Nesse mês de outubro, mais especificamente no dia 12, a lendária banda de hardcore FISTT lançou seu novo álbum, A Arte de Perder, primeiro lançamento da banda em 10 anos.
Com 12 faixas, A Arte de Perder é um disco consistente não só em si mesmo, mas porque faz jus à discografia da banda e à sonoridade característica do grupo, pautada no hardcore melódico e enérgico, com letras sagazes, irônicas e, também, melancólicas, o que fez com que muita gente se apaixonasse pela banda ao longo dessa carreira que tem mais de 20 anos.
Inclusive, resistir no hardcore e no underground com uma carreira de tanto tempo é tema de uma das faixas mais legais do disco, “Ex-Underground”, que conta com a participação de Camilo Quadros, da Cueio Limão.
Mas outros temas também permeiam o álbum, como a preocupação com o meio ambiente, o dia a dia caótico que nos rouba o que temos de mais precioso na vida, que é nosso tempo, além de espaços para nostalgia, com a banda revisitando o single “Lápis de Cor”, lançado originalmente em 2015, e que retorna em A Arte de Perder com a participação da cantora Érika Martins (Autoramas), e um cover de “29 months” da banda carioca The Invisibles.
“Foram 10 anos sem lançar um disco de estúdio, e em ‘Arte de Perder’ entregamos o que o FISTT sabe fazer de melhor. É um disco para matar as saudades e também celebrar os nossos 28 anos de trajetória”, afirma F. Nick, vocalista do FISTT, que a gente convidou pra fazer um faixa a faixa do álbum, falando um pouquinho sobre cada música e explicando algumas mensagens que a banda quer passar para o público.
O que será que ele falou sobre a sua faixa favorita? Confira.
A Arte de Perder: faixa a faixa por F. Nick, vocalista do FISTT
1 – Vida Longa ao Rei
Essa faixa abre os trabalhos do novo disco e acaba servindo, junto com “Ex-underground”, como uma resposta sátira a todos que não acreditam em seus ideais e sonhos e acabam preferindo ir para o caminho da crítica negativa, é o famoso “não me encham o saco, estou fazendo o meu corre até hoje” e acaba servindo para muitas situações.
2 – Ninguém Anda Sozinho
Em algum momento eu estava fazendo o caminho entre Jundiaí e Bom Jesus de Pirapora (SP) e nessa rota o Rio Tietê acompanha a estrada por um bom trajeto, ali é bem comum em algumas épocas do ano uma enxurrada de espuma no trecho do rio ali na cidade, o que acaba deixando o ambiente bem insalubre. Essa música fala bem sobre isso e de outras regiões onde a sociedade está literalmente cagando para o meio ambiente.
3 – Ex-Underground (Participação Especial: Camilo Quadros – Cueio Limão)
É uma sátira ao pessoal que não comparece mais em shows e acha que, por isso, não existe mais uma cena alternativa (rock, reggae, etc.), o famoso “das antiga” saudosista.
4 – A Arte de Perder
A faixa título, em sua primeira parte, fala sobre descomplicar a vida, ver as coisas de um ponto de vista mais simples e a urgência de viver o hoje. Na segunda parte, há um pouco mais de cada um dos personagens citados na canção e algumas situações que passaram.
5 – Dias Melhores Birão
Fala do nosso momento atual político e social, mas com esperança que dias melhores virão. O título é apenas um trocadilho com o nome do nosso ex-baterista, Birão.
6 – Poxa Vida Dulino
É sobre os revezes da vida adulta, como se fosse uma conversa com um amigo. E Dulino, no caso, é o nosso guitarrista.
7 – Liquidação
É uma das faixas mais curtas e rápidas que já fizemos (com 23 segundos, apenas), sobre o quanto vale a pena se matar de trabalhar e, às vezes, não ter o retorno desejado, e no tanto de tempo de vida que você perde.
8 – Sorte Pra Mim (e um pouco pra você)
R: É uma canção com um ar bem de anos 80. A gente brinca que é a “Infinita Highway” de Várzea Paulista (cidade ao lado de Jundiaí), e ela complementa a música anterior, falando sobre decisões na vida.
9 – Lápis de Cor (Participação Especial: Érika Martins)
Nós gravamos uma demo dessa canção anteriormente e, em algum momento, mostrei pra Erika e ela gostou muito, aí fechamos essa parceria na hora e a música teve um up surpreendente com a participação dela. É uma canção bem carismática/chicletuda e fala sobre seguir em frente, não ter medo das dificuldades e vencer, em resumo, pôr um sorrisão na cara e mais cores na vida.
10 – 29 Months (Cover de The Invisibles)
É um cover da banda carioca “The Invisibles”, nossos amigos de longa data e uma das músicas mais bonitas do hardcore melódico nacional.
Assista ao videoclipe da versão original abaixo (gravado da TV, com logo da MTV no canto, bem nostálgico)
11 – Jumbo
Jumbo é o apelido de um amigo meu, o Juliano, que faleceu há alguns anos, e essa é uma homenagem pra ele.
12 – Agora Eu Vou Embora
Fala sobre fim de ciclos e recomeços e achamos que faria todo sentido ter essa música como última do disco, como se fosse um encerramento para talvez algo novo em seguida, aguardemos.
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Produzido por Paulo Gervilla (Metade de Mim), com a mixagem e masterização do ganhador do Grammy Latino, Paulo Anhaia (Charlie Brown Jr., CPM 22, Velhas Virgens, entre outros), A Arte de Perder marca a estreia do FISTT no selo Maxilar Discos, além de apresentar a nova formação da banda, que agora é um quinteto composto por por F. Nick (vocal), Ricardo Dariva (guitarra e voz), Dulino (guitarra), Fila Benário (baixo e voz) e Fernando Rosa (bateria).
FISTT no Hangar 110 em novembro
O show de lançamento de “A Arte de Perder” vai acontecer no Hangar 110 (SP), no dia 12 de novembro, com a abertura das bandas La.Marca, Social Breakdown e Lozanos, além de discotecagem da DJ Rratinix.
E os ingressos antecipados podem ser adquiridos no Pixel Ticket.