Ao longo do mês de março, o Musicult falou de mulheres headliners de festivais grandes que acontecem em 2023 no Brasil e fez uma lista de girlbands históricas, mas além do mainstream, as mulheres também têm ocupado há anos o cenário underground.
Então, fazendo jus ao nosso lema de ir do underground ao mainstream, a gente mergulha na cena independente brasileira e te apresenta 17 bandas e artistas que você deve conhecer e que estão fazendo muito barulho, no melhor sentido da expressão, no underground.
Confira com a gente!
Bandas com mulheres e artistas femininas do underground brasileiro que você deve conhecer:
1 – Eskröta
Se o rock é machista, o meio do metal e suas vertentes consegue ser ainda mais. E é combatendo por meio de seu posicionamento e suas letras sem meias palavras que a Eskröta vem se fortalecendo no cenário do crossover nacional, sendo sempre um nome muito pedido pelos fãs do Kool Metal Fest.
Em 2022, a banda formada atualmente por Ya Exodus e Tamy Leopoldo, lançaram o EP T3rrror, unindo nas letras o amor das meninas por filmes do gênero com críticas ao machismo estrutural.
Já em 2023, o single “Homem é assim mesmo” é o mais recente lançamento e antecipa o álbum Atenciosamente, Eskröta, com previsão de lançamento para 20 de abril e que, se seguir os passos do single já lançado, tem tudo pra ser ainda mais pesado e direto!
Instagram: @eskrotacs
2 – Clandestinas
Formada em 2017, a Clandestinas nasceu da necessidade de três mulheres se fazerem ser ouvidas em seus questionamentos sobre os padrões da sociedade a respeito de gênero e sexualidade.
E essas três mulheres, Alline, Camila e Natalia, fazem ecoar o grito de várias outras pelo mundo, contra o machismo e a LGBTfobia, por meio de seu punk rock clássico que levou a banda a ser um dos nomes mais importantes na causa dentro da cena.
Instagram: @bandaclandestinas
3 – Klitória
3 mulheres, 1 cara e uma incógnita é como se define no Instagram a Klitória, banda de punk rock com som nervoso e letras viscerais, formada em 2022 por Aline, Brayner, Malu e Nina, e diretamente de Niterói, Rio de Janeiro.
O som gravado é ótimo, mas show ao vivo é inesquecível. #ficaadica
Instagram: @klitor1a
4 – Judy And The Outsiders
Liderada pela Judy, do título, a banda vai além dos palcos e conta com Carol Rezende na bateria e Daniel Leal no baixo.
A energia e sintonia dos integrantes se reflete no som e nas apresentações. É aquele tipo de banda punk que você não quer apenas assistir o show e consumir merch, mas que dá vontade de sentar no bar e virar amiga deles.
Instagram: @judyandtheoutsiders
5 – The Mönic
Dispensando apresentações, a The Mönic vem cravando seu espaço no underground desde o lançamento de Deus Picio, em 2018, e além de apresentações no Oxigênio Festival e no Kapivara Fest, a banda, formada por Dani Buarque, Alê Labelle, Joan Bedin e Thiago Coyote, tem agora uma festa pra chamar de sua, a “Não tem banda com mina”, cujo nome é uma afronta e que teve a sua 1ª edição no dia 18 de março no FFFront, em São Paulo, com as bandas NPKN e Horney.
Instagram: @themonicband
6 – Brita
Fundada por Barbara Guanais em 2019, Brita lançou dois anos depois seu EP de estreia “Amena” e agora, com uma formação que ainda conta com Daniel Duarte (bateria) e os novos integrantes Hugo Noguchi (baixo) e Victor Cardoso (guitarra), se consolida com o seu primeiro álbum, Íntriseco, que une indie, post-hardcore e sons noventistas.
Instagram: @britamusic
7 – Dirty Grills
Formada em 2021, as Dirty Grills já lançaram um EP em dezembro do mesmo ano, mas que só saiu no segundo semestre de 2022. O nome do EP é perfeito – Faz Teus Corre, Irmão – mas o som, para os fãs de grunge e stoner, é ainda melhor.
Com influências bem noventistas, de Hole a Bikini Kill, o duo formado por Jéssica Gonçalves e Mariel Maciel já está com o segundo EP gravado e contará com 5 músicas que prometem ser mais pesadas que as primeiras. A previsão de lançamento é para o segundo semestre deste ano.
Instagram: @dirty.grills
8 – Turmalina
Rose (vocal), Maynara (bateria), Marcos (guitarra), Eduardo (baixo) e Caio (guitarra) formam a Turmalina, que existe desde 2018, com influências que vão de dreampop a shoegaze passando por synthpop, post punk e até rock psicodélico.
A banda que lançou o single “Febre” no fim de 2022, com um videoclipe que vale muito a pena assistir, já tem um próximo single em vista, que ainda não foi lançado nas plataformas digitais, mas se chama “Ficou pra Trás” e já está no setlist da Turmalina há um tempo.
“Estamos animados pra saber como será a recepção do publico considerando que desde a melodia, aos arranjos e a composição da letra, a música num geral é diferente de tudo o que lançamos até agora, mas sem perder a nossa identidade”, conta a banda.
Instagram: @bandaturmalina
9 – Mimi
Banda “fresquinha”, a Mimi era um projeto solo, mas agora é um quarteto composto por PH, Felipek, Jopa e, claro, a Mimi, frontwoman do grupo.
