A Repetente Records existe há poucos meses e já tem movimentado bastante a cena punk e hardcore brasileira.
Se você tem acompanhado o Musicult, já conheceu a Ganggorra e também a Anônimos Anônimos, bandas do selo que estrearam com os singles “O que é bom pra mim?” e “Só se morre uma vez”.
Nas últimas semanas, a Repetente apresentou mais duas bandas: Fibonattis e Faca Preta. E das já apresentadas, a Anônimos Anônimos trouxe mais um single. Confira todas as novidades da Repetente Records a seguir!
Fibonattis
Lançando “Vidas” pela Repetente, a Fibonattis estreia no selo, mas já estreou nos palcos há muito tempo. Com 7 anos de carreira, a banda já se apresentou em no Hangar 110, Espaço Som, no extinto “Inferno Club”, entre outros.
Fundada em 2014 no subúrbio de São Paulo, na cidade de Francisco Morato, a Fibonattis traz influências que vão do Punk Rock de meados de 1977 ao street punk, com letras que retratam a realidade e experiências do cotidiano vividas pelos próprios integrantes, seja em alguns momentos de forma crítica, ou em outros algo mais descontraído, mas sempre natural e verdadeiro.
O álbum de estreia saiu em 2016, autointitulado Fibonattis, seguido de um split com a banda inglesa Wolf Bites Boy, lançado em 2017, chamado Street United (Morato and Stoke), contendo cinco faixas inéditas de cada banda, além de uma fazendo cover da outra.
Ainda em 2017, a banda participou da coletânea Para Incomodar Vol 2, idealizada por Henrike Balíu (Ex-Blind Pigs e atual Armada), e em 2018, a Fibonattis dividiu novamente um álbum com ingleses, dessa vez em um disco formato 7″, com a faixa “Mídias sociais”. Além da Fibonattis, estão presentes na coletânea as bandas Drongos for Europe, Resistance 77 e a outra brasileira, Subalternos.
Agora, a banda sela parceria com a Repetente Records, e nos dá a primeira amostra do disco Cidade Mórbida, que será lançado em breve e trará uma fase mais sóbria da banda, visível no single já divulgado.
A letra de “Vidas” fala de uma constante rotina em que se dedica todo o tempo cumprindo obrigações com pouco ou nenhum espaço para a saúde mental ou diversão, além de ressaltar a forma com que a sociedade estabelece certas regras, que para conseguir se encaixar, precisa seguir a risca, mesmo que vá contra princípios. “Seguimos sobrevivendo, quase nunca vivendo de fato”, ressalta a banda.
Sobre a entrada da Fibonattis na Repetente Records, a banda afirma ser uma das grandes conquistas da carreira: “Receber o convite para um projeto tão relevante e promissor, por caras consagrados no cenário nacional, e que carregam uma enorme bagagem, é extremamente gratificante. Isso comprova que todos esses anos de dedicação e carinho pelo que fazemos não foi em vão, estamos muito felizes em fazer parte desse projeto que tem tudo pra dar certo”, conta Júnior (voz e guitarra).
Faca Preta
A quarta banda que estreia na Repetente é a Faca Preta, com o single “Cães de Rua”, que antecipa o primeiro álbum da banda, que será lançado em agosto deste ano e se chamará Resistir.
A música ganhou um lyric-video, com edição, motion e lettering por César Passa-Mal.
A Faca Preta foi formada em 2013 por músicos experientes do circuito underground paulistano, com integrantes do Bloco 77 e da banda Chuva Negra, e lançou o primeiro EP em 2015 pelo Semper Adversus, extinto subselo de street punk da Hearts Bleed Blue (HBB).
Desde então, a Faca Preta vem sendo um grito de resistência na voz punk rock brasileira.
Em 2020 o grupo lançou o single “Dias Melhores” em videoclipe e, em 2022 veio a parceria com a Repetente Records: “É um grande prazer, nada melhor do que contar com camaradas de peso com muito para trocar nessa nova fase que se inicia com esse álbum que está chegando!“, comenta a banda.
O single “Cães de Rua”, lançado pela Repetente, é um grito de desabafo contra a violência em sua forma institucional: a violência policial, que vem ganhando incentivadores de peso que buscam piorar o que já era assustador, visto que faz tempo que figuramos no topo do ranking das forças policiais mais letais do mundo.
O single da Faca Preta tem participação especial de Ricardo Scaff na gaita, produção musical, mixagem e masterização de Átila Ardanuy e gravação dos vocais principais por Thiago Hospede.
Anônimos Anônimos e Phil Fargnoli em “Esse cara não sou eu”
O punk rock do Anônimos Anônimos ficou mais agressivo em “Esse Cara Não Sou Eu”, diferente do single de estreia “Só Se Morre Uma vez”.
A participação de Phil Fargnoli, produtor da Repetente e guitarrista do CPM22, foi crucial para atingir a sonoridade densa e contagiante do novo single. O músico produziu todas as faixas do EP Baita Astral, que será lançado em breve e, durante a gravação, ele e a Anônimos sentiram que esta música tinha espaço para mais camadas.
Phil, então, criou arranjos e texturas de guitarra, além de uma introdução no teclado, que ficaram muito marcantes e levam a canção para outro nível, com uma personalidade meio sombria, reforçada pelo clipe, “proibido para menores”, como a banda sugere.
A produção é estrelada por Daniel Faleiros Migliano, que já participou de diversas novelas na TV, curtas, longas e peças de teatro. A letra e a história do clipe são um retrato do famigerado “Homem de Bem”, seu ego e seus símbolos de poder e sucesso.
“Todo mundo conhece aqueles caras que vivem pela imagem de ‘fodões’, ‘macho alfa’ e acabam reféns do padrão. Uma existência baseada na competição e performance, com um sentimento de infelicidade por trás, por nunca se achar o suficiente. E, claro, em se tratando de um contexto masculino, tudo isso é potencializado e vira uma bomba de ressentimento, agressividade, ódio, pulsão de morte e auto-destruição”, diz a banda.