Jackson Wang é gigante. E não, eu não estou falando do físico e do 1,74m de altura. Jackson Wang é um astro pop gigante, porém, apesar de ser maior que muito artista pop ocidental por aí (mas vocês não estão preparados pra essa conversa), o show da Magic Man World Tour no Brasil foi o melhor da turnê por mérito não só de Jackson. E a gente explica o porquê.
Desculpem nossos irmãos latinos e o resto do mundo, mas o show de Jackson Wang no último dia 15 em São Paulo foi memorável graças às fãs brasileiras e a um DJ brasileiro que sabe animar um público.
O melhor show da turnê de Jackson Wang
Marcado para as 21h, o show começou após a exibição de 3 videoclipes que marcam a nova fase de Jackson: “Blow”, com figurinos inspirados na era renascentista; “Come Alive”, quase uma releitura de “Thriller”; e “Cheetah”, último single, que nos remete a Prince. Só com essa introdução, o Espaço Unimed – tomado por fãs vestidas, em sua maioria, com roupas preta e vermelha, conforme o figurino da turnê – foi à loucura.
Enfim, alguns minutos depois, Jackson fez uma entrada marcante, depois de performances dos dançarinos e saindo de uma porta que simulava um elevador no centro do palco.
O setlist é o mesmo para todos os shows – exceto no Coachella, que contou com participação de Ciara -começando com “100 ways”, “Go ghost” e “Blackout”.
Com muita fumaça e encenação no início do show, o set começou com músicas mais lentas e, inicialmente, sem banda. Só depois que Jackson saiu do palco com “Just like magic” é que a banda surgiu no palco, com os músicos maquiados no estilo magic man.
Ao voltar, Jackson cantou “All the way”, “Bullet to the heart” e Drive you home” e aproveitou o momento romântico para gritar “Eu te amo pra c*****o” várias vezes para as fãs e fazer um discurso sobre a importância da turnê para que as pessoas o conhecessem de verdade, fora dos programas de TV, doramas e do GOT7.
As fãs retribuíram tanto carinho com gritos de “Jackson, eu te amo” a todo momento, e tão alto que ás vezes era difícil até ouvir o que Jackson dizia.
Claro que como todo show da turnê, Jackson levou uma fã sortuda para o palco em “Love you 3000”. No dia seguinte, alguns comentários nas redes sociais apontaram que Jackson ficou sem graça com a atitude de fã de passar a mão em suas pernas e peito, mas outras defenderam a moça e disseram que fariam o mesmo. Se Jackson ficou realmente sem graça com o ocorrido, não deixou transparecer, afinal, dali em diante, após mais uma pequena sequência de músicas mais lentas, Jackson avisou que as coisas ficariam “selvagens”.
E não poderia ser diferente, já que o terno vermelho foi trocado por uma camisa de renda, as coreografias ficaram ainda mais sensuais, incluindo a famosa “dança da cadeira” com outra fã no palco e, em “Champagne Cool”, Jackson não só bebeu uma garrafa de champagne como virou em seu corpo, atendendo aos pedidos de “vira! vira!” vindo do público.
Antes de encerrar com “Blow”, que foi um dos momentos épicos do show, com as fãs cantando o refrão muito e muito alto, Jackson fez outro discurso pedindo que cada um que estava ali buscasse ser feliz, independente de qualquer coisa. Mas depois pediu desculpas por falar de coisas tão profundas em um momento de diversão e voltou a aumentar a temperatura com sua performance final.
Mas, afinal, porque o mérito é quase todo nosso?
Dias antes do show, Jackson Wang informou que havia convidado Alok, um dos maiores DJs do Brasil, para um set especial em seu show. Alguns acharam que seria show de abertura, outros uma participação especial.
O que ninguém esperava foi o que aconteceu. Após “Blow”, Jackson saiu do palco e Alok ocupou o espaço, tocando seu próprio set.
Após alguns minutos, Jackson e sua equipe voltaram, já sem as roupas e maquiagens da performance e o Espaço Unimed virou uma rave e depois um baile funk, gerando momentos incríveis de Jackson Wang dançando “Bola de Fogo” e “Rap da Felicidade”.
Foi uma festa, com Jackson bebendo ainda mais, tirando a camisa, fazendo seus dançarinos tirarem também e levando a esposa de Alok para beijar o marido no palco.
Já passava das 23h40 quando Alok gritou no microfone que a produção pediu para que o show fosse encerrado, mas que eles não iam parar tão cedo.
Com algumas fãs se retirando do local por conta do metrô, a festa não durou mais tanto tempo assim, já que próximo da 1h da manhã, Jackson entrou em live provando caipirinha, coxinha e outras comidas e bebidas bem brasileiras.
As fãs, não podemos esquecer das fãs!
A ideia de Jackson Wang em levar Alok para criar no show do Brasil uma after party tornou tudo ainda melhor. A música brasileira é riquíssima, seja no pop, no funk ou até mesmo na eletrônica e ver um artista chinês demonstrando tanto carinho pela nossa cultura foi emocionante.
E essa talvez tenha sido a retribuição de Jackson a um público que não é nem de longe morno e que teve a sua grande participação – seja nos figurinos, na dedicação, nos gritos emocionados e na disposição em plena segunda-feira à noite – no melhor show de toda a turnê de Magic Man. Se a gente não esqueceu, Jackson Wang provavelmente também não.