Nos últimos anos duas drag queens cantoras, Pabllo Vittar e Gloria Groove, tomaram a cena pop nacional, com músicas que iam além de simples hits de verão e difundindo a arte drag por todo o Brasil. Mas a cena e a arte drag no Brasil é gigante, principalmente na música.
A arte drag
Podemos inferir que o crescimento da popularidade do programa RuPaul’s Drag Race foi um dos responsáveis, na última década, por tornar a arte drag ainda mais difundida, fazendo o número de queens aumentar muito, principalmente em grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Muitas ex-participantes do reality, inclusive, já fizeram shows memoráveis pelo Brasil. E Alaska Thunderfuck gravou até um videoclipe na cidade de São Paulo.
Hoje é fácil encontrarmos essas personalidades com cílios longos, lace e roupas fantásticas não só nas noites das baladas ou boates, explorando possibilidades de gênero e autoexpressão, mas em programas de TV, entrevistas, realities e muito mais.
Batalhas de Lip Sync e performances dignas de prêmios entretêm o público e mostram as particularidades e incansáveis horas de produção e trabalho por trás das maquiagens e figurinos, além, é claro, de uma constante luta por representatividade e por tudo o que o eu pode ser.
Alguns nomes consagrados
A arte drag já está no Brasil há muito tempo. Nomes eternizados, como Diana Finsk (anos 80), Veronika, Paulette Pink, Nany People, Silvetty Montilla, Alexia Twistter, Márcia Pantera e Ikaro Kadoshi são referência para uma geração de drags que nasceu a partir de 2010.
Este é o caso de Duda Dello Russo, ou melhor, Eduardo, que é formado em moda, é DJ e podcaster (um dos melhores) e que, apesar de não se montar mais hoje em dia, ganhou o público com seus figurinos irreverentes e megacriativos, tocando sempre os melhores setlists nas noites de São Paulo.
Duda, junto de Bianca Dellafancy, LaMona Divine (outros dois nomes de peso para o cenário drag) comandaram o “Santíssima Trindade das Perucas”, que foi um dos podcasts mais ouvidos do Spotify, com 155 episódios, ficando no ar por três anos.
Mas voltando à música…
Na esfera da música, já sabemos que Pabllo e Glória já conquistaram o Brasil, América Latina e são conhecidas nos Estados Unidos e Europa. Mas além delas há muitas outras drag queens cantoras, por isso, viemos apresentar outras drag queens que você PRECISA adicionar à sua lista de cantoras favoritas.
8 drag queens cantoras que você precisa conhecer
1 – Lia Clark
Dificilmente você irá a uma festa voltada para a comunidade LGBTQIAPN+ sem ouvir ao menos uma faixa dela. Dona de hits como Trava Trava, Clark Boom e Boquetáxi, já fez duetos com nomes como POCAH, Pabllo Vittar, Wanessa Camargo e Jaloo. Se você estiver tendo um bad hair day, a Lia te tira dele.
2 – Aretuza Lovi
Impossível olhar uma garrafa de Corote e não lembrar da sua voz cantando “I love you Corote…” durante a live do Festival do Orgulho, em 2020, que era patrocinada pela Amstel (inclusive, assista a esse vídeo aqui).
Apesar do meme, Aretuza é super talentosa e tem hits como Pisa Menos e Catuaba, além de Joga Bunda, parceria com Glória Groove e Pabllo Vittar. Então passa no mercadinho e já coloca Aretuza para tocar.
3 – Reddy Allor
Vencedora do reality Queen Stars Brasil (2022), teve como prêmio a formação do Trio Pitayas, ao lado de Diego Martins e Leyllah Diva Black. Antes da vitória, entretanto, Reddy já fazia sucesso, sendo um expoente do Queernejo. Seu trabalho chegou a ser reconhecido por Marília Mendonça e agora é sua vez de ouvir!
4 – LaMona Divine
Meu amor, além de podcaster ela é cantora! Fã de Britney Spears, Beyoncé e Madonna (nesta ordem) e dona de uma voz aveludada, Divine possui alguns singles disponíveis nas principais plataformas de streaming. Já adiciona aí na sua playlist!
5 – Kika Boom
Cantora e compositora, sua música viralizou na 21ª edição do Big Brother Brasil, porém sua carreira vem de muito antes. Com sua criatividade ímpar, já contribuiu com trabalhos e parcerias com Lia Clark, Pabllo Vittar, Urias, Danny Bond e Kaya Conky. Entre covers e autorais, já criou até uma versão arrocha para a canção End Game, de Taylor Swift.
6 – Grag Queen
Vencedora da 1ª temporada do reality Queen of the Universe, a drag de Gregory Crescencio iniciou a carreira ainda na adolescência, participando de eventos como o Natal de Luz de Gramado e até um especial de Natal da Xuxa. Antes da carreira solo como Grag Queen, integrou o duo Armário de Saia, ao lado de WesDrag. Com a participação em Queen of the Universe, seu trabalho ganhou destaque nacional, sendo um importante nome para a cena drag musical atualmente.
7 – Potyguara Bardo
Dubladora, atriz, compositora e cantora, ela é a persona criada por José Aquilino. Natural do Rio Grande do Norte, reúne em suas composições a psicodelia, junto de um visual bastante irreverente, com seus cabelos cor-fantasia e orelhas pontudas, revelando um misticismo tanto no timbre da voz, quanto no que canta. Assim como tantas outras é assumidamente inspirada por RuPaul’s Drag Race. É encantadora e merece um coraçãozinho seu.
8 – Naja White
Ela veio do interior de São Paulo, mais precisamente da cidade de Leme. É interpretada por Nylo Bimbati, que atua paralelamente com marketing. Suas canções estão ligadas a experiências cotidianas, muita sensibilidade e a forma como enxerga o mundo ao seu redor. Ela foge do pop inspirado nas divas e produz um som mais próximo ao rock nacional dos anos 2003 a 2010, o emocore.
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