O Mega Monster, mini fest organizado pelas bandas Gojira e Mastodon, fez sua passagem pela América do Sul com apenas uma data no Brasil. O show aconteceu no início da semana, em plena terça-feira do dia 14 de novembro no Espaço Unimed, em São Paulo, mas se você pensa que isso foi desculpa para os fãs não colarem, pensou errado.
Logo que entrei no Espaço Unimed, pude ver muitos fãs “guerreirinhos”, digo isso porque todos com roupas pretas e acessórios de metal em pleno calor que estava fazendo na cidade de São Paulo, uma semana na qual as altas temperaturas bateram recordes. Nem o calor fez a galera desanimar, pouco antes do primeiro show começar, muita gente já se acomodava perto do palco para ver de pertinho a aula de metal que estava prestes a começar.
Mastodon foi a banda responsável por iniciar os trabalhos. O grupo norte-americano é formado por Troy Sanders (vocal e baixo), Brent Hinds (vocal e baixo), Bill Kelliher (guitarra e backing vocal), Brann Dailor (vocal e bateria) e João Nogueira (teclados). Para abrir o show, a banda escolheu “Pain With An Anchor”, do álbum mais recente Hushed And Grim (2021).
O que se seguiu foi uma sequência de músicas, praticamente coladas umas nas outras. Pouco papo, sem muito discurso, o negócio era preencher todo o tempo do show com o máximo de músicas possíveis, dando espaço apenas para alguns mini intervalos nos quais os fãs entoavam o nome da banda. O baterista e vocalista Brann Dailor impressionava com seus vocais limpos ao mesmo tempo em que tocava sequências pesadas na bateria, enquanto Troy Sanders fazia as boas com os fãs que estavam próximos à grade.
No telão, efeitos especiais psicodélicos que sincronizavam com as músicas eram transmitidos como uma obra visual à parte. Os fãs da banda finalmente puderam preencher o vazio que sentiam por terem ficado mais de 8 anos sem ver os caras por aqui. Para selar as pazes entre fãs e banda o hit “Blood and Thunder” deu lugar a um enorme moshpit no Espaço Unimed.
A potência e qualidade técnica do Gojira impressiona
Não é exagero falar logo de cara que o show do Gojira foi um dos melhores do ano até aqui. A banda francesa formada pelos irmãos Joe Duplantier (vocal e guitarra) e Mario Duplantier (bateria), e também por Christian Andreu (guitarra) e Jean-Michel Labadie (baixo) subiu ao palco do Espaço Unimed sob fortes aplausos do público.
A banda existe desde 1996 e sempre contou com uma boa base de fãs, mas foi depois da apresentação no Rock in Rio de 2022, no palco Mundo, que os holofotes do grande público se voltaram para banda. O show já começou com a energia em alta com “Born For One Thing“, single do álbum Fortitude (2021) e só aumentou com “Backbone” do From Mars To Sirius (2005). Numa vibe bem parecida com a que o Mastodon havia acabado de apresentar, o Gojira seguiu sem muito contato nem firula, de vez em quando um agradecimento, mas sem os famosos discursos político/ambientais que fazem parte dos shows da banda. Tudo bem, contanto que as músicas seguissem pesadas, e foi exatamente o que aconteceu. A cada música, a energia parecia vir numa crescente, principalmente na marcante “Stranded“, que tem alguns dos riff mais inconfundíveis do metal, levando os fãs à loucura, com muitos gritos e headbanging.
Um dos momentos mais legais do show é em “Flying Wales“, quando algumas baleias infláveis sobrevoavam os fãs ao longo da pista. Outro momento especial é em “The Chant” quando Joe pede ajuda do público para cantar o refrão, que consiste basicamente em entoar uma sequência de “AAAh” a todo pulmão, o que o público prontamente atendeu, tornando um dos momentos mais marcantes do show. Outros momentos bem esperados são quando a banda toca “Amazonia“, com um cenário bem impactante nos telões, repletos de chamas. E “The Gift Of Guilt” é a música que fecha o show, com os fãs cantando emocionados e realizados com esse que foi um dos melhores shows de metal do ano.