Anunciado em agosto, o show da Rise of the Northstar no Brasil foi uma comoção entre os fãs de new metal, já que os franceses, um fenômeno no estilo desde 2014, eram esperados por aqui há um bom tempo. Não à toa, o primeiro lote de ingressos se esgotou em minutos e a casa quase deu sold-out (restando pouquíssimos ingressos).
E quem foi a Fabrique Club no dia 3 de novembro realmente pôde confirmar que a comoção tinha motivo.
É importante dizer que a noite ficou ainda melhor com as bandas de abertura, que talvez fizeram seus melhores shows de 2023 naquela noite: Bayside Kings e Paura.
O Bayside, primeira banda da noite, se apresentou para um público que já enchia consideravelmente a Fabrique – especialmente se considerarmos que eram 20h de uma sexta-feira chuvosa e que derrubou energia e árvores por São Paulo.
Ao subirem no palco, os músicos se depararam com muitos jovens usando a camiseta do Bayside, imitando latidos de cachorros (uma brincadeira recorrente nos shows da banda) e um pouco acuados por conta de um novo elemento presente no show: uma grade. Sim, havia uma grade separando o palco dos fãs, famoso “pit”.
Mas se engana quem achou que a grade seguraria os mosheiros e “street fighters” – como Milton Aguiar (vocal do Bayside) apelidou os responsáveis pela roda. E falando em Street Fighter, o show do Bayside começou com um telão exibindo trechos do jogo e seguiu com aa banda tocando seus maiores hits em inglês e português, e com os músicos visivelmente emocionados pela presença dos fãs que sempre dão um show à parte.
O mesmo pode se dizer do show do Paura, um show mais politizado, com o vocalista Fabio Prandini fazendo discursos necessários, pedindo a libertação da Palestina e ressaltando a necessidade de inclusão das pessoas LGBTQIA+, negras e mulheres na cena.
Impecáveis e pesados, Paura deixou o público dividido entre os mosheiros – que não param nunca – e os que pareciam hipnotizados pela presença de palco da banda.
Ao final do show, já era quase impossível andar com tranquilidade na Fabrique, afinal eram quase 22h, horário marcado para o show do Rise of the Northstar, que começou apenas alguns minutinhos depois do combinado.
A introdução do show não podia ser outra: uma música tradicional japonesa, com imagens de desenhos orientais no telão, afinal a influência da cultura japonesa é gigante no estilo do Rise.
Enfim, após a introdução, os five soldiers all dressed in black subiram ao palco da Fabrique com “The Anthem” seguida de “Showdown”.
A casa, que já estava quente, parecia um forno e o suor de cada pessoa ali dentro se misturava à euforia de ver ao vivo pela primeira vez uma banda tão esperada, autêntica e talentosa.
Fazendo o público apaixonado gritar e pular durante quase uma hora e meia de show, os integrantes do Rise of the Northstar fizeram pouquíssimas interrupções e discursos, arriscando apenas alguns agradecimentos em inglês, francês e português.
Prometendo voltar o quanto antes, Rise of the Northstar terminou o show com “Rise” e “Again and Again”, e próximo das 23h30, o público não parecia cansado e sim querendo mais.
Satisfeitos, banda e público se despediram e agora o Rise segue em turnê por outros países, e dos fãs brasileiros fica a esperança de que eles tenham percebido que não podem demorar mais 9 ou 10 anos pra voltar. E já que os samurais são franceses, fica o nosso “merci beaucoup” pelo show do dia 3 de novembro.
Setlist – Rise of the Northstar em São Paulo
- The Anthem
- Showdown
- Third Strike
- One Love
- Here Comes The Boom
- Welcame (Furyo State of Mind)
- Bosozoku
- Sound of Wolves
- Samurai Spirit
- Nekketsu
- The Legacy of Shi
- Demonstrating My Saiya Style
- Rise
- Again and Again