Estamos no meio do ano, mas já podemos afirmar que será muito difícil um álbum de indie rock superar Super Terror, o novo álbum da banda argentina El Mató a un Policía Motorizado.
Super Terror sucede o aclamado La Síntesis O’Konor, de 2017 e, depois de 6 anos, supera seu antecessor e pode vir a ser ainda mais aclamado, por trazer uma El Mató a un Policía Motorizado que parece ter se encontrado entre o indie pop, os sintetizadores e a sua tradicional intensidade e melancolia, o famoso “rock triste”.
Composto por 10 músicas, das quais 4 já haviam sido lançadas, Super Terror foi gravado nos estúdios Sonic Ranch, no Texas, EUA, e transita não só por diferentes sonoridades, como também registra um momento especial para a El Mató a un Policía Motorizado: o pós-pandemia.
A partir desse período, tudo adquiriu um novo significado: um futuro incerto, rupturas e novos começos, cada cena sendo contada a partir da poesia certeira de Santiago Motorizado, e completada pelas melodias épicas e cativantes que marcam o clássico da El Mató.
“Este é um disco que levou muito tempo para ser trabalhado. Para começar, envolveu três viagens aos estúdios do Sonic Ranch e, embora tivéssemos um objetivo, o álbum saiu durante as sessões de gravação. Super Terror tem uma turnê sonora inédita. Musicalmente, podemos dizer que tem uma mistura entre o que ouvíamos nas rádios brilhantes para rapazes, nos anos 80, e o que descobrimos mais tarde, esse outro mundo, alternativo e dark, quando já éramos adolescentes”.
comenta Santiago.
As influências oitentistas já estavam claras já em um dos singles, que, inclusive, é uma das melhores do disco, “Tantas cosas buenas”, mas também aparecem em outras faixas, como “Un Segundo Plan”, que abre o álbum e vai dos anos 80 aos 2000, nos convidando a dançar, com uma melodia mais animada e parecendo uma música que poderia facilmente estar em um dos últimos álbuns do Strokes, por exemplo.
Ao cairmos na melancolia da faixa 2, “Medalla de Oro”, somos levados novamente a uma música dançante, “Diamante Roto”, uma forma leve de falar de um amor intenso e platônico. E quando menos esperamos, na segunda escuta já estamos repetindo o refrão “pierdo todo por vos”.
Novas canções para uma nova era, para um novo futuro onde o tempo deixa de ser linear para passar a ser circular, estranho, fresco e perturbador.
É essa a impressão que temos ao ouvir o álbum na íntegra, com músicas que variam da desesperança e melancolia à superação e anseios por coisas melhores, variando entre músicas mais sombrias, como “El Universo” e “Voy a disparar al aire” e outras mais indie pop, como “Coronado”.
Super Terror é a El Mató em sua essência, mas aberta a novas sonoridades, e o resultado é um dos discos mais viciantes dos últimos tempos, mas hipnotizar o público é algo que a banda sabe fazer em estúdio e ao vivo, vide nossa resenha da última passagem da El Mató pelo Brasil, em 2022.
E falando em shows, a banda está no line up do Primavera Sound 2023 nas cidades de Buenos Aires e Bogotá, esperamos que no line up da edição brasileira, El Mató a un Policía Motorizado apareça também.
Músicas preferidas da redação: “Tantas cosas buenas”, “Diamante Roto” e “Voy a disparar el aire”.
Ouça Super Terror na sua plataforma de streaming favorita e siga a El Mató a un Policía Motorizado nas redes sociais.