O Jogo da Morte, nova aposta do cinema de terror para 2024, estreia nesta quinta-feira, dia 22, no Brasil e é um filme que traz como premissa o famoso jogo da “Baleia Azul”, que se popularizou na internet – e aqui foi até tema de reportagem do Fantástico – entre 2017 e 2019 no mundo todo.
O jogo, na vida real, segundo as denúncias, nasceu na Rússia, país da diretora do filme O Jogo da Morte (Anna Zaytseva), e incitava jovens ao redor do mundo a completar desafios macabros e, no fim, cometer suicídio.
As denúncias tinham embasamento por conta de casos parecidos de suicídio em diferentes países de jovens viciados em redes sociais, com marcas de cortes nos braços e que passaram a ter comportamento diferente. Em um dos casos, na Rússia mesmo, uma jovem se jogou na frente de um trem e é a partir de um acontecimento como esse que tem início a trama do filme O Jogo da Morte.
O filme O Jogo da Morte
Julia e Dana são irmãs e dias após uma briga entre as duas, Julia comete suicídio. E não só isso, ela se filma enquanto vai em direção a um trem em movimento. Uma tragédia que além de traumatizar Dana e sua mãe, tornando a relação entre as duas mais complicada, levanta dúvidas na cabeça da jovem, que tenta entender os motivos que levaram sua irmã a tirar a vida.
Por envolver uma história que tem a internet como causa, o filme inova o gênero found footage. Algumas cenas são filmadas diretamente do celular de Dana, que documenta todos os seus passos, desde os desafios, quando entra no grupo de jogadores da Baleia Azul, até quando está conversando por vídeo com sua melhor amiga.
Mas a filmagem em primeira pessoa, ás vezes, dá espaço para uma tela de computador e é como se o espectador estivesse logado, 24 horas, no computador de Dana. Até mesmo no início do filme, quando o computador ainda é de Julia, o aparelho cai no chão, a tela se racha e, assim, uma rachadura aparece na tela do filme.
Essa escolha talvez seja uma forma sutil de colocar os próprios usuários de internet como verdadeiros culpados desse grande circo macabro que se tornaram as redes sociais, ou simplesmente uma forma confusa de narrar os eventos, já que em muitos momentos era difícil acompanhar Dana brigando com sua mãe em um canto da tela e as conversas dos grupos do Netbook (nome da rede social usada no filme) no outro canto.
E acompanhando os rumos do filme, acredito que a segunda opção seja a correta, já que a história e as atuações deixam muito a desejar. O roteiro tinha dois caminhos: tratar o tema como de fato foi, e transformar a história em um suspense ou migrar completamente para o sobrenatural, o que parecia ter sido a escolha de acordo com a máscara macabra que aparece no pôster, mas, no fim, optou por unir um pouco de cada gênero e transformou uma premissa que poderia não só render um bom filme de terror como levantar discussões sobre os efeitos das redes sociais nos jovens ou até mesmo tentar explicar o que levou tantos jovens a jogarem o tal jogo.
Além disso, aos espectadores mais atentos, já há grandes pistas de seu final na metade do filme… E por falar em final, o filme também peca em não explicar muito bem a conexão entre os verdadeiros culpados pelo jogo da morte.