Måneskin mostra que está longe de ser só mais uma bandinha de rock

Hoje em dia é comum ver o nome Måneskin em listas de melhores bandas da atualidade. Não tem como negar que a banda italiana vem ganhando força desde que viralizou com um cover de “Beggin”, mas muita gente achou que o sucesso da banda ia ficar por isso mesmo, só mais uma banda de rock no tiktok… ledo engano.

Desde a primeira vinda ao Brasil, a banda composta por Damiano David (vocais), Victoria De Angelis (baixo), Thomas Raggi (guitarra) e Ethan Torchi (bateria), se mostrou muito mais do que só uma febre passageira. Não à toa, o grupo teve o show de São Paulo totalmente sold out desde o início da venda de ingressos; não é exagero dizer que na próxima vinda é provável que eles façam shows em estádio.

O Måneskin parece ter uma fórmula mágica que encanta desde pessoas mais jovens até roqueiros mais velhos. A estética sexo e rock’n’roll está vivíssima no quarteto e parece hipnotizar quem quer que esteja assistindo aos shows.

Inglês, Italiano e Português, para além das línguas o Måneskin deu uma aula de rock

Com uma pegada mais centrada do que a da apresentação no ano passado, mas ainda assim muito enérgica, o quarteto fez do palco do espaço unimed a sua casa. O show já começou com duas músicas do novo álbum RUSH! (2023), “Don’t Wanna Sleep” e “Gossip“, esta segunda a banda fez em parceria com o cantor e guitarrista Tom Morello. Em seguida, o sucesso “ZITTI E BUONI” do álbum Teatro d’ira: Vol. I (2021), música inteiramente cantada em italiano e que o público de forma impressionante decorou do início ao fim. “Honey (are you coming?)” e “Supermodel” incendiaram os fãs, mas foi com a queridinha “Coraline” que a galera soltou o gogó.

O quarteto derrama carisma sob o público, cada um à sua maneira: o vocalista Damiano conversa com os fãs, faz caras e bocas e sorri quando é “atingido” por “sutiãs voadores”, ciente de que está seduzindo todo mundo; enquanto a Victoria não precisa de muito para chamar a atenção pra si, com um sorriso e rosto angelical, mas uma performance totalmente femme fatale, a baixista hipnotiza a todos. Thomas é bonitinho, fofinho, engraçadinho… e nessas de “inho”, quando você percebe não consegue mais tirar os olhos dele; já o Ethan é o que menos aparece porque fica atrás da bateria, não chega a interagir, mas sua presença ainda assim é notada.

O setlist seguiu mais ou menos como previsto, com Damiano avisando que não fala nada em português, mas que em todo lugar que a banda passa ele tenta fazer um cover de alguma música regional. O cover escolhido para os shows no Brasil foi de “Exagerado” de Cazuza, cantada no palco B, onde Damiano e Thomas fazem uma performance acústica. Pouca coisa muda de um show para outro; o que teve de diferente em São Paulo é que a banda tocou um trechinho de “Baby Said” a pedido do público, que obviamente foi à loucura.

Falando em loucura, talvez o momento em que o público mais vibrou foi com as músicas “I Wanna Be Your Slave” e “Mammamia“. Para aqueles que se chateiam quando a banda foca apenas em músicas na língua inglesa, finalmente os refrescos: “Lividi sui gomiti” e “In nome del padre” estão na setlist para trazer aquele charme italiano que só o Måneskin sabe trazer.

Além de todas as interações com o público, a banda também faz questão de ficar próxima dos fãs de todas as formas, uma delas é na música “Bla Bla Bla“, na qual Thomas faz stage diving enquanto Damiano e Vick descem para tocar com os fãs da grade. Outra mega interação é na música “Kool Kids“, na qual o grupo convida alguns fãs para subirem ao palco.

O show se encaminha para o final com baladinha melancólica “The Loneliest” e finaliza com mais uma performance de “I Wanna Be Your Slave“, dessa vez ainda mais enérgica, se é que é possível.

Recentemente, o líder dos Rolling Stones, Mick Jagger, fez uma declaração um tanto quanto polêmica para o jornal italiano Corriere Della Sera, na qual ele afirma que o Måneskin é atualmente a maior banda de rock ‘n’ roll do mundo. Se é ou não, a gente não sabe responder, mas é impossível negar que a banda vem crescendo cada vez mais e se tornando influente no gênero, portanto está longe de ser “só mais uma bandinha de rock”.

Confira o setlist do show do Måneskin em São Paulo

• DON’T WANNA SLEEP
• GOSSIP
• ZITTI E BUONI
• HONEY (ARE U COMING?)
• SUPERMODEL
• CORALINE
• Beggin’
• THE DRIVER
• BABY SAID
• FOR YOUR LOVE
• GASOLINE
• VENT’ANNI
• Exagerado (cover de cazuza)
• I WANNA BE YOUR SLAVE
• MAMMAMIA
• LIVIDI SUI GOMITI
• IN NOME DEL PADRE
• BLA BLA BLA
• KOOL KIDS
• THE LONELIEST
• I WANNA BE YOUR SLAVE