Fazia muito calor na noite dessa festa maravilhosa comandada por The Aggrolites, que aconteceu no feriado do dia 15 de novembro. Quando cheguei, até pensei que uma das grandes estrelas da noite seria o ar-condicionado da Fabrique, que funcionou muito bem para não deixar ninguém derreter, já que a noite prometia ser bem agitada, mas a estrela mesmo foi a música, especialmente os ritmos jamaicanos – que incluem o ska, rocksteady, reggae – e todas as suas variações e misturas.
Quem chegou cedo teve o privilégio de ver a apresentação da Maga Rude, o grupo de ska formado por 7 mulheres, que fez uma apresentação animada e cheia de mensagens importantes nas músicas. O show foi curto, ainda mais por conta de uma pequena falha no teclado – coisas que acontecem com qualquer banda de vez em quando – e deixou muitos com vontade de vê-las se apresentando novamente. Rolou até uma versão linda da música “A Message to You Rudy” do The Specials, um hino do ska a nível mundial.
Thiago DJ não deixou ninguém ficar parado nos intervalos da festa, selecionando músicas que combinaram certinho com a proposta musical do dia.
E sem muita demora, já estavam no palco os 6 integrantes do Marzela, grupo brasileiro de ska/reggae. Os rude boys – termo utilizado para denominar os fãs de ska até hoje – fizeram um show forte, que inspira resistência, e mesclaram no repertório suas músicas em inglês, português e até espanhol na música “Hasta Mañana”.
Diretamente de Belo Horizonte, a próxima atração foi o grupo musical de ska Explendidos.
O ska feito pela Explendidos parece ter uma pitada de música latina, e eles formam praticamente uma orquestra, já que possuem 9 membros em sua formação, cada integrante com um instrumento diferente. A timidez de quem estava os vendo pela primeira vez foi quebrada quando receberam o convite da música “Vem dançar” e quando o tecladista descia do palco para dançar junto com o público.
A Fabrique já estava cheia de fãs de ska e reggae, quando chegou a vez do Sapobanjo brilhar. Um dos nomes mais antigos e conhecidos do ska nacional, Sapobanjo fez todo mundo “balançar o esqueleto”, com a música “Carro de Som”.
Naty Zanellato, que assumiu os vocais da banda em março de 2023, parecia ter uma energia inesgotável, porque cantava e dançava pra lá e pra cá, no mesmo pique que uma criança num parque de diversões. No show, rolou a música nova “Amor na cidade”, e também de outros discos, como “Feira de sexta” (sexta-feira fui na feira comprar meia dúzia de banana…), e a música que dividiu o público, literalmente, já que ficou um espaço no meio da Fabrique pra todo mundo fazer festa e dançar: “Skatarrone”.
Quem disse que a diversão acabou? Ainda tinha muita festa pra rolar no show da principal banda da noite, a americana The Aggrolites!
Logo no começo, os Aggrolites já tocaram o principal hit “Free Time”. E os fãs do “Aggro Sound” estavam com saudades, pois fazia tempo desde sua última apresentação no Brasil. Tinha muita gente emocionada cantando todas as músicas. O baixista Jeff Roffredo fez o público se conectar ainda mais com a banda, pois conseguia conversar bem em português.
Ninguém era capaz de ficar parado com o “Dirty Reggae” original do Aggrolites, estilo que é influenciado pelo ska, rocksteady e reggae das antigas. Quando achei que nada mais poderia me surpreender e deixando a festa ainda mais “gringa”, eis que sobe ao palco Supla, nosso papito querido!
Supla cantou junto com o Aggrolites a música “Don’t let me down”, dos Beatles, que também contou com a participação de Axl Rude do Skamoondongos.
E foi nesse clima gostoso de alegria sem fim que os Aggrolites se despediram de São Paulo, fazendo essa festa linda cheia de ritmos jamaicanos.
Quem assina essa resenha é Felipe Souza.