Uma das atrações mais esperadas do Oxigênio Festival 2022, a Meu Funeral vive seu melhor momento e divide essa alegria com o público a cada show, a cada reels reagindo aos comentários dos haters ou fazendo dancinhas e a cada novo single, seja uma música nova com uma letra mais divertida que a outra ou seja algum remix, mostrando que o som da banda não encontra barreiras no rock e no ska.
Ansiosos como estamos pelo show da Meu Funeral no Oxigênio, trocamos uma ideia com o Dan e o Luquita, baixo e vocal, respectivamente, sobre o festival e outros assuntos. Ou melhor, enviamos as perguntas e foi o Dan que entrevistou o Luquita em uma mesa de bar, conforme a foto abaixo:
O resultado dessa conversa, você confere a seguir:
Começando do começo, eu confesso que a primeira vez que me falaram de “meu funeral”, imaginei uma banda de death ou trash metal. É uma confusão que já aconteceu com outros fãs de vocês? E de onde veio a ideia de um nome tão sombrio pra uma banda tão divertida?
Luquita: O nome, na verdade, é por conta de falta de criatividade. A gente tinha uma música chamada “Meu Funeral”, que, inclusive, tá em todas as plataformas digitais, e aí acabou sendo o nome da banda. A ideia era justamente chocar, de certa forma, mas também desmistificar um pouco a questão da morte, que é uma coisa inevitável, todos nós vamos viver isso, ou morrer isso, e acho que é importante a gente começar a tratar o tema com leveza, saber lidar e falar sobre isso… acho que a proposta é essa, mas sim eu acho que poderia ser uma banda de Death Metal, mas talvez fosse um nome muito ruim de uma banda de Death Metal.
Quando vocês lançaram o Tropicore Hardcal, vocês disseram que esse era o encerramento de uma fase “rock raiz” da banda e que agora viriam loucuras subversivas. E na sequência vocês lançaram 2 remixes bem diferentes do que normalmente tocam, com o Comunidade Nin Jitsu e Kassin. Esses remixes marcam o início da nova fase ou ela vai vir ainda mais diferente? Quando será o próximo lançamento? Dá pra dar algum spoiler?
Dan: Eu vou responder a última: não, não dá pra dar spoiler. As outras são com você, Luquita.
Luquita: Sim, podemos considerar que é um primeiro passo, foi tudo pensando nisso, mas são remixes, e a nossa nova fase talvez passe um pouco por aí, mas não é tão subversivo quanto os remixes, eu diria…É a Meu Funeral tocando nossas músicas, mas tem umas misturebas loucas que eu espero que vocês gostem… e se não gostarem também, faz parte.
Dan: Ah, e não tem spoiler porque não tem nada pronto ainda, só por isso. Mas sobre data, vai ser no ano que vem. Provavelmente, o primeiro semestre vai ser de maturação, finalização e planejamento, e então a gente solta a bomba!
Como foi gravar com a Tati Quebra Barraco? E como surgiu essa ideia e parceria?
Luquita: Foi mágico, foi incrível. Na verdade, o primeiro impacto foi fazer uma ligação pra Tati Quebra Barraco e trocar uma ideia, mas foi muito maneiro, porque ela é gente como a gente, tranquilona… E a ideia surgiu porque é uma música que fala de dança, né? Então, a gente pensou em trazer alguém de um universo mais dançante, e o primeiro nome que surgiu foi da Tati. A gente fez o convite, ela aceitou, e foi uma grande loucura.
A gente não tinha muita expectativa de que ela aceitasse, mas ela aceitou na hora e eu até propus que se ela quisesse colocar algum beat, que ela podia ficar à vontade, mas ela disse “não, eu quero cantar no rock”, ou seja, encarou o desafio totalmente e foi f**a.
A Tati participou da Fazenda, então eu vou usar esse gancho pra fazer uma das perguntas mais absurdas dessa entrevista: se vocês fossem para um reality show, quem seria o primeiro eliminado e porquê?
Luquita: Eu seria o primeiro eliminado, porque eu sou insuportável (risos).
Dan: Eu ia falar o Pepe, porque ele ia ficar doente na primeira semana (risos). O Pepe flerta bem com a hipocondria, e a gente fala, com muito carinho, que ele tem o sistema imunológico de uma orquídea.
No dia 30 de outubro vocês postaram um reels bem emocionado com a música “Acabou, você não é mais presidente” e também foram notícia por “preverem” o resultado. Conseguem descrever a emoção desse dia, ainda mais vendo a música de vocês sendo tão compartilhada? Vai rolar música pro novo presidente?
Dan: Minha querida, se rolar, você é a autora dessa ideia, hein? Que lindo, que ideia f**a!
Luquita: É muito doido você fazer uma música lá no começo da pandemia usando a frase dita pelo haitiano e isso estar reverberando agora com uma galera se identificando e em um momento de alívio. Quando a gente lançou tinha um peso, uma revolta e agora, ainda com o remix, parece um grito de alívio.
Foi muito emocionante mesmo, e está sendo. Como a gente falou no vídeo, a gente surgiu durante o governo golpista, depois o Bolsonaro se elegeu e agora ter um governo progressista enquanto a gente está vivendo da nossa arte…isso tudo faz com que a gente se sinta muito orgulhoso de ter influenciado, de alguma forma, mesmo que poucas pessoas, a ter essa consciência ou a se identificarem com essa música. E ver a galera usando isso como um grito de guerra é uma sensação indescritível.
Como está a expectativa de vocês pro show no Oxigênio e o que os fãs podem esperar da Meu Funeral nesse fest? Vai rolar “Acabou, você não é mais presidente” no set, né?
Luquita: Certamente vai rolar “Acabou, você não é mais presidente” no set. Vai ser um set enxuto, de muita doideira, com uma música colada na outra pra todo mundo endoidar, e a expectativa está altíssima.
A gente sempre quis tocar no festival desde o começo da banda, e agora fomos escalados após a pandemia, com um monte de banda amiga, um monte de gente que admiramos, vai ser incrível.
A gente está na expectativa, e vamos todos os dias do festival, curtir ao máximo esse final de semana. Então é isso, espero ver todo mundo lá, beijocas!
Dan: Beijo, muito obrigado pela entrevista, muito obrigado todo mundo que vai ao Oxigênio, encontrem a gente por lá, comprem camisetas… e não se esqueçam: Vai Pepe!