presença de palco e voz poderosa da vocalista Christina Michelle, dominou o palco antes do Joyce Manor.
Inclusive, Christina filmou e tirou fotos da plateia com seu próprio celular, impressionada com a energia, e disse emocionada que eles, lá na Flórida, jamais imaginavam que um dia tocariam no Brasil.
Joyce Manor: sem regras, show dos fãs e muita EMOção
Apesar do público brasileiro ser sempre caloroso, a energia do lugar mudou completamente quando o Joyce Manor subiu ao palco. Além, é claro, do lugar estar bem mais cheio do que antes.
Se até o Gouge Away os stage dives estavam tímidos se ouvia pouco a voz da plateia, com os headliners da noite a história foi outra. Tinha gente se jogando do palco desde a primeira música e às vezes se ouvia mais a voz do público do que a de Barry Johnson, vocalista da banda.
Mas isso tudo tinha razão de ser. Além de ser o primeiro show da banda em terras paulistas, o setlist começou com “Heart Tattoo”.
A empolgação dos fãs era tanta que os roadies do Joyce Manor pareciam preocupados e irritados com a quantidade de pessoas transitando no palco, o que fez Bruno, da NDP, voltar ao microfone para pedir que houvesse uma organização nos stage dives, com uma pessoa por vez subindo ali.
Não funcionou, vide a foto abaixo.
Logo depois do aviso, mais gente começou a subir no palco e ao mesmo tempo, por diferentes lados, o que pareceu irritar um pouco mais os roadies. Eu mesma, achei que iriam parar o show novamente para pedir calma para o público, mas não foi o caso, já que o Joyce Manor parecia estar se divertindo muito com aquela situação caótica.
Ao tocarem um cover de Tigers Jaw, “I saw water”, a banda assistiu ao show dos fãs, que dominaram o microfone. E o mesmo aconteceu com uma das mais esperadas do setlist: “Constant Headache”. Quem esperou muito pra ouvir essa música ao vivo cantada pela banda, viu, na verdade, fãs cantando enquanto a banda tocava, o que pode ter sido frustrante pra alguns, mas divertidíssimo pra outros.
A banda ainda dividiu um baseado com alguém da plateia e improvisou músicas que não estavam no set, mas foram pedidas ali na hora do show.
E pra fechar, Barry se jogou no público em “Five Beer Plan”, última do setlist.
Confira o setlist completo do Joyce Manor em São Paulo