Tipo GPS é o nome do novo álbum da banda gaúcha Atemiz, e marca o retorno do grupo depois de quatro anos, já que o penúltimo disco saiu em 2018.
Mas não são apenas os fãs da banda que podem comemorar esse retorno. Os fãs de emo e pop punk de forma geral devem ouvir e, com certeza, vão curtir muito Tipo GPS, e a gente te conta as razões disso.
A Atemiz já tinha soltado duas prévias de Tipo GPS em 2022. O primeiro single, “Nuvens” já mostrou que Guto Gaelzer (vocal e guitarra), Nick Motta (vocais e baixo) e Gui Wildner (guitarra) estavam sendo muito influenciados por Knuckle Puck e outras bandas do estilo “sadboi” do início dos anos 2010, como Real Friends, Neck Deep e Stand Atlantic.
Já “Embarque” é mais pop punk mainstream, com uma bateria que lembra algumas canções de Blink-182 (coincidência ou não, o videoclipe de “Embarque” tem cenas gravadas no Blink Bar, em Porto Alegre) e aquele refrão que, quando você menos espera, está cantando junto e lembrando o dia todo.
E falando em refrões pra cantar junto, essa é a principal característica do álbum, com 10 faixas que facilmente podem se tornar hits na cena emocore e pop punk brasileira, com letras que abordam motivação, amadurecimento e relacionamentos, mas de uma forma leve e positiva.
Tipo GPS começa com a faixa-título, que parece querer dizer o quanto a banda está feliz em estar de volta e já deixa claro que o GPS do álbum é o coração. Esta, seguida da densa “Máquina do tempo” mostram que o disco tem diferentes momentos: mais rápidos e enérgicos e outros mais intensos e melódicos.
Tipo GPS é uma viagem a diferente referências, tendo músicas que soam até como um rock nacional mais clássico, como é o caso de “Bem aqui” e outras que se utilizam de sintetizadores e tem uma vibe mais pop, lembrando o auge das bandas Cine e Restart e, por que não, as experimentações que a Fresno e o Bullet Bane têm feito de uns anos pra cá, como é o caso de “Segunda eu começo” e “Eterno retorno”.
“Anos-Luz” é, sem dúvida, a mais melódica do álbum e encerra muito bem, incluindo um refrão cantado em coro e um solo de guitarra, mostrando que as influências emo e pop punk também dão espaço para o rock clássico na mistura da Atemiz.
Gravado a distância durante a pandemia, Tipo GPS também explicita a sintonia do trio, pois se não soubéssemos dessa informação, poderíamos afirmar, sem dúvida, que o disco foi gravado com toda a banda junta em sincronia no mesmo tempo e espaço.
Dividindo a produção do disco com Henrique Harris Lopez, Gui Wildner (guitarrista) fala que as novas tecnologias contribuíram com o processo de construção do álbum, não só para as gravaçõs a distância, mas também pelos elementos eletrônicos. Além disso, a produção musical coincidiu com um momento em que ele passou a se interessar mais pelo assunto.
“Quando começamos a fazer o disco eu estava me interessando e consumindo muito conteúdo de produção musical. A parte de composição continua do mesmo jeito, a gente pega um violão e gente começa a trabalhar naquilo. A diferença é que agora a gente pode jogar no computador, gravar uma guitarra base, programar uma bateria, e aí conseguimos dar uma construída melhor, para ter uma visão do que a música pode vir a ser. Depois que a gente tem isso aí estruturado, começa a parte de fazer a música crescer, colocar um detalhezinho em uma parte específica da música, para tornar ela mais especial, mais interessante. E é uma coisa que a gente sempre gostou de usar, elementos eletrônicos, com sintetizador, mas a gente não fazia tanto. Mas acho que nesse álbum a gente conseguiu fazer bem e muito bem feito”, conta o guitarrista.
Que está bem feito, não temos dúvida! E aí, já deu play em Tipo GPS?
Tipo GPS – Ficha Técnica
- Ano de lançamento: 2023
- Composição: Guto Gaelzer, Nick Motta e Gui Wildner
- Mix e Master: Henrique Harris Lopez
- Produção Musical: Gui Wildner e Henrique Harris Lopez
- Produção executiva: Guto Gaelzer
Nossas favoritas: “Nuvens” e “Anos-Luz”.