Besouro Azul: uma surpresa revigorante da DC, com referências latinas e enredo que entretém o espectador
Gabriela Pavão 
Besouro Azul (2023) difere de outras produções do Universo DC (DCU). Algumas das produções mais emblemáticas da universo do DCU como a franquia Batman, Coringa, O Homem de Aço e V de Vingança são filmes escuros e sérios, com humor irônico e tom sombrio. Besouro Azul é diferente: é uma obra cinematográfica colorida, vibrante, repleta de piadas afiadas e latinidade.
Besouro Azul conta a historia de Jaime Reys (Xolo Marudueña), um jovem que retorna à sua cidade natal após se formar na faculdade. Em meio à preocupação em ajudar sua família e ao interesse amoroso por Jenny Kord (Bruna Marquezine), Jaime se depara com um problema de dimensões maiores: a descoberta de uma antiga relíquia alienígena, o Escaravelho, que lhe dá super-poderes.
O longa segue uma tendência de outros filmes de heróis recentes, como Shazam e Eternos e foca no núcleo familiar. O amor da família Reyes (e o contraste com a ausência desse amor entre as Kord) assume um papel central no filme. Enquanto essa é sua força motora, a persistência do amor é sua principal mensagem.
Maridueña desempenha de forma carismática seu papel de protagonista e primeiro herói latino, conquistando os espectadores. Porém, quem verdadeiramente rouba a cena são Milagro (Belissa Escobedo), sua irmã mais nova, seu tio Rudy (George Lopez) e, claro, Jenny Kord, primeiro papel internacional da atriz brasileira Bruna Marquezine.
Ainda sobre a atriz, uma de suas cenas do filme (sem spoilers) é garantida de levar a audiência brasileira ao delírio nas salas de cinema.
O filme conta com uma trama leve, concisa e envolvente, apesar de recorrer a clichês comuns às conhecidas histórias de origens de heróis e aos deus ex machinas, ou seja, soluções improváveis e mirabolantes. Já o uso de efeitos especiais, foi feito de forma impecável, embora as cenas de luta deixem um pouco a desejar.
Um grande destaque do filme, que o diferencia de outros longas do gênero, é a caracterização da cultura mexicana da família Reyes por meio da presença de diversos elementos: seriados como Chapolin e Maria do Bairro, símbolos religiosos e expressões idiomáticas.
A própria equipe tem membros latinos, como o diretor porto-riquenho Ángel Manuel Soto e o roteirista mexicano Gareth Dunnet-Alcocer.
A evocação de elementos latinos traz à tona outro ponto positivo: o sentimento de nostalgia. Afinal, alguns elementos, como as casas do bairro da família Reyes, a dinâmica familiar e os seriados mencionados não são exclusivamente pertencentes à realidade mexicana, tendo também feito parte da vida de muitos brasileiros.
Besouro Azul possui 2 horas de duração e duas cenas pós-créditos, então vale a pena ficar na cadeira antes do fim da sessão!
Veja o trailer de Besouro Azul a seguir e aproveite para ler outras resenhas de filmes aqui no Musicult
