Angel Du$t e No Warning em São Paulo: música rápida e diversão

No último sábado, 16, a produtora NDP estreou suas produções em São Paulo, com o show do Angel Du$t, banda que já teve em sua formação membros do Turnstile e tem como vocalista o ícone do hardcore, Justice Tripp (que também é vocalista do Trapped Under Ice).

Mas o Angel Du$t não se apresentou sozinho na Jai Club, já que desde às 18h muito hardcore rolou antes com Joker, Stomp e os canadenses do No Warning. Então bora rever como foi essa tarde de shows insanos, no bom sentido.

Assim que chegávamos a Jai, já víamos uma bandeira no palco com o nome das bandas de abertura, Joker e Stomp, que, apesar da meia hora de atraso para o início dos shows, correram atrás do prejuízo e mandaram dois shows praticamente emendados, até porque as bandas dividem alguns integrantes, então foi fácil. A Joker, que também abrirá o show do Turnstile (eles de novo) no Brasil em abril, e a Stomp deram o tom do que seria aquela noite na Jai Club: muito soco no ar, stage dives e música rápida.

Depois do show da Stomp, enquanto esperávamos o No Warning, fui ao banheiro e o vocalista da banda canadense bebia alguma coisa no backstage, o que eu descobri ser cachaça, porque ele mesmo disse, em português. E reforçou seu amor pela bebida brasileira durante o show, gritando, entre uma música e outra: CACHAÇAAAAA.

Mas antes de seguirmos com detalhes do show do No Warning, é preciso lembrar que minutos antes da banda subir ao palco, Bruno Genaro, dono da NDP (e produtor famoso na cena, afinal comanda a Hardcore Pride, que leva shows do gênero ao interior de São Paulo), aproveitou para agradecer os presentes, reafirmando que fazer shows na capital era uma vontade antiga. Além disso, avisou que na noite anterior, os shows tinham rolado em Curitiba e tinham sido incríveis, mas que naquele momento era a hora do público paulista mostrar sua força para as bandas de fora.

E o público atendeu o recado! Durante o show maluco do No Warning teve gente chutando a caixa de som que fica presa no teto da Jai – imagine essa cena, é difícil descrever -, e um garoto saindo carregado e voltando com uma sacola de gelo no nariz minutos depois, pronto pro próximo show (não dá pra ver no vídeo, mas a filmagem foi interrompida por isso).

Pra quem não frequenta shows de hardcore, a cena que descrevi parece muito violenta, mas juro que foi um acidente em meio à diversão que as bandas proporcionaram ao público aquele dia. Ninguém saiu triste ou bravo dali, posso afirmar com certeza.

E lembra que eu disse que ia ter muita música rápida? Marcado para durar 50 minutos, o No Warning fez seu show em meia hora, e sem cortar nenhuma música do setlist.

E com todo mundo molhado e pingando suor, já que o show aconteceu numa das noites mais quentes do ano em São Paulo, o Angel Du$t subiu ao palco às 20h20. O show mais diferente e animado da noite, muito por conta da sonoridade da banda e do carisma de Justice Tripp, que driblou alguns problemas técnicos que a banda teve com o som para falar sobre o calor, sobre a alegria de tocar em São Paulo e sobre o quão inacreditável era a cena que viu naquele dia: uma capivara na rua (ele até cantou uma música pra capivara).

Dando espaço pra quem quisesse subir no palco e/ou pegar o microfone e cantar em seu lugar, Justice e o Angel Du$t terminaram o show chamando apenas mulheres pra cantar “Set me up” e encerrou aquela noite que marcou de forma perfeita a estreia da NDP e a vida dos fãs de hardcore que compareceram ao evento.

Setlist do Angel Du$t

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