
BRANT BJORK - Casa Áurea - SP - @Matheusp
Uma noite que tinha bons elementos para dar errado, mas, superou todos obstáculos e reuniu muita gente com apenas um objetivo, ouvir boa música. Isso é o que resume a última sexta feira, 08 de março para o grande público que compareceu debaixo de chuva até a casa Áurea, espaço novo para eventos em São Paulo e tiveram o prazer de ver nessa noite o retorno de uma das lendas do Stoner Rock retornando ao Brasil. Brant Bjork voltou a percorrer a América Latina, passando primeiramente pelo Chile antes do Brasil, e ainda seguiria viagem para Argentina e Uruguai, e em sua passagem pelo Brasil contou com abertura das bandas Psilocibina e Grindhouse Hotel.
Psilocibina
A primeira banda a se apresentar foi a Psilocibina. Os cariocas trazem ao palco um rock psicodélico bastante autêntico, que durante as músicas passeia por influências de jazz, e até mesmo de música Brasileira, com muita guitarra, solos e viagens clássicas de um bom rock psicodélico, porém com um Swing característico Brasileiro.
Ouvindo o álbum da banda, homônimo (2018) você consegue entender a proposta de som, mas vê-los ao vivo com certeza é uma experiência mais imersiva, e acredito que boa parte do público presente chegou cedo para conhecer uma banda relativamente nova e diferente, e se surpreendeu com a qualidade do som apresentado pelo trio. Formado por Alex (guitarra), Lucas (Bateria) e Rodrigo (baixo) a Psilocibina pode ser uma banda nova mas já com bastante bagagem, fizeram turnê européia e nesse fim de semana percorreram vários palcos de São Paulo. Fica o destaque para as músicas LSD, Trópicos e 2069, que pessoalmente me chamaram bastante atenção.

Grindhouse Hotel
A segunda banda a subir ao palco foi a Grindhouse Hotel. Bastante conhecidos na cena e uma das precursoras do Stoner Rock no Brasil, a banda subiu no palco pra tocar alto, literalmente. O som das guitarras e dos vocais estavam potentes e o público, que já lotava a Casa Áurea bastante animado.
A banda, apesar de ter um repertório bem vasto, afinal são mais de 10 anos de banda, focou bastante em apresentar ao público as suas novas músicas. Foram apresentados quatro singles, dois ainda não lançados e as já lançadas “No Sunrise” e “Antihero”, músicas que foram muito bem aceitas pelo público e muito aplaudidas. A Grindhouse Hotel deixou o palco após um show relativamente curto assim como a Psilocibina, mas que com certeza deixou um gostinho de quero mais no público presente.

Brant Bjork
Finalmente chegava o momento mais esperado da noite. Brant bjork subiu ao palco por volta das 22:30, e a primeira coisa que me chamou atenção foi que ele era o primeiro guitarrista da noite que tocou com um Marshall, as bandas anteriores tocaram com Mesa Boogie, e isso dava a entender que ele queria tirar um som diferente de tudo que tinha sido visto até então, mas quem roubou a cena mesmo aos primeiros acordes foi o baixista Mário Lalli, que no auge de seus 58 anos tirou um som de baixo impressionante, e algumas vezes chamava mais atenção por sua incrível habilidade do que o próprio astro da noite, Brant Bjork.
Brant e banda são bem diretos quanto ao seu show. Eles mesmos organizaram seus instrumentos e fizeram o espetáculo acontecer, sem muitos diálogos e iterações com a plateia. Apenas música boa atrás de música boa. Bjork passou por grande parte de sua extensa discografia e fez valer a pena a noite de grande público que saiu de casa para ve-lo ao vivo. Era perceptível o quanto cada pessoa presente apreciava cada canção, cada nota e cada movimento dos artistas no palco.
No fim, uma noite que tinha bons itens pra dar errado, foi uma noite beirando a perfeição.

E assim se encerrou a passagem de Brant Bjork no Brasil, e esperamos vê-lo em breve de volta celebrando a psicodelia, o stoner rock e a boa música.