O som flerta com os tremendões, Roberto e Erasmo, mas de um jeito mais debochado e descolado, e com músicas dançantes, com melodia que facilmente vai colar nos ouvidos e mentes do público, o primeiro lançamento da Mimi como grupo está previsto para o segundo semestre de 2023 via Efusiva Records.
Instagram: @mimi.maneira
10 – Texugas
Formada por Marcela Valverde, Ana Clara e Thaís Catão (Ex-Tuíra), a Texugas é uma banda riot carioca, com letras que dedicam parte da energia para escancarar machismo e o racismo contido na militância e na cena “underground”, embaladas por um punk rock clássico que incendeia os shows. Não tem músicas gravadas mas promete um lançamento potente ainda este ano.
Instagram: @texugabanda
11 – 4n4 not found
4n4 Not Found é dona de uma identidade visual incrível e representa as emos e pop punkers dessa lista, com 3 singles lançados entre 2021 e 2022 e que agradam os fãs do gênero ao primeiro play.
As influência da cantora vão de Nothing a Yungblud, e ela prometeu em entrevista ao Bus Ride Notes que um EP está a caminho!
Instagram: @4n4notfound
12 – Sara Não Tem Nome
Sara Não Tem Nome é uma artista que vai da música às artes visuais e essa versatilidade se reflete em todos os projetos da cantora, que faz parte do duo Hikikomori, da banda Tarda e do Clube das Exaustas.
Recentemente, solo, a cantora lançou, em janeiro de 2023, o álbum A Situação, que traz, por meio de letras reflexivas e um pouco debochadas, a percepção da artista com os últimos acontecimentos sociopolíticos do Brasil. Não à toa, a primeira faixa é inspirada nas marchinhas de carnaval e inaugura o álbum dizendo “Pare pra eu descer, essa viagem já foi longe demais”.
Instagram: @saranaotemnome
13 – Der Baum
Liderados por Fernanda Gamarano, a Der Baum é um trio, que também conta com Ian Veiga e Cesar Neves, e faz um som autêntico com inspirações dos anos 80, indo do new wave ao post-punk.
Com 9 anos de estrada, o trio lançou em 2022 o terceiro álbum, autointitulado, e ainda mais dançante. Duvida? Dê play no videoclipe de “Dreamers in the night” e tente não viajar e dançar nesse som.
Instagram: @derbaumoficial
14 – Chão de Taco
Com Julia Campacci na guitarra, Pedro Matos no vocal, Ricardo Bombem no baixo e William Baldine na bateria, a Chão de Taco é aquela banda que te ganha no primeiro play se você é fã do popular “rock triste”.
Com refrões chicletes, mas nada rasos, a banda tem um EP lançado em 2021 e se prepara para o lançamento do primeiro álbum, que está em processo de gravação e deve sair este ano.
A gente já viu a banda ao vivo no Locomotiva Festival e avisa: não perca um show da Chão de Taco!
Instagram: @achaodetaco
15 – Punho de Mahin
Impossível falar de mulheres e, especialmente de mulheres negras, na cena underground e não falar de Punho de Mahin, afropunk da periferia de São Paulo que conta com Natália Matos no vocal, Camila Araújo na guitarra e Paulo Tertuliano e Du Costa como baterista e baixista, respectivamente.
O nome da banda já é uma homenagem a uma mulher, Luísa Mahin, que foi escravizada e liderou a Revolta dos Malês, em 1835. E com letras antirracistas e antifascistas, a Punho de Mahin vem escrevendo seu nome na história do punk nacional desde 2018.
Instagram: @punho_de_mahin
16 – Giovanna Moraes
De acordo com a própria Giovanna, pode-se dizer que sua carreira começa de fato em 2022, quando ela decide se reinventar como frontwoman rock n’ roll e lança o álbum Para Tomar Coragem.
E essa reinvenção deu muito certo, já que o som de Giovanna é perfeito pra quem curte aquele rock n’ roll mais clássico, potente e cheio de atitude, com um pouco de grunge e stoner.
Instagram: @gggiovannamoraes
17 – Sophie’s Threat
Sophie’s Threat, formada em 2021, é muito peso, riffs marcantes e uma mistura de thrash com death metal. Os primeiros singles, que antecipam um EP prometido para o primeiro semestre deste ano, já mostram que a banda é imperdível para os fãs de música extrema, como Arch Enemy, Testament e Annihilator.
Com o vocal poderoso de Malu Sales, a Sophie’s Threat conta com Tiago Carteano na bateria, Ricardo Oliveira e Rodrigo Godoy nas guitarras, e Paulo R. “Satan” no baixo.
Instagram: @sophiesthreat
Bônus: Trash no Star
Esse post foi feito com a ajuda da Letícia Lopes, que além de mãe, pedagoga, redatora e sócia-fundadora da Motim, um espaço cultural no Rio de Janeiro, é vocalista e guitarrista da Trash no Star, que ilustra a capa dessa lista e entra nela como mais uma das bandas independentes com mulheres na cena underground que você deve ouvir, especialmente se curte um garage rock com influências dos anos 90.
Inclusive, a Lety curte tanto um grunge dos anos 90 que já colaborou com a gente no nosso especial sobre o Nirvana.
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