O que você fez em 2020? Independentemente do “cantinho” que escolheu/podia ficar, foi ali onde você passou boa parte daquele fatídico ano que durou até o carnaval apenas. Depois dali, mais um ano confinado e só em 2022 estamos “voltando à normalidade” ainda que o presente pareça mais doido do que nunca.
E por falar nisso, não é muito doido pensar que passamos um ano inteiro dentro de casa sem poder viver tudo com intensidade? Para muitos, a vontade de esquecer que 2020 existiu é enorme, mas, ao mesmo tempo, é impossível, dada a gigante angústia pela qual passamos.
E é sobre esse sentimento que a Scumbags aborda em “2020 doesn’t count”, novo single lançado pelo selo latinoamericano Electric Funeral Records.
De Joinville/SC, fundada no ano de 2017, a Scumbags tem claras referências de Ramones, Descendents, Green Day e Blink-182 mescladas aos grandes nomes do ska, e possui um repertório rápido e direto, que estreou oficialmente com o álbum Sour Days, lançado em maio de 2019.
Após uma pausa nas atividades devido a pandemia, a banda retornou com o single “Dreadlocks in the Alley”, um lançamento simbólico, que marcou um ponto de transição para a banda, que agora volta aos lançamentos com “2020 Doesn’t Count”.
Como o nome do single já sugere, a letra traz a visão de como foram estes dois últimos anos e como os seus eventos afetaram o mundo e também a rotina da Scumbags.
A música apresenta no início uma visão triste e desapontada com a situação, preocupada e sem esperança, lamentando a impossibilidade de fazer shows, mas, seguindo adiante, o protagonista percebe o real problema da situação e se mostra revoltado com a humanidade, terminando com a mensagem de que nunca devemos esquecer de 2020 e que precisamos aprender com nossos erros. Só assim um futuro confinamento será evitável.
A capa do single é um destaque a parte, seguindo as ilustrações apocalípticas do anterior (“Dreadlocks in the Alley”) e combinando com a atmosfera de insanidade que a pandemia e o contexto sociopolítico mundial que reverbera até agora trouxeram para o mundo.