O processo catártico de um artista na pandemia no EP visual de Didi Fiorucci

O paranaense Didi Fiorucci lançou, na última sexta-feira, dia 01, o EP visual Formato.

Com pouco mais de 16 minutos, o vídeo exibe, na ordem do disco, a narrativa de todo o processo vivido pelo compositor, que decidiu lançar um EP visual ao tentar traduzir em forma de arte todo seu processo catártico vivido durante a pandemia: “O vídeo busca contar a trajetória do processo interno de lidar com as mudanças da vida, a passagem do tempo, o luto e conseguir enxergar propósito e razão, por meio da criação e da materialização de ideias. Para mim, esse foi o próprio processo de fazer o EP e o vídeo, ao mesmo tempo, é essa a história que estou contando”.

O artista já trabalhava com temáticas existenciais e reflexivas em suas canções de projetos anteriores, mas desta vez Didi Fiorucci conta que o processo biográfico de suas experiências entre 2019 e 2021 foram essenciais para a construção da identidade conceitual não só sonora como também nas letras: “Este trabalho é como uma resposta mais solar e esperançosa a esses últimos anos, para mim mesmo. Muita coisa ruim aconteceu com o mundo e no meu círculo pessoal, então foi um certo desafio consciente não escrever algo mais triste, mais melancólico, que poderia ser muito bonito também, mas pra mim teve algo terapêutico e de reafirmação em botar pra fora algo pra cima e com uma mensagem positiva, mas uma que tem uma reflexão séria ao mesmo tempo”.

O EP Formato

O trabalho marca uma nova fase na carreira do compositor, que foi responsável por arranjar, tocar, produzir, compor  e gravar todas as faixas do EP: “A ideia foi captar a grande maioria das coisas e só depois partir pra synths e midis. Eu queria tudo bem processado digitalmente, para criar esse contraste entre o orgânico e o digital na produção também. Escolher alguém que atua na música eletrônica para fazer a mix foi também parte disso”, revela Didi, que escalou seu parceiro musical de longa data, João Vitor Schmidt, do projeto Espetacara, para a mixagem do álbum. Para masterização, contou com Leo Gumiero, produtor e músico dos projetos Ímã e Farol Cego.

O EP conta com uma intro, que soa como um convite para uma viagem rumo a todo o processo do pensamento introspectivo, e segue com 4 faixas.

A primeira, “Distração”, traz a voz suave de Didi acompanhada de arranjos de violões. É a única faixa com participação especial, do pai de Didi, Irapuan Luiz, quadrinista e músico, que tocou o contra-baixo.

Depois, “Esquecer e Lembrar” ressalta a característica de psicodelia moderna da música que transita entre lamento, salsa e tropicália.

A terceira faixa, “Mudança” é marcada por guitarras que trazem uma atmosfera de renascimento, segundo Didi, “É como se fosse um empurrão adiante, como um segundo pedido por movimento, já em um lugar mais claro, de saber o que é necessário, para atingir o objetivo, de movimento e descobrimento, externo e principalmente, interno”.

“Beleza” encerra o álbum, mas no processo criativo foi a faixa que deu vida ao EP. Gravada primeiramente de maneira rudimentar, a canção ficou em stand by durante alguns anos até ter sua releitura registrada no disco. Sobre ela, Didi conta: “Beleza é a grande resolução do processo, onde as coisas foram aprendidas, digeridas e agora são colocadas pra fora, isso fica claro também na estética da música, que evoca tanto um lugar de harmonia quanto por quase todos os elementos sônicos apresentados previamente serem utilizados em seu potencial completo nessa música. Ela traz a afirmação, de que não há coincidência, tudo está em seu lugar, e que a beleza pode ser percebida através dessa afirmação. Há uma qualidade catártica nesse processo”.

O EP já tem show de lançamento marcado para o fim deste mês, no dia 23 no espaço cultural Alfaiataria, e os ingressos podem ser adquiridos neste link. Veja mais informações a seguir:

Conheça mais sobre Didi Fiorucci em seu site oficial, clicando aqui.