
Um jogo no qual pessoas, voluntariamente ou não, são colocadas para lutar por um prêmio e só quem vai levar é a última pessoa viva nessa disputa. Esse é o enredo superficial de Battle Royale, não à toa o livro foi comparado com Jogos Vorazes e, mais recentemente, a série coreana de sucesso na Netflix, Round 6.
Mas apesar das acusações de plágio e as discussões sobre o que separa uma cópia de uma influência, as histórias dos livros de Harper Collins e da série de Hwang Dong-hyuk com o clássico livro de Koushun Takami param por aí, mas Battle Royale não deve ter seu legado na literatura e em outras artes apagado, afinal, o livro é muito bom.
O enredo
Uma história sobre amor e amizade, um drama, uma história de ação com um misto de horror e também um livro sobre estratégias.
É difícil enquadrar Battle Royale em uma só categoria, afinal são muitos personagens – 21 alunos, além de professores, guardas e outros que são citados ao longo da trama – e diversas situações ao longo das 663 páginas que compõem o livro.
Ao acordarem de um sono induzido por meio de uma fumaça, os estudantes se veem presos em uma ilha. O que era pra ser um simples passeio escolar, é na verdade uma ação d’O Programa, criado pelo governo autoritário do Japão para controlar os estudantes e evitar rebeliões.
Cada “jogador” tem uma coleira tecnológica que avisa sua localização aos guardas do programa e que os impede de fugir da ilha.
A partir dessa premissa, acompanhamos o protagonista Shuya Nanahara em sua saga para tentar matar o menor número de alunos e também se manter vivo. Nessa luta, sentimentos bons e ruins são aflorados e, com uma riqueza de detalhes que não agrada a todos, Battle Royale apresenta diversas batalhas, perdas, momentos de reflexão e, por meio de flashbacks, vamos conhecendo mais os personagens dessa história.
O livro é um clássico por criticar sistemas autoritários, expor a violência da vida real e, ao mesmo tempo, com uma história extremamente envolvente, apresentar uma enorme riqueza de personagens.
Controvérsias e o legado de Battle Royale
Indicado ao Japan Grand Prix Horror Novel, um dos maiores prêmios literários do Japão, em 1997, Battle Royale acabou desclassificado por conta da temática violenta. O livro então só foi lançado em 1999 já envolto a muitas polêmicas e, por isso, tornou-se um clássico, que demorou a chegar no Brasil, tendo sua versão em mangá lançada antes por aqui.
Enfim, o livro com tradução direta do japonês, assinada por Jefferson José Teixeira, foi lançado pela editora Globo em 2014 no Brasil em uma edição super especial e com um excelente projeto gráfico.

Além do mangá, outro que saiu por aqui anos antes do livro foi o filme, que atualmente não está disponível em nenhuma rede de streaming, mas que vale muito a pena ser assistido, afinal ninguém mais ninguém menos que Quentin Tarantino elegeu “Battle Royale” como o melhor filme que ele já viu.
E falando em filme… depois do sucesso de Jogos Vorazes, as comparações de leitores e espectadores ao redor do mundo sobre um possível plágio feito por Suzanne Collins, autora da saga, foram inevitáveis, mas apesar do enredo ser parecido, Collins afirmou que desconhecia Battle Royale e Koushun Takami, por sua vez, declarou que não via a obra como plágio já que cada livro novo tem algo a oferecer ao público. Quem diria que o autor de algo tão violento seria tão gentil, né?
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