De uns tempos pra cá, vivenciamos o surgimento de artistas que não se encaixam em um só gênero ou, mesmo quando se encaixam, o subvertem, incluindo elementos de outros estilos e criando uma identidade cada vez mais única. É o caso de Lori, artista italo-brasileira que lançou seu primeiro álbum, “Cuore Aperto”, no último dia 10 de novembro.
Em 15 faixas, Lori canta em três línguas diferentes – italiano, inglês e português – em sonoridades diferentes – synth pop, indie pop, reggaeton, rock e MPB – e com parcerias de diferentes representantes da música brasileira – Matias, FBC, soul.za e Natália Carreira.
Só por isso, já poderíamos afirmar que o disco traz a música pop do futuro, sem barreiras e sem medo de ousar. Mas a vibe do disco é toda futurista, mesmo quando recorre a estilos mais clássicos.
A primeira faixa, uma intro, chamada “Roxo Profundo”, já começa com uma melodia que parece anunciar um filme de ficção científica ou ação, mas contrasta com a melancolia da letra.
E se a intro é mais melancólica, a segunda faixa, “MD DM ME”, já é o oposto, começando justamente com um convite para sair a noite e se jogar. Um pop dançante pra ninguém botar defeito.
Oscilando, da euforia de uma pista de dança, “Insegura” é uma baladinha lenta, quase lembrando Taylor Swift, mas menos country e mais… futurista, é claro, mesmo tratando de temas que acompanham as mulheres há séculos e com soluções tão “do presente”, como mudar o cabelo para lidar com frustrações.
O álbum parte para um pop rock meio emo em “Vai ser melhor?”, parceria com Natália Carreira, que antecede a primeira música em inglês do disco: “Prison of My Mind”, e que sonoramente é diversa de tudo o que Lori, em “Cuore aperto”, trouxe até então, com uma batida lenta, meio r&b e nos levando à introspecção.
Antes do interlúdio, a última faixa da primeira parte é o feat com Matias e FBC, “Me dói, boy”, com ar de reggaeton, dançante e sexy.
Essas oscilações entre faixas mais introspectivas, melancólicas e lentas, com outras que nos fazem querer rebolar e se jogar na pista, tem um conceito, que combina justamente com o nome do álbum: “Cuore Aperto”, ou “Coração Aberto”, em português.
“O nome do disco vem do italiano, peito aberto, como uma viagem, uma jornada em busca de abrir-se para a vida e para si mesma. Canto partindo de um lugar de sofrimentos e mágoas no caminho, até conseguir olhar pra mim e viver uma libertação por meio do amor e da espiritualidade”
explica Lori.
E dividido em duas partes, com “Me adoro” como interlúdio, “Cuore Aperto” conta uma história. Se na primeira parte, havia insegurança, vulnerabilidade e melancolia, a segunda parte, mesmo com músicas mais lentas, como é o caso de “Vieni”, em italiano, traz uma perspectiva mais positiva.
O próprio interlúdio mostra que agora Lori não está mais tão insegura e quer ser a própria “popstar” – como é o nome de uma das faixas – do seu show, caminhando rumo à segurança e autoconhecimento, entendendo seus sentimentos – como em “Choro na cama” e olhando pra trás, em “Quero ir com você”, pra mirar o futuro na última faixa “Introestelar 1.0”, pop futurista meio eletrônico carregado de sintetizadores, que encerra a viagem futurista que fizemos “de peito aberto”.
“Meu disco é como a cidade de São Paulo: um centro urbano futurista, quase pós-apocaliptico, com prédios antigos e o ar clássico. Definido por contrastes: luz e sombra, introversão e extroversão.”
E com tantos contrastes, experimentações e sons, “Cuore Aperto” é um passo em direção à música pop do futuro, que Lori sabe muito bem fazer no presente.
Ouça “Cuore Aperto” na sua plataforma favorita e siga a Lori nas redes sociais da cantora.