Quem gosta de comédias românticas, já se acostumou com clichês. É raro filmes que fogem de algumas máximas que já estão batidas, como o clássico enemies to lovers, em que duas pessoas começam se odiando e se apaixonam, o loser que se apaixona pela mulher diferentona e/ou bem-sucedida e até o clichê de duas pessoas que são forçadas a conviver e passam por problemas até perceberem que sempre se amaram, e esse é o clichê de Morando com o Crush, filme nacional que estreou nesta quinta-feira, 23, nos cinemas de todo o Brasil.
Estrelado por Giulia Benite e Vitor Figueiredo, o filme ainda tem no elenco Marcos Pasquim e Ed Gama, entre outros nomes, e traz a história de Luana e Hugo, dois adolescentes, que se conhecem na escola e ficam mais próximos numa festa, mas, antes que algo mais sério surja desse crush adolescente, os dois jovens descobrem que seus pais estão namorando e que, por conta de trabalharem juntos, irão ser transferidos para o interior e morar todos juntos, os 4, na mesma casa. E rápido assim, logo eles se mudam.
Não há muito tempo para desenvolver o crush dos dois pré-mudança e quem está assistindo acredita que o filme irá focar 100% no clichê da convivência difícil que termina em namoro, mas “Morando com o Crush” tenta inovar, focando nas particularidades da cidade e seus habitantes curiosos: a cidade é recordista em números de habitantes irmãos gêmeos e todos acreditam que Luana e Hugo também são irmãos. Sem saída, eles entram na mentira de que são gêmeos para evitar explicações aos colegas e também para terem facilidades que a cidade oferece. Mas uma das adolescentes de seu novo grupo de amigos, que também desenvolve um crush por Hugo, decide investigar mais a vida do casal e é aí que as confusões começam.
Apesar da premissa divertida, o roteiro é muito corrido e decide trabalhar muitos temas de uma vez só, o que faz com que o filme pareça, na verdade, uma sequência de esquetes, algumas engraçadas e outras feitas para conscientizar os jovens (mas, aqui, de uma forma muito rasa), sem contar nas cenas de dança e música que poderiam ser dispensadas em um filme que não se propõe a ser um musical.
Ainda assim, “Morando com o Crush” pode agradar o público adolescente e, se você é mais velho, mas estiver a fim de ver um filme fofo, é uma boa pedida.