
Shawn James (Divulgação)
Shawn James, após o sucesso da sua turnê de 2023 pelo Brasil, retornará ao país com a sua nova turnê, Muerte Mi Amor, em outubro, passando por 6 cidades: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. Conversamos com Shawn sobre o seu retorno ao Brasil, mas, além disso, falamos sobre o setlist dos próximos shows e processo criativo, e diversos temas com o músico que sempre esbanja simpatia. Confira a entrevista na íntegra abaixo:

Entrevista: Shawn James
Shawn, obrigada pela disponibilidade. Você vem ao Brasil com a turnê Muerte Mi Amor em Outubro. Qual o sentimento de retornar ao Brasil e, dessa vez, tocando em novas cidades com o número ainda maior de fãs?
Shawn: O principal sentimento é gratidão. Eu nunca achei, em um milhão de anos, que eu iria à América do Sul, ao Brasil, e teriam pessoas que falam principalmente português interagindo com a minha música, amando as canções. Nunca achei que fosse possível.
Da última vez que estivemos no Brasil, foram alguns dos melhore shows, da maior energia, que eu já experimentei. A paixão do público, como se tornam uma parte ativa do show, é muito especial. Estamos muito animados em retornar!
Além disso, visitar novas cidades. Da última vez que estive aí, era “vocês sempre vão para as principais (cidades), venham aqui!” e eu disse que tentaríamos da próxima vez. Estamos animados para conhecer a galera, provar novas comidas e ter shows incríveis.
O que os fãs podem esperar dos shows, além de uma montanha-russa de emoções? Devemos esperar um setlist de Honor and Vengeance ou também hits mais antigos dos discos “Shadows” (2012) e “Deliverance” (2014)?
Shawn: Sem dúvidas, vai haver um pouco das músicas novas, mas quando eu lanço a música eu não foco apenas em lançá-la. Para mim, quando eu vou ao show de um artista que amo, eu quero ouvir um pouco de cada coisa. Do jeito que fazemos, haverá música de todos os álbuns, sabe, um pouco de tudo: momentos acústicos, só eu com o meu violão cantando; momento com alguns instrumentos ou a banda toda pelo palco.
Terá muito Shadows, que é o mais popular, claro, algumas do Deliverance, definitivamente do Honor and Vengeance, Dark and the Light, uma mistura de tudo. Também estamos trabalhando em alguns covers, algumas coisas que não tocamos da última vez e muitas pessoas querem ouvir. Tentamos misturar para cada vez que viermos ter algo novo, não é o mesmo show toda vez.
Considerando sua paixão pela música, o quanto o contato com diferentes estilos musicais, misturá-los, é importante na criação do seu próprio som?
Shawn: Acho crucial. Sem ouvir e me inspirar pelo rock, pelo gospel, soul, blues, folk, ópera, bossa nova, flamenco, não há lugar para ser inovador e, como você disse, criar algo genuíno. Você tem que misturar várias coisas, os diferentes gêneros para criar algo diferente, único e autêntico. Para mim, é 100% necessário.
Por exemplo, Through the Valley, o final da canção, acho que se eu não amasse heavy metal e música bem intensa, não acho que uma canção folk como Through the Valley poderia ser tão intensa como é, uma canção folk que se torna mais intensa, sobretudo no final. Então, sim, gostaria que mais pessoas incorporassem bem mais coisas, porque sinto que há mais blends para vir sobre os quais nós nem pensamos ainda e que serão muito especiais no futuro.
Concordo, acredito que quando misturamos gêneros diferentes, criamos algo precioso! Quando falamos sobre os diferentes gêneros musicais, você mencionou a Bossa Nova. Você pode dizer algo que tenha talvez te influenciado?
Shawn: Sim, tem aspectos da Bossa Nova. Depois que visitei o Brasil, peguei playlists de pessoas, ouvi várias coisas diferentes. Tem aspectos da bossa nova que possuem muita alma, mas são suaves, muito sutis e ritmo bem dançante, que, vocalmente, talvez eu não teria pensado ao cantar um verso ou uma frase. Bossa Nova é lindo e acho único, nunca ouvi esse estilo dessa forma, então me inspirou a pensar sobre a maneira como eu posso cantar de uma forma diferente. Não sei se posso comentar sobre um artista em si, mas espero estar no futuro escrevendo mais sobre e tentar um pouco do estilo eu mesmo.
Shawn, Through the Valley em Last of Us Part II foi um momento importante na sua carreira. Como ocorreu essa conversa com a Sony PlayStation? Em qual outro jogo ou série você gostaria de ter uma música?
Shawn: Absolutamente! Eu amo integrar e criar canções para gêneros específicos. Acho que especialmente o novo álbum Honor and Vengeance ficaria ótimo com Red Redemption ou jogos no estilo Velho Oeste (western). Eu amaria fazer mais música para videogames e coisas assim, mas a forma como aconteceu, você perguntou.
Isso ocorreu em 2014, se não me engano. Eu estava em turnê, acordei e tinha um e-mail da Sony Playstation e eu fiquei “o que é isso? Será que é um esquema?”. O e-mail dizia “Oi, estamos interessados na canção Through the Valley, mas não podemos dizer para qual jogo, qual empresa, como vamos usar a canção e não vamos dizer quem está cantando, se é você ou outra pessoa, nada, só queremos usá-la” e eu pensei “ah cara, é complicado”, pois a canção era muito importante para mim. E se usassem de uma forma que eu não gostasse?
Eu lembro de debater essa questão e falar com um amigo que disse: “Shawn, é a Sony Playstation. Você é um artista pequeno dormindo na sua van após o show, tentando sobreviver. Isso poderia ser gigante para a sua carreira! É um risco”. Após pensar e ponderar, decidi tentar. No pior dos casos, não seria algo que eu amasse, mas seria ainda a minha canção.
Então aceitei o risco e, por 3 anos, não ouvi mais nada. Então, alguém me mostrou. Por duas horas, não vi nada: ou não tinha sido usado ou é a última música, e é bem importante. Então, no último trailer mostrado, a Ellie aparece tocando a música e eu percebi que era Last of Us “ai meu deus”. Foram o jogo e a história perfeitos para a canção, ambos falam de sobrevivência e pós-apocalipse. Foi algo lindo que eu não esperava, uma grande surpresa.
E a outra questão foi que eu não havia pedido para Through the Valley aparecer no jogo, foi uma descoberta. Neil Druckmann achou em uma House show Performance no YouTube e dali, ele ouviu o álbum, e foi isso. Loucura, é como se fosse destino ou algo assim.
Shawn, obrigada pela entrevista. Você poder dizer uma mensagem para o público do Musicult?
Claro, mal posso esperar para ver. Musicult, estamos muito animados de voltar ao Brasil e eu acho que se vocês forem ao show, verão uma das performances mais apaixonadas e genuínas. Quando subirmos ao palco, daremos tudo que é possível! Espero que tenhamos uma noite única juntos. Obrigada!
Para garantir seu ingresso para um dos shows do Shawn James no Brasil, acesse o site oficial do cantor: https://www.shawnjamesmusic.com/